sexta-feira, 25 de março de 2011

Valeu Renan!


            Triste... triste... muito triste!   A notícia dada pelos telejornais, nessa última quarta-feira, sobre o resultado da votação pela casação do Senhor Renan Calheiros, em que culminou com a sua absolvição, protegido pelo voto secreto e pelo debate fechado no plenário.
            Apesar das provas contundentes de negócios escusos com o lobista de uma construtora, favorecimento a uma cervejaria, o uso de laranjas na compra e venda de rádios e jornais e, por fim, denúncia de propinas em ministérios para beneficiar lobista; não foram suficientes para demolir a sua defesa “esdrúxula” e de “conteúdo fantasioso”.
            Dizer e não provar, é não dizer.  Foi assim que sua defesa foi desmontada pelos Senadores Oposicionistas, com a precisão de um relojoeiro. Rebatendo, uma a um, as teorias mais estapafúrdias apresentadas pelo seu advogado, aliados e por ele mesmo. Entrando de sola com a força de convencimento lógico contra a rapinagem do dinheiro público.
            O sentimento é de decepção para nós aqui no Brasil, e de extrema vergonha para quem nos observa lá de fora.  Convivemos não só com a imagem de país do samba, violência e futebol.  Agora, as piadas com os descasos dos políticos, esses que roubam, mas no final são santificados.
            Ora bolas, como disse o articulista (Veja) Roberto Pompeu: “O que deveria ser a regra se torna exceção, e a regra é a regra vigente em nosso(será que é ainda nosso?) Senado, nossa vergonha nacional (esta sim, mais nossa do que nunca)”.
            Cá com os meus botões, imaginei se pudesse assistir à votação da quebra de decoro parlamentar do Senhor Renan, mesmo sendo secreto, escolheria, como no cinema, sessão dupla, para ficar horas e horas em frente à tela mágica da televisão.  Como que assistisse ao mesmo filme duas vezes seguido.  A primeira, para entender a história  dos acordos espúrios, através dos argumentos da defesa e da acusação. A segunda, para observar cenários, figurinos, a interpretação cínica (não cinética) dos atores (senadores). Só isso?  Só.
            Este Brasil tolerante ao ponto dessa permissividade decisão, para alguns senadores, era como, tivesse nostalgia da ditadura.  Ou, síndrome de abstinência da ação revolucionária.
            Chega!!!  Precisamos dar um basta!!!  Não importa saber quais os senadores que voltaram pela sua absolvição, pois essa é a regra estabelecida por essa instituição.  Ou seja: voto secreto.  O Renan sabia que no escuro ele estaria livre – conforme a sua gargalhada contagiante e riso frouxo (na presente seção) - uma vez que a maioria, expressa na votação, tem o “rabo preso” nas cumplicidades dolosas, donde mostra a verdadeira face da quadrilha política que se esconde por trás de siglas partidárias, demagogia assistencialista e submissão covarde aos apelos do poder.
            Nesse episódio: diante de tantas coisas erradas e não corrigidas, sentimo-nos traídos, fracos e impotentes.  Então, a quem nos recorrer?  Acho que nós, os mortais, só podem contar com justiça divina, se é que merecemos!



                                                                        LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                                                Advogado e Adm.Empresas

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