sexta-feira, 25 de março de 2011

CARA-METADE

  Sou da época de que namorar era a mais difícil das conquistas.  Hoje, no mundo virtual em que convivemos, ficar solteiro é motivo para desespero e estresse.  Basta dar uma olhadinha na internet para ver a quantidade de sites de namoro: “Marque já um encontro! É grátis e rápido!”.
            O namoro em geral – não importa – no bar, na festa, no colégio, na praia, no shopping, de repente olhos se encontram.  Primeiro uma ansiedade, um calor no peito que logo se espalha em calafrios que procuramos disfarçar.  Um leve suor nas mãos.  No primeiro encontro, ocorre uma conversa fútil e sem sentido, os lábios ressecam um pouco antes do primeiro beijo, as palavras tremem embaraçadas em pensamentos confusos.  Joelhos que mal sustentam o peso do corpo.  Esquecemos do mundo lá fora em eternas horas de silenciosa saudade ao telefone.
            Pouco a pouco sem perceber, o tempo vai passando, a paixão aumentando e os lábios já não suficientes para acalmar o “fogo” despertado pelo amor.
            São os apostos que se atraem ou as afinidades que formam os melhores pares?  Esse enigma nenhum filósofo até então decifrou.  De uma coisa todo mundo tem certeza: existem casais de namorados de todos os tipos.  Modernos, briguentos, do mesmo sexo, intelectuais, à distância, casados, solteiros, sofisticados, ficantes, etc., etc.
            Não há solução mágica para encontrar a verdadeira namorada (ou namorado).  Apenas conscientize-se que você é o vetor dela e só você pode conquistá-la. Por isso foque sua atenção em um ponto fixo e apenas respire. . .  mentalize um campo fixo de alfazema. . . e lá vai você com aquele “olhar 43” e de  “dom matador” – ô presa fácil!     
            Porquanto, nada de revelação bombástica, laudável que saibamos dar um ou outro o que temos em nós, no corpo e no espírito; que nos aceitamos e nos amamos como somos, com as riquezas e limitações que temos.  Crescendo numa mútua admiração e atração, a ponto de nos tornarmos um só: no pensar, no agir e no conviver.
            Não importa a turbulência da idade: 40, 50, 60 anos. . .   Que o tempo passa para todos nós é nenhuma novidade.   A vida está aí para ser desfrutada e acalentada.  Enamorado, então, melhor ainda.  Jamais pensar em deixar e de procurar a sua cara-metade.  Afinal de contas, a idade é só um número.


           
                                                      LINCOLN CARTAXO DE LIRA

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