Aqui, meu vizinho das
quintas-feiras, Roberto Cavalcante, já abordou o tema com muito mais
propriedade do que eu seria capaz, onde se constata que 50% do eleitorado
rejeitam as duas candidaturas salvacionistas (Lula e Bolsonaro). É como se
metade dos cidadãos estivesse pedindo uma alternativa moderada, limpa e
reformista.
Ademais, gostaria de ter a
capacidade de externar toda a angústia que sinto com os rumos incertos do nosso
querido Brasil, em que políticos legislam em causa própria, constam com a
conivência do Judiciário e a omissão de um povo passivo.
Assim não dá. Não dá mesmo! Nós,
brasileiros, que somos reféns de um círculo com as práticas de corrupção,
continuamos ameaçados por candidatos impunes, e agora também por “novatos” que
não sabemos suas reais intenções e a que se propõem.
Lamentável o caso de Aécio - um dos
grandes protagonistas na última disputa eleitoral para presidente -, desafia o
bom senso. Pouco se lixando às críticas: “Vá tomar no verbo”, como diria o
baiano Tom Zé. Seu comportamento culminou com o esfacelamento do PSDB. É
incrível que, mesmo depois de divulgado o teor da conversa de Aécio com Joesley
Batista, o senador tenha sido mantido não apenas nos quadro do partido como na
presidência da legenda (ainda que licenciado).
O ensaio da candidatura de Luciano
Huck emerge em razão da degradação da política. Sem desmerecê-lo em suas boas
convicções, mas precisamos de um líder inteligente e ousado, ficha limpa, que
tenha capacidade da articulação para impulsionar as reformas que tanto o Brasil
precisa. A exemplo do presidente da França, Emmanuel Macron, que escolheu dizer
a verdade, oferecendo um receituário de margas mudanças na legislação trabalhista
e no sistema previdenciário.
A conclusão, inexorável, é que o
brasileiro é um bicho esquisito na escolha de seus representantes políticos. Infelizmente,
há algo de paradoxal aí. Mas essa já é outra história.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado
e mestre em Administração