terça-feira, 28 de agosto de 2018

Debate sobre segurança pública


             Esse tema está no centro do debate eleitoral. O que senso comum enxerga é que ninguém aguenta mais o descaso com a nossa segurança pública. Erros são cometidos, e aos montes, não só pela falta de prioridade que a questão requer, como também, pela falta de gestão eficiente. Eu vos digo: estamos perdendo a luta da maneira mais abjeta.
            Todos os candidatos defendem como prioridade zero o combate ao crime. As propostas vão desde a criação de ministério e agência de segurança, ao aumento dos recursos e o armamento da população. Esperamos que não seja mais uma irremediável desilusão do batidíssimo clichê dos candidatos “salvador da pátria”.
            Quando se olha para a história, você vê que o problema da segurança pública sempre foi tratado com desdém pelos nossos governantes, os interesses foram outros. A pura, a santa verdade é que o crime organizado sempre esteve um passo à frente da polícia. Só ocorre pela desorganização e pelo inchaço do Estado.
            Nesse quadro deplorável de insegurança, o Estado de São Paulo se gaba de seus números: menor taxa de homicídios do país (de 8,02 por 100 mil habitantes); maior força policial da América Latina (um quadro de 120 mil policiais a serviço do estado); redução contínua de roubos de veículos desde 2014; escolas de formação de policiais que recebem profissionais de todo Brasil para aprender como são preparados os seus operadores que fazem do estado o “menos violente” do País.
            Por isso, não podemos errar em outubro! As consequências seriam danosas para todos os brasileiros, principalmente para aqueles mais necessitados e desprotegidos. O País tem pela frente uma encruzilhada que marcará não só os quatro anos, mas definirá o destino de uma geração. Cuidado: não caia no discurso mofado dos candidatos por aí. Que muita gente, como eu, torce o nariz. E que têm zero obrigação de dizer a verdade.
            Assim, investir em gestão de segurança pública - como o Estado de São Paulo -, é o melhor antídoto contra o improviso e o retrocesso no combate a criminalidade.


                                          LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                           lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                    Advogado e mestre em Administração
               

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Males que vem para o bem


            Por esses brasis há uma literatura rica para as façanhas sobre o bêbado. Podemos dizer: um verdadeiro tratado etílico-científico àqueles que bebem. Que vai do bêbado caranguejo ao bêbado carrapato.
            Para felicidade deles, foi registrado algumas ações benéficas das bebidas alcoólicas, segundo pesquisas divulgadas na última edição da revista Veja (22/08), mostrando que o consumo semanal de “14 latas de cerveja ou 14 taças de vinho ou 14 doses de destilado” para os homens e “9 latas de cerveja ou 9 taças de vinho ou 9 doses de destilado” para as mulheres fazem com que se reduz em cerca de 50% o diabetes tipo2; 47% do surgimento de Alzheimer e 29% do infarto e insuficiência cardíaca.
            Foi o suficiente para que no dia seguinte, segunda-feira, logo cedo, meu velho amigo Cordeiro me telefonasse para dar essa grande notícia, coisa que eu já tinha lido. Dando seu testemunho, em primeira pessoa, sobre a sua experiência e as contradições da importância da bebida alcoólica. Falava com tanta propriedade, mais parecia que fosse o autor da pesquisa. Sem tirar sarro da situação: estava na essência, no âmago do seu entendimento arrasador.
Quando nos encontramos é aquela festa. “Choro de rir” de seu humor incrivelmente irônico. Descendente de portugueses, Cordeiro flerta com o estereótipo do machão ao mesmo tempo em que não esconde traços de doçura, amizade e paixão sincera pela boemia. “Não quero invadir a praia alheia e, data vênia, também não quero ninguém invadindo a minha”, diz com graça em referência ao seu habitar (do destilado).
Tudo o que você quiser saber sobre bebuns, pinguços, paus-d'água, beberrões e cachaceiros, ele sabe como ninguém. É um estudioso sobre o assunto. Nas suas viagens pelo Brasil, faz questão visitar bares, botecos e similares para colher histórias de personagens que fazem parte do porre da cultura etílica.
Quanto à pesquisa, a meu juízo, tudo é moderação. Até na bebida.


                                    LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                      lincoln.consultoria@hotmail.com
                                             Advogado e mestre em Administração


               


segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Encare o espelho


            É fundamental limpar esse terreno fértil que vem persuadindo pessoas para procedimento estético, como é o caso do tal médico conhecido como “Doutor Bumbum”. Enganando os seus pacientes que buscavam um determinado padrão de imagem corporal. O cara é uma piada, um escroque, um acinte à inteligência. Sem nenhuma vírgula de pudor. Cinismo puro!
            Essa situação está repetindo pelo Brasil afora. Infelizmente, os Conselhos Regionais de Medicina, com as vênias de estilo, não têm sido contundentes contra os seus pseudos profissionais. Por falta de fiscalização prévia, a punibilidade só ocorre depois do fato consumado. Exemplo: o caso recente envolvendo a bancária Lilian Calixto que veio a óbito.
            Não adianta tergiversar (virar de costa) para essa realidade. Mormente que o Brasil permeia o topo no ranking mundial de intervenções estéticas, só perde para os Estados Unidos. As cirurgias plásticas nunca estiveram tão presentes e ao alcance como estão agora. É possível modificar, diminuir, esticar, esvaziar (lipoaspiração) ou preencher (inserção de próteses de silicone), alterar o tom da pele, e por aí vai.
            Conheço uma pessoa - não entrego seu nome, nem as iniciais, nem se é homem ou mulher - que já fez mais dez cirurgias e se gaba por esse feito. Tipo de pessoa capaz de voltar à sala cirurgia infinitas vezes, até se tornar irreconhecível (para se mesmo).
            Sob tal realidade, Drª.Vivian Diller, autora do livro “Encare o Espelho” destaca que as pessoas tendem a exagerar suas imperfeições, querendo livrar-se delas. Porém não percebem que são esses pequenos detalhes que compõe nossa identidade, e após realizarem mudanças radicais em suas feições faciais, esse senso de identidade pode sumir, gerando distúrbios psicológicos que antes eram inexistentes.
            Uma conclusão é inescapável: a pressão externa, através da mídia e dos padrões de beleza, acaba deturpando o indivíduo em sua percepção de si.

                                           LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                            lincoln.consultoria@hotmail.com
                                              Advogado e mestre em administração

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

A crise dos Correios


            Neste espaço, através do artigo “Gestão dos Correios”, publicado em 02/06/15, eu já falava sobre a crise tremenda que atingiu a nossa empresa Correios e Telégrafos (ECT). De lá para cá, é ladeira abaixo. Ou seja: serviços ruins, preços altos, corrupção e incompetência. Afora o rombo bilionário no fundo de pensão dos funcionários.
            Mas é exatamente isso, sem tirar nem pôr um milímetro de exagero, o que está acontecendo com os Correios. O próprio ministro Gilberto Kassab, onde ela está sob as suas ordens, afirma que o governo não tem recursos para investir nos Correios e que a solução para salvar a empresa é cortar gastos ou partir para a privatização.
            Em minha santa ignorância, não sei o que está faltando para que os Correios seja privatizada. Aqui, neste periódico, na semana passada, li que a referida empresa na Paraíba tem um déficit de 40% no número de funcionários, falta de carteiro nas cidades, agências fechadas, gerentes acumulando serviço e insegurança nos postos de atendimento são alguns dos sintomas de um sucateamento risível.
            Outro dia, ao passar pela portaria do meu prédio comercial, deparei-me com um carteiro, aparentando cansaço, barbado, cabelos grisalhos e bigode à la Filipão. Muito civilizadamente, perguntei-lhe: - O que está acontecendo com os Correios?
            Olhou-me nos meus olhos e disse: - Tudo o que o senhor pode imaginar de ruim. Até a entrega do Sedex tiveram que locar um carro para fazer as entregas, pois o carro oficial está quebrado há mais de quinze dias.
            A essa altura do campeonato ninguém pode estranhar essa situação. Temos que tirar o poder do Estado onde não lhe compete. As empresas públicas nunca foram usadas para o “bem comum”, mas para o bem de quem está no poder. A concorrência leva a melhoria dos serviços e todos ganham, inclusive o consumidor.
            Devo parar por aqui. Que fique o registro: foi-se o tempo em que os Correios era exemplo de eficiência, zelo e credibilidade.

                                             LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                              lincoln.consultoria@hotmail.com
                                              Advogado e mestre em Administração