Recentemente, a revista VEJA trouxe um excepcional artigo sobre “Por que o emprego público voltou a valer a pena?”. Quanto mais lia, convenci-me de que alguma coisa estava errada no contexto ali esboçado, quiçá pelo espanto de me espantar...
Mas por que os jovens buscam deliberadamente o Emprego Público (?) Simplesmente, eis a razão, ao baixo crescimento econômico do nosso país, o que, inexoravelmente, provoca uma redução na oferta de emprego, levando-os a uma corrida nesse nicho por cargos públicos.
Uma pesquisa realizada pelo professor Nakago, da Fundação Getúlio Vargas, mostra que os ganhos dos serviços públicos são substancialmente mais altos do que a média do setor privado, quando se leva em conta os salários, os benefícios, a estabilidade e as generosas aposentadorias e pensões. Afora - adendo pessoal - empolgação com a embriaguez do poder.
De logo, devo dizer que a máquina estatal do país está inchada, investe pouco, desperdiça muito, é extremamente cara (37% PIB) e garante estabilidade a bons e maus funcionários.
Tenha dó. Por mais que os ufanistas de plantão se esgoelem para tentar manter uma imagem que tudo vai bem, o país só consegue resolver seus problemas de geração de emprego e distribuição de renda, através de forte investimento na economia. O mundo cresce em média quase 5% e a gente cresce apenas 2,3%, e há quase 20 anos que isso se repete.
Seja como for, o fato é que essa corrida avassaladora por um Emprego Público passe a ser temerário a nossa economia (geração de emprego e renda), à medida que, desestimulado com a carga tributária e uma legislação trabalhista ultrapassada, os micros e pequenos empresários - responsáveis pela sua enorme capacidade geradora de empregos (60% do emprego formal) – venham a deixar suas atividades, ou quando dessa impossibilidade (grau de instrução), aconselham seus filhos a não mais continuarem investir nos seus negócios, e sim, prepararem para um concurso público, estimulado pela estabilidade do contra cheque no final de cada mês.
Assim, como sempre deixamos passar o bonde da história e não discutimos serenamente as causas importantes da nação, é bom não esquecer que o espírito empreendedor do brasileiro está em 6º. lugar entre os 31 países mais empreendedores do mundo.
A verdadeira democracia constitucionalmente representativa (exemplo: dos ingleses e dos americanos) só funciona porque respeitam as liberdades privadas e individuais, estimulam o crescimento econômico e politicamente. Respeitando a ação e a eficiência da livre empresa e tosando as garras das corporações e a voracidade da máquina estatal.
A percepção, não outra - sem embromação, que se tem desse quadro, é que estamos na contramão comparada às economias modernas do ocidente, onde temos que trabalhar (e muito) para sustentar o gigantismo e os privilégios do Poder Público.
Quando a razão adormece, geram-se monstros, advertia sabiamente Goya. Então, ACORDA BRASIL!!!
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e Adm.Empresas
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