terça-feira, 27 de novembro de 2018

Prática de novos tempos


            Posso estar enganado, mas o governador eleito pelo Estado de Minas Gerais, Romeu Zema, tem dado demonstração de zelo e competência com a coisa pública; prometendo administrar o seu estado com as melhores práticas da iniciativa privada. Diferente do discurso engomadinho, que foge ao razoável e agride o bom senso.
            Realmente, a impressão inicial deixada por esse empresário de sucesso é que o seu governo será pontuado na meritocracia e na boa conduta. Até já firmou compromisso em cartório de só receber o seu salário de governador quando o estado atualizar o pagamento do funcionalismo.
            Para reequilibrar as contas de Minas (déficit anual de 7 bilhões) tem um plano baseado em três pontos. Primeiro é a redução drástica da despesa. Aí incluir reduzir as secretarias de 21 para nove e cortar pelos menos 80% dos cargos de indicação política. Vai acabar com privilégios do governador e secretários de quando tiverem de viajar até Brasília, pegarão um voo de carreira. Acabar com cabide de emprego nas estatais.
            Segundo ponto, atrair empresas e aumentar arrecadação de imposto. Fazer o estado deixar de ser inimigo de quem trabalha. E, por último, negociará a dívida de Minas Grais com a União, em troca de medidas de austeridade, que vão ser adotadas.
            Vasculhando minha memória e constatei que é preciso inovar, principalmente na gestão pública, desfazendo-se de equipes destruídas de respeito, algumas notadamente inconfiáveis e fracassadas. O momento que passa o Estado de Minas Gerais e o Brasil não permite omissão, neutralidade. Não existe certamente um único culpado pelo ambiente poluído de espertezas e de irresponsabilidades generalizadas. O antepetismo não pode servir de biombo para mergulhar o País nas trevas. Chega! Não adianta mais satanizar e demonizar.
            Enfim: Minas e o País precisam de pessoas que façam diferença. Uma espécie de triplo carpado com medalha de ouro.


                                       LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                        lincoln.consultoria@hotmail.com
                                        Advogado e mestre em Administração
               

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Realidade da reforma trabalhista


            Perdoem-me aqueles que continuam não concordando com a Reforma Trabalhista, mas insisto em dizer que seu advento foi um grande avanço para o Brasil. Era inaceitável a situação como estava: de termos mais reclamações trabalhistas do que o mundo inteiro. Anacronismo puro e nocivo aos empreendedores. .
            É fato que os resultados esperados da Reforma Trabalhistas ainda não apareceram, mas não é para menos, pois não existe ambiente suficiente para atrair os investidores. Para onde quer que se olhe, o cenário parece remeter a tragédia que o país já conheceu e da qual está sofrendo para sair.
Infelizmente, fica difícil conquistar investidores enquanto o Brasil permanecer no patamar de país em desenvolvimento, com uma população de 13 milhões de analfabetos, alarmante índice de criminalidade, desenfreada corrupção nos mais altos escalões da administração pública e privada, drogas dominando a juventude, ensino em baixa e por aí vai.
Mesmo assim, não podemos partidarizar esse tema, com viés esquerdopata, um pote até aqui de mágoa, dando abrigo opiniões distorcidas da nossa realidade. A Reforma Trabalhista foi, sim, uma medida acertada. Quem diz, entre tantos outros, é o ex-presidente do TST, o Ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho: “Hoje o processo do trabalho é responsável”. Segundo ele, a redução de novos processos foi drástica (em torno de 60%), mas a queda do desemprego, prometida na reforma, já é paulatina.
Revela, o ilustre jurista, que o dano moral era antes algo banalizado, toda a ação trabalhista vinha com pedido de dano moral. Sem falar que, agora, o empregado que litigar e não tiver razão, ele vai ter que pagar o advogado da outra parte. Acabando, assim, aventura judicial, como “vou ver se consigo algum dinheiro mesmo que não tenha razão”.
Vamos em frente! Ainda é cedo para colhermos os frutos da Reforma Trabalhista.

                                LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                  lincoln.conultoria@hotmail.com
                                                Advogado e mestre em Administração



               




terça-feira, 13 de novembro de 2018

Copacabana


             Quando eu era muito pequeno, me ensinaram a ler e a respeitar os livros. Até mesmo deixar uma xícara de café em cima de um livro era considerado um pecado. O livro era reverenciado como se fosse um texto religioso.
            Até hoje só grato por tais ensinamentos. Esse sentimento é cada vez mais revelador quando li recentemente o livro “Copacabana – A trajetória do samba-canção (1929-1958), do escritor, instrumentista e jornalista Zuza Homem de Mello. Cujo autor dispensa apresentação, sendo um dos maiores conhecedores da MPB.
            Um das características emblemáticas de sua obra é que ele presenciou pessoalmente muito do que consta no referido livro, e isso dá um sabor todo especial a sua escrita. Faz isso sem nenhum traço de falsa modéstia. Para os leitores, é como se um velho amigo estivesse confidenciando algo que testemunhou e vivenciou.
            Em suas confissões e memórias, Zuza consegue a proeza de nos fazer reviver toda uma época (de baladas de amor e dor de cotovelo) do Rio de Janeiro, como se estivéssemos lá com ele, tomando banho e sol na praia mais famosa do mundo, passando no calçadão, indo ao cinema no Rian, assistindo a um show no Casablanca, tomando um uísque no Vogue ou cavando um convite para o Baile dos Cafagestes.
            O livro é simplesmente primoroso, principalmente quando aborda a vida de todos os principais compositores do gênero samba-canção e suas obras, como Ary Barroso, Noel Rosa, Herivelto Martins, Dorival Caymmi, Lupicínio Rodrigues, Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto, Maysa, Aracy de Almeida, Luiz Bonfá e outros.
            Interessante: toda essa produção artística na época foi registrada em discos de 78 rotações e nos primeiros LPs brasileiros de dez polegadas, executado ao vivo nas boates de Copacabana com uma singular cumplicidade da sociedade carioca.
            O citado livro merece louvor. Uma bela obra, condensada e explicativa. Sugiro a leitura para todos os admiradores pela história da boemia no Rio e da música samba-canção.

                                           LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                            lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                     Advogado e mestre em Administração
               
                 

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Epidemia das fake news


             Ainda bem que o processo eleitoral chegou ao fim, pois eu já não mais suportava a circulação de tantas notícias falsas, conhecida por todos como fake news. Como se não bastasse o quadro crítico que vivemos hoje com uma grave crise de valores, amplificada por ideologias e transtornos agudos, pelos quais não sabemos e não conseguimos visualizar onde desaguarão.
            A história mostra que as mentiras, rumores e boatos sempre assombraram eleições. A novidade atualmente é que, com as redes sociais, eles circulam com muito mais rapidez e atingem muito mais gente. Em algumas circunstâncias, em especial quando a disputa é apertada e a corrente de desinformação surge nos últimos instantes.
            Ora, sua escalada industrial, sua velocidade de propagação e sua capacidade cirúrgica têm provocado estragos a imagem dos candidatos, como também, têm deixado inerte a Justiça Eleitoral para que identifique aqueles por tais ilícitos. Comprometendo assim a lisura do pleito. Mostrando que a fabricação de notícias é crime que deve ser combatido com a responsabilidade e firmeza.
            Numa luta por corações e votos, não houve limite nestas eleições: era ódio para lá, acusação para cá. Pedrada para lá, facada para cá. É bloqueada para cá, excluída para lá. Era uma banalidade do mal. Uma verdadeira epidemia de mentiras. E, infelizmente, sejamos honestos, a Justiça Eleitoral travou uma guerra perdida contra fake news. Ou seja: faltou flagrar aquele com cara de quem foi pego com “batom na cueca”.
            Para minimizar o problema, o Whats App adotou um teste: o destinatário é informado se o texto que recebeu foi escrito por seu remetente ou está sendo encaminhado. É um tímido paliativo, como tem acontecido com medidas adotadas pelo Facebook e pelo Google, pois as mentiras não deixam de circular nem são rastreadas. Não faz nem cócegas perto de tudo que é falso.
            Ops, acabou o espaço. Ainda havia muito a comentar.

                                          
                                                     LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                      lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                             Advogado e mestre em Administração