segunda-feira, 29 de junho de 2015

Temporária habitação

       Seja pelas linhas retas e tortas, um dia, nosso coração irá parar de bater. Ocasião será o fim do nosso corpo e do nosso tempo no mundo, mas não será o fim. O corpo terreno é apenas uma residência temporária do espírito. A Bíblia chama nosso corpo terreno de “temporária habitação”.
            Tive essa reflexão espiritual quando recentemente assistia a missa de sétimo dia do falecimento de um grande amigo, que deixou a vida terrena para a vida eterna. A Bíblia diz: “De fato, nós sabemos que, quando for destruída esta barraca em que vivemos, que é o nosso corpo aqui na terra, Deus nos dará, para morarmos nela, uma casa no céu. Essa casa não foi feita por mãos humanas; foi Deus quem a fez, e ela durará para sempre”.
            A Bíblia compara várias vezes a vida terrena a uma habitação temporária em um país estrangeiro. Aqui não é o seu lar permanente nem seu destino final. Você está só de passagem. Está nesse livro sagrado os termos como “forasteiro”, “peregrino”, “estrangeiro”, “estranho”, “visitante” e “viajante” para descrever nossa breve estada neste mundo.
            Ora bolas, a maior de todas as tragédias não é a morte, mas a falta de propósitos na vida. Sem Deus, a vida não tem propósito; sem um propósito, a vida não faz sentido. Sem um sentido, a vida não tem relevância nem esperança. A esperança é tão essencial para a vida quanto o ar e a água.
            Continuando na minha reflexão. No fundo, no fundo, a vida é apenas um ensaio geral, antes da verdadeira produção. Você passará muito mais tempo do outro lado – na eternidade. Este mundo é um lugar de preparação, a pré-escola, um exame prático para a vida na eternidade. É o treinamento coletivo que ocorre antes do jogo, a volta de aquecimento antes do início da corrida.
            O pastor americano Rick Warren, no seu livro “Para que estou na terra?” - tão leve e gostoso de ler - faz a seguinte pergunta: Como será a eternidade com Deus? E ele mesmo responde: Francamente, nosso celebro não é capaz de compreender a maravilha e a grandiosidade do céu. Seria como explicar a Internet para uma formiga. É inútil! Não foram inventadas palavras que possam expressar a experiência da eternidade.
            Aí é que tá: o único momento em que as pessoas pensam a respeito da eternidade é nos enterros, e mesmo nessas ocasiões são pensamentos frequentemente carregados de sentimentalismo/superficialidade, baseados na ignorância. Você pode achar que é mórbido pensar na morte, mas na verdade não é saudável viver negando-a, como se ela não fosse inevitável.
            Então. Espero que não haja algum desavisado em achar que tudo isso é babaquice, é retórica, é ficcional... Mesmo sabendo que a terra é apenas uma residência temporária.


                                                            LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                            lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                              Advogado e Administrador de Empresas

                

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Jornal Nacional

       Fico com um gosto amargo na boca de ver como alguns veículos da imprensa de nosso País estão cada dia mais pobre e podre, com a petulância de acharem que mandam no Brasil. O bombardeio ideológico movido pela mídia é capaz de criar animosidade, gerar ódios e sentimentos sociais. Ainda bem que esse modelo está se esgotando.
            Li numa revista, outro dia, que o Jornal Nacional, levado ao ar pela primeira vez em 01/09/1969, através de telejornal em rede, aquele que já foi o mais assistido do Brasil, tendo obtido a marca de 70% de audiência, em média, nos anos 1980, amargou a casa de 18,6%, no último mês de março. A emissora, como um todo, vem perdendo audiência significativa 2000 a 2014, tendo passado de 23,5% para 13,5%, no ano passado, em média.
            Acredito que a maioria das pessoas, senão todas, gostaria que a mensagem jornalística fosse justa, mesmo porque o sentimento de justiça é uma qualidade natural do ser humano. Sabendo-se, além disso, de que a sociedade é quem perde com a prática do mau jornalismo.
            Mais pitoresco é quem trabalhou no JN ou acompanhou de perto a sua longa história revela bem mais do que números e do que as câmaras costumam exibir: o conteúdo que vai ao ar, de segunda a sábado, na medida dos jogos de interesses, queda de braço e alianças colocando em xeque a credibilidade do que é tido como a jóia rara da Rede Globo. É fato. Essa grande organização continua sendo a voz mais poderosa do País, mas não há só uma voz, ela não fala mais sozinha, como no passado.
            Há uma história que não se conta e se encontra perdida no baú do tempo. Em 2006, entre o início do horário eleitoral e o primeiro turno das eleições, o JN levou ao ar 68,57% de notícias positivas para o então candidato Alckmin; 61,76% para Heloisa helena; 52,94% para Cristovam Buarque; e 16,43% para Lula. Os dados foram levantados pela pesquisadora Flora Neves e constam no livro Telejornalismo e Poder nas Eleições Presidenciais, de 2008.
            Tem mais. Alguns analistas políticos interpretam em suas colunas que o País sofre déficit de democracia e de respeito à diversidade. E citam a eleição presidencial de 1989, onde, parte da mídia, com medo de Lula, se deslumbrou com Fernando Collor e o apoiou, direta ou indiretamente. A nossa imprensa omitiu informações preciosas ao eleitor, que foi às urnas achando que o chamado “caçador de marajás” era o salvador da pátria.
            Nada como um olhar crítico ao passado para perceber o começo do fim de uma nova era de monopólio e de possibilidades para quem acredita num jornalismo isento, plural e ético.


                                                                LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                  Administrador e mestre e Administração

               
               
                 
               

            

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Flagrantes Literários

            Esse é o título do meu livro que estarei lançando na próxima sexta-feira (19/06). É uma coletânea de 354 artigos publicados (2007 a 2015) em alguns jornais do nosso Estado. Agora, semanalmente, só neste conceituado periódico. O livro caracteriza-se pelo jorro de tiradas esculhambativas, irônicas, crípticas e permeadas de citação sobre pessoas, política e cultura. Nada de pieguice romântica.
            Tenho dito sempre que escrevo para desopilar. Sair um pouco dessa barafunda do mundo real. Afastar de tudo um pouco, notadamente dessa vida meio batidinha. E foi justamente pela escrita que encontrei a maneira então de me desvencilhar. Interessante: quanto mais leio, convenço-me de que não sei de nada.
            Quiçá um acréscimo de leveza e esmero das palavras que o talento de um bom escritor muitas vezes me falta. Nem por isso me deixa frustrado e tampouco “careta”. Apenas não me alinho à loucura pela loucura, ao ego pelo ego, ao poder de “seduzir” pelo “seduzir”.
            Sem dó e sem piedade, achincalho aqueles que usam o povo (miserável e ignorante) como massa de manobra. Motivo não nos falta. O Brasil é uma “Suécia” de malfeitores, o triunfo do fisiologismo, da negociata, da brincadeira escancarada com os recursos do contribuinte e com as necessidades do cidadão. E aviso: não é “complexo de vira-lata”. É a realidade crua, sem blábláblá.
            Registro que no mundo dos negócios, para se abrir uma empresa, não basta ter só dinheiro, é preciso criatividade e foco. Você não pode ser ginecologista e tarado ao mesmo tempo. Lembre-se que é impossível! Mas lembre-se também que nessa vida somos todos parecidos e ninguém vale mais nem menos, um tostão.
            Em pensamentos mil, falo que não existe cosmético para beleza do que a felicidade. A essência da vida é a renovação. Todos precisam de novos ares, outros horizontes. Não esquecemos que Deus nos deu um verdadeiro arsenal de guerra, com armas poderosas, tais como: a fé, a perseverança, a esperança, o otimismo e o louvor.
            A vida nunca é como gostaríamos que fosse, mas acredito profundamente que podemos sempre partir da realidade, seja ela fácil ou difícil, alegre ou triste, e tentar fazer mais e melhor. Pois é. A vida é tão curta. E tão bela. E às vezes, triste. Estar vivo é um luxo. Minha infância foi lá longe entre sonhos derretidos. O resto tem sido uma batalha.
            Por tudo o que fica dito ao longo das páginas desse livro, tivesse a possibilidade de resumir numa fraseologia sobre a vida, diria: decida-se a viver com “paixão”, sem ela nada de grande se consegue.

                                                                LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                      lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                                               Advogado e mestre em Administração

            

segunda-feira, 8 de junho de 2015

O drama da violência

            Observo que as pessoas vítimas da violência se sentem vazias e se acham menores, algo trágico aconteceu com elas e a bússola ficou doidinha. Um autêntico beco sem saída. Fruto da incúria dos gestores públicos.
            A verdade é que a cultura da violência desgraçadamente está virando a matéria-prima perversa do povo brasileiro. Neste contexto adverso, comentam alguns articulistas, que o Congresso Nacional está em cima do muro, o governo está atrás do muro e o Supremo está atrás do governo.
            É preciso analisar com profundidade o que está causando tanta violência no Brasil. Ora, é tanta coisa que fico até encabulado de apontar a lista de mazelas. Falta policiamento ostensivo. Falta preparo desses policiais. Falta iluminação pública. Falta a presença do Estado nas favelas. Falta preparo nas investigações policiais. Falta rigor da Justiça. Falta um combate mais eficaz e social em relação ao usuário de drogas. Falta melhorar o sistema penitenciário.
 Falta ainda planejamento familiar para evitar paternidade e maternidade aos 14 ou 16 anos.  Falta de vontade política para acabar com a desigualdade social. Faltam creches para bebês serem assistidos com carinho e as mães poderem trabalhar. E a lista continua. Porém, uma imperdoável, a falta de Educação - um dos caminhos (julgo o mais importante) para reverter essa terrível situação.
 É preciso, como diria o jornalista Alexandre Garcia, formar professores de excelência e atraí-los com remuneração alta. Escola não é brincadeira. Não é passa tempo. Não é depósito de criança porque os pais estão trabalhando. É o lugar mais importante de um país sério.
Como sempre digo: estamos em voo cego. O sistema de nossa segurança está esfarinhando. O risco é, qualquer dia desses, aparecer um sujeito e rouba a noiva, na beira do altar. Aí não será mais uma piada no Brasil. A piada será o próprio Brasil.
Temos que tomar providências urgentes para não deixarmos criar um Estado Islâmico no Brasil. Algumas autoridades responsáveis pela segurança mostram está agindo como aquele covarde ex-capitão italiano que abandonou seu navio, à deriva.
Visto assim, sem lupa, é preciso ter consciência de que a banalização do mal é característica de cultura órfã de pensamento crítico, de juízo ético e responsável. A vida não está nada fácil para o povo brasileiro. Em vários flancos, ela vive aquela situação de se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. O brasileiro não quer perder o otimismo, que ver uma luz no fim do túnel. Lamentável é que ele não está vendo.
Pois bem. A sociedade pede segurança, pede mudança, um novo Brasil pede passagem e este caminho tem que ser trilhado para a felicidade de todos.


                                                               LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                               lincoln.consultoria@hotmail.com

                                                                    Advogado e mestre em Administração

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Gestão dos Correios

            Acho que já devo ter raspado nesse assunto por aqui e contado para vocês que a situação dos Correios é crítica. Acumulam reclamações de consumidor por entrega de encomendas e correspondências fora do prazo. O que tem levado essa empresa a um quadro de penúria, que vem gerando paralisia e chiadeira.
            Vamos ao entendimento prático. A Empresa Brasileira dos Correios e Telégrafos (ECT), que já foi sinônimo de eficiência e confiabilidade, de alguns anos para cá entrou numa espiral de preços altos, serviços ruins, corrupção e incompetência.
       Não se pode ignorar que houve um aumento da demanda dos serviços postais por conta do crescimento populacional e do maior número de encomendas que surgiu por conta das compras online. Mas, por causa da falta de investimento, a estrutura da empresa não acompanhou as novas exigências do mercado. Eu mesmo sou vítima constantemente dessa má qualidade de serviços, seja ela por atraso de correspondência ou por demora na entrega de um produto.
            Todo mundo está um pote até aqui de mágoa. Um desempenho errático de gestão dos Correios, que não consegue empolgar nem a sua diretoria. Que, por sua vez, fica chupando dedo, não liga lé com crê e se recusa a entender a grave situação, como isso fosse o padrão de organização.
            Há denúncia de que, em algumas regiões, os carteiros precisavam trabalhar aos sábados e domingos para cumprir os prazos. Isso, ao invés de solucionar o problema, só agravou o panorama: aumentando a jornada de trabalho, consequentemente aumentou o número de ausências por problemas de saúde; com menos carteiros, cresce o atraso; daí a carga de serviço dos funcionários ativos sobe, mais funcionários são obrigados a se ausentar, o atraso continua e o ciclo se perpetua.
       Quem não se lembra o caso de corrupção que envolveu um alto funcionário da ECT, em 2005? Isso prejudicou enormemente ainda mais a imagem da empresa, que já não era boa. O objeto da ilicitude se fixava nas fraudes em licitação, fazendo compras desnecessárias e praticando superfaturamento de preços, dando vantagens aos corruptores. Ao ponto de transformar a soberba de Delúbio Soares numa profecia que, enfim, se realizou: “O mensalão virou piada de salão”.
            Nunca se viu coisa igual: A diretoria dos Correios, antes preenchida por funcionários de carreira, passou a ser constituída por indicações políticas. O problema é que a turma do fisiologismo político tem um apetite insaciável por cargos e alguns os utilizam para fins nada republicanos. A verdade nua e crua, é que os recursos desviados por essas pessoas fizeram falta à empresa e impactaram na qualidade dos seus serviços.
       Esse desrespeito, francamente, é um tapa na cara dos consumidores postais.

                                                                 LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                                               lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                                           Advogado e mestre em Administração