Trata-se de mais uma incúria e
boçalidade administrativa imperante no setor prisional brasileiro. É verdade.
Tendo a falta da gestão do sistema como outra agravante ao problema.
Querem ver. Nem a classificação de
periculosidade é realizada. Ladrão de galinha fica misturado com assaltante de
banco. Um exemplo disso foi o caso de um senhor de 65 anos, preso por não pagar
pensão ao neto, dividindo a cela com todo tipo de bandidos. Isso mata a
credibilidade de instituições e autoridades.
Com toda a vênia, o ministro da
Justiça, Alexandre de Moraes, igual ao governador do Amazonas, não consegue
juntar lé com crê numa frase inteligível que explica a crise prisional.
Mormente quando simplifica essa carnificina como sendo decorrente da corrupção.
Tachando quem pensa diferente como “pseudoespecialista”. A maneira mais banal e
tosca é fugir da realidade das nossas penitenciárias. Ridículo e um desrespeito
ao cidadão brasileiro, a um assunto de tamanha relevância, que não merece
destaque nem nas redes sociais nem em programas de fofocas.
Já escrevi em meu blog e repito
aqui: o sistema penal brasileiro está falido, está podre. Nosso País é onde
mais se mata no mundo. Em 2015, forma 58 mil homicídios. A Índia, 2ª colocada
nesse ranking funesto, teve 32 mil no mesmo ano.
Acredito, piamente, que o trabalho
dos presos é de essencial importância na reinserção social, na ocupação do
tempo ocioso, na programação da readaptação e no preparo de uma atividade
laboral. Infelizmente isso não ocorre. Apenas 16% da população trabalham, e
somente 11% estudam.
Há uma clara constatação de que a segurança
pública ainda não é prioridade para os nossos governantes. Ora, se medidas
duras e imediatas não forem tomadas, o Brasil vai perder para o crime.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre
em Administração