Quer
saber? Existem alguns amigos que já me manifestaram desânimo à primeira
tentativa de rabiscar umas linhas: “Não consigo juntar duas palavras. Falta-me
assunto...”.
Quer sinceridade? Não é assunto que
falta. O assunto está aí, a todos os momentos, diante de nós, quase palpável,
perceptível sob qualquer prisma. O que falta é um pouco de esforço (mental)
para atingir esse objetivo. Aliás, já dizia o grande escritor português José
Saramago: “Somos todos escritores. Só que uns escrevem, outros não”.
A prática de escrever não é fácil.
Também não é tão difícil como tantos imaginam. Ela é reflexo da boa leitura.
Ninguém escreve sem antes ter uma boa bagagem de leitura. Vai ter que passar
por cima de mim o jovenzinho ranheta adepto da frase “Machado de Assis é um
saco”. Já briguei com muitos moleques por causa disso. O famoso autor de Dom Casmurro é ainda um dos maiores
nomes quando se pensa em bons livros – e não à toa, mas pelo puro mérito de
saber costurar palavras da maneira invejável. Como sempre digo: ler um bom
livro, faz-me sentir novo em folha.
Nem vou me alongar muito aqui sobre
o referido tema. Porém, dizer ainda que o ato de escrever também estimula o
cérebro (existem diversos estudos publicados sobre isso). Um deles defende
inclusive que as crianças precisam do movimento da escrita para seu
desenvolvimento cerebral, pois sem isso elas teriam alguma deficiência na fase
adulta.
Ao testarem estudantes, através de
pesquisas, descobriram que, quando faziam redações escritas a mão, eles geravam
mais ideias do que quando as faziam usando computador. Eu, particularmente, no
momento que estou meio travado de ideias, gosto de escrever a mão. Quando já
tenho a ideia é preciso apenas tirá-la da minha cabeça para destrinchá-la
melhor.
Sacou, né? A boa leitura faz você
escrever por osmose.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração