sexta-feira, 25 de março de 2011

Papai Noel

       É sempre assim, todos os anos, no mês de dezembro, deixo que a minha mente vague sorrateiramente. E logo vêm as reflexões: final de ano, festas de confraternização, amigo secreto, aulas acabando, muito trabalho a fazer, tarefas a terminar, entrega de projetos e todo mundo doido por férias.  E mais: praia, fazenda, descanso, décimo terceiro, crianças, viagens, presentes, família, época de esquecer os problemas e apenas se divertir...  Som na caixa!
            Em criança, quando todos insistiam para que eu acreditasse no Bom Velhinho, eu fingia que creditava, eles fingiam que não sabiam que eu sabia e tudo bem. Incrível, por mais que falassem que quem havia deixado os presentes debaixo da cama havia sido o Papai Noel, algo lá dentro (no meu interior) me dizia: “foi nada, foi meu pai mesmo!”, nunca os contestei.
            Independente desse meu tirocínio de pirralho, é importante deixar seu filho acreditar no famoso “Velhinho”, porque assim ele desenvolve a imaginação, o otimismo e até mesmo a crença de que seus sonhos podem se realizar. Ou seja, sem fantasia, a vida não tem a menor graça...
            Neste Natal, cada um de nós provavelmente presenteará aqueles que amam e até os que simplesmente gosta. E, se bobear, presenteará até quem não gostamos. Mas acho que dificilmente iremos nos presentear, pois ninguém presenteia a si mesmo no Natal. Mas penso que deveríamos fazê-lo!
            Você para estar em condições de obter esse presente, meu caro leitor, tem que fazer por onde merecer. A cada dia fica mais difícil para os humanos dialogar, compreender, amar e fazer-se amar pelos semelhantes. Às vezes, recorrendo a situação até melodramática para expressar a idéia de que “é conversando que a gente se desentende”.
            E como fica árduo entender, por exemplo, os recursos advindos dos Poderes Governamentais, onde na cultura de resultados em que vivemos, são caros demais, lentos demais, ineficazes demais para as necessidades aflitivas da população.
            Há, no entanto, um desafio constante para os que se empenham em promover a paz, pois a miséria e a violência sempre marcaram a história da humanidade.
            A miséria tem sua fonte no egoísmo, que gera a cobiça doentia, causando a desordenada concentração de riquezas nas mãos de uma minoria e relegando (aos outros) à condição de excluídos. É triste constatar os enormes bolsões de miséria que escondem milhões de cidadãos à espera de quem lhes estenda as mãos.
            Já a violência, por via de conseqüência, é resultado dessa tamanha injustiça distribuição de renda, com a inaceitável desigualdade social. Some-se a isso a volatilidade de atitudes das nossas autoridades e gestores, num registro quase cômico.
            Li em algum lugar, ou que talvez tenha ouvido alguém dizer: “amar o próximo como a si mesmo”, não significa que antes de tudo precisamos nos amar. Significa, na verdade, que qualquer coisa “menor” do que o amor não tem valor. O amor não exclui, ele envolve. Se não amamos ninguém além de nós mesmos, é porque não nos amamos.
            Papai Noel, enfim, como num trecho de um clássico da música popular brasileira: “Ah, se todos fossem iguais a você”.
            Feliz Natal, ho ho ho!!!

                                                              LINCOLN CARTAXO DE LIRA

           
                       
            

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