Uma tremenda covardia os estupros cometidos pelo anestesista Giovanni Quintella, em São João de Miriri (RJ). Sedando completamente suas vítimas (pacientes), deixando-as inconscientes, para a prática desse ato criminoso.
Num
espaço que deveria dar todos os cuidados, o que se vê é uma quebra de
confiança, transformando num espaço de violência. Confesso minha fraqueza: não
tenho estômago para isso. É o próprio retrato de Sodoma e Gomorra, chegamos ao
fim dos tempos.
O
fim do silêncio de vítimas de estupro representa um avanço no combate à
violência contra a mulher, mas é preciso ir além, sobretudo ter punições mais
severas contra esse tipo de delito.
O
silêncio é a maior arma dos agressores para perpetuar essa prática. Quando o
silêncio prevalece, protege o estuprador.
Ademais,
a casa de saúde tem que ter ouvidorias, protocolos de atendimento com
profissionais com formação nas questões de violência contra as mulheres.
Observando os itens de privacidade e intimidade.
Essa
história escabrosa do referido médico, me remete ao livro “Mentes Perigosas – O
psicopata mora ao lado”, da Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva, dona de um estilo
próprio - domadora de palavras - de uma verve apurada e de um extremo
preciosismo na exposição dos temas que envolve o estudo da psicanálise.
Com
uma linguagem ferina, de efeito pedagógico, ela revela que os psicopatas são
pessoas frias, insensíveis, manipuladoras, perversas, transgressoras de regras
sociais impiedosas, imorais, sem consciência e desprovidas de sentimento de
compaixão, culpa ou remorso. Ressalta, ainda, que esses “predadores sociais”
com aparência humana estão por aí, misturados conosco, incógnitos, infiltrados
em todos os setores sociais. São homens, mulheres, de qualquer raça, credo ou
nível social.
Para os desavisados,
reconhecê-los não é uma tarefa tão fácil quanto se imagina. Os psicopatas
enganam e representam muitíssimo bem! Seus talentos teatrais e seu poder de
convencimento são tão impressionantes que chegam a usar as pessoas com a única
intenção de atingir seus sórdidos objetivos.
Tudo isso sem qualquer aviso
prévio, em grande estilo, doa a quem doer. Suas vítimas prediletas são as
pessoas mais sensíveis, mais puras de alma e de coração. Parece lorota, mas não
é. Eles podem arruinar empresas e famílias, provocar intrigas, destruir sonhos,
mas não matam.
No “tira-teima”, mister se faz
registrar e gizar, segundo a autora, que os psicopatas possuem níveis variados
de gravidade: leve, moderado e severo. Os primeiros se dedicam a trapacear,
aplicar golpes e pequenos roubos, mas provavelmente não “sujarão as mãos de
sangue” ou matarão suas vítimas. Já os últimos, botam verdadeiramente a “mão na
massa”, com métodos cruéis sofisticados, e sentem um enorme prazer com seus
atos brutais. Mas não se iluda! Qualquer que seja o grau de gravidade, todos,
invariavelmente, deixam marcas de destruição por onde passam, sem piedade.
Finalizo essa digressão com
sentimento que a trupe de psicopatas está aí, vizinha, rondando cada um de nós
(a gente nem se dá conta!), e é uma praga que corrói as instituições e devora a
esperança dos cidadãos.
Uma coisa é certa: quando há
impunidade, o homem não tem limites.
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA