Infelizmente,
o Brasil vem destoando das regras quando se fala em gestão pública e moralidade
administrativa. É o caso da má gestão do Estado do Rio, que gerou um monstro,
desorganizou as finanças que hoje tiraniza a sociedade; ocasionando um ambiente
de descrédito.
No meio desse mar de lama, o povo
padece e pede socorro. Vocês querem ver um exemplo pontual: o legado das
Olimpíadas e da Copa do Mundo. Seis meses depois da abertura da Olimpíada do
Rio, 14 arenas envolvidas no evento estão fechadas.
Lamento: “É uma tristeza. Agora,
que tudo está pronto, o povão não pode entrar”, diz um dos seus moradores. No
Parque Olímpico, coração do megaevento, o cenário é de cidade fantasma. Outro
morador mais otimista manifesta-se: “É um sentimento de ressaca. Mas a
esperança é que tudo volte a funcionar”.
A desorganização das finanças do
Estado do Rio chega às raias do deboche. Governos inconsequentes que tinham a
perfeita consciência do mal que estavam causando. É um alento ver que alguns
deles já estão pagando por seus atos.
É o retrato perfeito da podridão
política e administrativa que devastou o Estado do Rio de Janeiro. Não há
carioca que não sinta justificada indignação diante dos escândalos que envolvem
políticos, empresários e verbas públicas.
Vamos encarar os fatos como gente
grande. O Estado aqui suscitado está falido, mas estaria na bancarrota com ou
sem Olimpíada. Por quê? Porque o problema do Brasil de modo geral nunca foi
falta de dinheiro, apenas má gestão e ladroagem. Pois somos um dos países em
que a contrapartida do que pagamos em imposto não é proporcional ao que
recebemos em serviços. Assim deixar de sediar esse evento, jamais reverteria o
dinheiro em benefício para a população.
A continuar como está, não haverá
saída para o Rio. Será preciso um governo que não se curva aos interesses corporativos
e acima de tudo que seja honesto.
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração