sexta-feira, 25 de março de 2011

EMPREGO PÚBLICO


            Recentemente, a revista VEJA trouxe um excepcional artigo sobre “Por que o emprego público voltou a valer a pena?”.  Quanto mais lia, convenci-me de que alguma coisa estava errada no contexto ali esboçado, quiçá pelo espanto de me espantar...
            Mas por que os jovens buscam deliberadamente o Emprego Público (?)  Simplesmente, eis a razão, ao baixo crescimento econômico do nosso país, o que, inexoravelmente, provoca uma redução na oferta de emprego, levando-os a uma corrida  nesse nicho por cargos públicos.
            Uma pesquisa realizada pelo professor Nakago, da Fundação Getúlio Vargas, mostra que os ganhos dos serviços públicos são substancialmente mais altos do que a média do setor privado, quando se leva em conta os salários, os benefícios, a estabilidade e as generosas aposentadorias e pensões.  Afora - adendo pessoal - empolgação com a embriaguez do poder.
            De logo, devo dizer que a máquina estatal do país está inchada, investe pouco, desperdiça muito, é extremamente cara (37% PIB) e garante estabilidade a bons e maus funcionários.
            Tenha dó.  Por mais que os ufanistas de plantão se esgoelem para tentar manter uma imagem que tudo vai bem, o país só consegue resolver seus problemas de geração de emprego e distribuição de renda, através de forte investimento na economia.  O mundo cresce em média quase 5% e a gente cresce apenas 2,3%, e há quase 20 anos que isso se repete.
            Seja como for, o fato é que essa corrida avassaladora por um Emprego Público passe a ser temerário a nossa economia (geração de emprego e renda), à medida que, desestimulado com a carga tributária e uma legislação trabalhista ultrapassada, os micros e pequenos empresários - responsáveis pela sua enorme capacidade geradora de empregos (60% do emprego formal) – venham a deixar suas atividades, ou quando dessa impossibilidade (grau de instrução), aconselham seus filhos a não mais continuarem investir nos seus negócios, e sim, prepararem para um concurso público, estimulado pela estabilidade do contra cheque no final de cada mês.
            Assim, como sempre deixamos passar o bonde da história e não discutimos serenamente as causas importantes da nação, é bom não esquecer que o espírito empreendedor do brasileiro está em 6º. lugar entre os 31 países mais empreendedores do mundo.
            A verdadeira democracia constitucionalmente representativa (exemplo: dos ingleses e dos americanos) só funciona porque respeitam as liberdades privadas e individuais, estimulam o crescimento econômico e politicamente.  Respeitando a ação e a eficiência da livre empresa e tosando as garras das corporações e a voracidade da máquina estatal.
            A percepção, não outra - sem embromação, que se tem desse quadro, é que estamos na contramão comparada às economias modernas do ocidente, onde temos que trabalhar (e muito) para sustentar o gigantismo e os privilégios do Poder Público.
            Quando a razão adormece, geram-se monstros, advertia sabiamente Goya.  Então, ACORDA BRASIL!!!


                                                               LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                                        Advogado e Adm.Empresas

           
           

             


           


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