sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Educação à distância

       Em nossas cacholas, investir mais na educação é o único caminho para superar problemas históricos, combater a desigualdade, distribuir renda, gerar conhecimento e vencer a pobreza. Considero incauto e equivocado quem ouse pensar o contrário.
            Julgo ainda “enfadonho e verboso” quem imagina que chancelar cursos de Educação à Distância (EAD) venha resolver as mazelas de nossa educação ou que venha garantir o exercício pleno da profissão escolhida. Na verdade, essa foi a fórmula descabida encontrada pelo governo para diplomar pobres e atender às exigências de metas educacionais impostas pelos organismos internacionais como o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio.
            Tem cabimento isso? Não tem. Dilma que abra o olho e aja enquanto é tempo. Abrir cursos no Brasil com essa modalidade, hoje, é mamão com açúcar. Constata-se aí um originalíssimo amálgama de interesse político, econômico e financeiro. A rapidez com que tais cursos proliferam no país leva a crer que atualmente já ultrapassa a casa de um milhão de estudantes matriculados em diversas graduações.
            O dirigente da ADUSP            - Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo, professor César Augusto Minto, com argumentos sensatos, sapeca: “Esses cursos têm forte teor mercadológico. Por isso, não se preocupam com a qualidade de ensino. As empresas tinham esgotado a capacidade de ampliar seus lucros e resolveram apostar nesse filão”.
            Nessa balbúrdia, vejo, é com grande pesar, uma espécie de epílogo melancólico da educação, mas bem brasileiro. E não venham com essa retórica otimista “Yes, we can” (sim, nós podemos) do presidente Obama, o problema está além disso.
            Os alusivos cursos são praticamente todos “on line”. E o aprendizado é mediado basicamente pelo computador. Não há um espaço físico onde o estudante possa ir estudar, diariamente. Os estudantes não têm como verbalizar suas dúvidas ao professor, nem mesmo intervir durante a explanação do docente. Às vezes feitas por e-mail não há tempo hábil para atender à demanda de questionamento na hora.
            Diante dessa situação desconectada do mundo real, cheio de boas intenções não basta. E os nossos Congressistas, o que têm feito em relação a esse tema? Nada! Há aspectos anedóticos e bizarros de que, quando um deputado ou senador tem uma idéia, o Brasil piora. Logo, será uma dispersão de energia sem chance de produzir algo melhor, se não houver isenção e equilíbrio, o que é difícil!
            Por falar nisso, um dileto colega, professor, conservador até no sentido nobre da palavra, diz que tal modalidade de ensino degringola na ineficiência, ignorância e incompetência que marcam a contracultura.

                                                         LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                         lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                          Advogado e Administrador de empresas