Terminei de fazer a minha bateria de
exames. Até hoje ainda não acostumei olhar para aquela agulha enquanto tira o
meu precioso sangue. Eu me sinto péssimo. Mas, mesmo assim, tô lá, todos os
anos, checando como anda a minha máquina. Diferente daquele que diz o tempo
todo “Ah, na hora em que eu quiser, eu faço” e nunca faz.
Podemos denominar essa prática de
procrastinadores da saúde. Há sempre uma desculpa para justificar o atraso ao
exame médico: “Quando eu me aposentar, eu começo a cuidar da saúde”, “Quando eu
casar, paro de fumar”, “Quando voltar de ferias, eu emagreço”, “Depois do
carnaval, vou fazer os meus exames”. E até, vejam só: “Quando me separar,
começo a fazer exercícios”. É ou não é um puro deboche!
Reparem bem. As pessoas que agem
assim passam a vida toda acreditando nas mentiras que inventam para si mesmas,
e a conta vai ficando cada vez mais cara. É muito quando se perde a
credibilidade com os outros, mas pior é perder a credibilidade consigo mesmo.
Dizia Millôr Fernandes: “O cara só é sinceramente ateu quando está muito bem de
saúde”. Quando está doente é o tal “Deus nos acude”. Aí já é tarde meu
compadre!
Reconheço que o potencial da
máquina, ou seja, do corpo humano, é fundamental, porém só ela não basta. É
como se você tivesse uma Ferrari sem combustível. O potencial está em todos
nós. Todavia precisa ser revisado e preservar uma manutenção adequada,
preventiva.
O maior erro que um homem pode
cometer é sacrificar a sua saúde a qualquer outra vantagem. Principalmente
quando se sabe que a vida é curta e o tempo é impiedoso. Não deixe para depois
o que precisa começar a ser feito hoje.
Parece fácil concluir que quando
brindamos, o primeiro voto é “saúde” – e não por acaso. Só depois vem “paz,
amor”. Sem saúde, o resto não é possível.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre
em Administração