Na
semana passada escrevi sobre a pandemia do coronavírus, e nesta semana escrevo
de novo. Agora não sobre a estatística, que continua a ser preocupante, no
Brasil, e não estarrecedora como alardeiam por aí.
O filósofo grego Sócrates disse que
a única coisa pior que a ignorância é a ilusão do conhecimento. Há muitas
doenças que matam, muito mais do que esta, mas hoje nenhuma é tão perigosa como o Covid-19, porque ela mata não apenas a
vida, ela tem o poder de matar a alegria e o amor, porque vem associado ao
medo.
É, portanto, uma enorme miopia
afirmar que o coronavírus é o fim do mundo e, tampouco, fazer cara de passagem
ou até de festinha para o que está ocorrendo com essa pandemia. É tempo de
prudência, não de pânico. De ciência, não de estigma. De fato, não de medo. É
preciso mudar a chave. É preciso bom senso, artigo raro hoje em dia.
Apesar de classificação como
pandemia, a situação é controlável. Podemos diminuir as transmissões, prevenir
infecções e salvar vidas. Para isso, será necessária a adoção de ações
pessoais, conjuntamente, com ações do Poder Público. Como? Implementando
estratégias eficazes de contenção, ativando e reforçando sistemas de resposta a
emergências, aumentando significativamente a capacidade de testar e tratar os
pacientes, preparando os hospitais, garantindo que tenha espaço, recursos e
pessoal.
Já são visíveis os impactos na
economia, em razão do combate desenfreado ao coronavírus. A realidade é que a
recessão econômica resulta em mortes ou alguém acha que o fato de países mais
ricos terem mais expectativas de vida é mera coincidência?
O colapso da economia configura a
falta de dinheiro para investir em saneamento básico, em policiamento, em atenção
básica à saúde e até em UTIs. Sem falar da quebradeira de empresas que leva
consigo o desemprego e a escassez de dinheiro (impostos) para impulsionar a
máquina estatal.
Estamos juntos, mas que a cura não
pode ser maior que o problema.
LINCOLN CARTAXO DE IRA
Advogado e mestre em Administração