Desde
que me conheço por gente, ao longo dos meus 62 anos, nunca vi uma pré-campanha
para presidente da república tão sem graça, sem entusiasmo como essa que
estamos vivenciando. Sim, aquela paixão (ideológica) por fazer o que realmente
nos motiva e o que possamos acreditar.
Depois da turbulência política e
econômica que o nosso querido Brasil se submeteu - uma atmosfera quase
irrespirável -, mesmo assim, tem deixado o eleitor desestimulado para exercer o
seu papel de cidadania (em votar) diante dos últimos acontecimentos:
ex-presidente quase preso, muitos políticos e gente de colarinho-branco na
cadeia, diversas ações efetivas da Justiça e polícia nunca visto antes, sem
falar do faroeste (violência) espalhado por este País afora.
Não tem eleitor no mundo que se
empolgue com esse estado de coisas. Não sou de direita, nem de esquerda, muito
pelo contrário, só me interessa se o candidato presidenciável tem um projeto de
País, corajoso e desenvolvimentista, e que acabe de uma vez por toda com a
farra improdutiva da gestão pública, senha para corrupção.
Sinceramente, olhando por todos os
lados, até agora, não vejo motivos para empolgação de voltar em alguém com tais
predicados. No pleito que se avizinha, raro o político terá chance comparável
de empenhar, por pouco que seja, uma bandeira contra abusos e privilégios que
mesmo seus mais severos algozes lutam para manter.
Vou poupá-los dos detalhes, mas
temos que ter cuidado com o candidato que se diz símbolo da renovação, da
eficiência do gestor em contraponto à figura desgastada do político
tradicional. Mesmo com todo o seu trocadilho pífio, ele não foge à regra.
Combater o verniz de “pseudo-democrático”
é uma forma de dar um passo à frente em meio à frustração eleitoral. Convém ao eleitorado
à precaução de não acreditar em tudo o que ouve, lê ou vê, porque nem os
autores dessas propostas acreditam no material que produzem.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração