sexta-feira, 25 de março de 2011

ABORTO: uma realidade !

          Uma rápida batita d.olho pelos títulos dos principais jornais brasileiros nos últimos dias indica que o Aborto induzido (dentro ou fora da lei) é uma realidade.
            Discutir isso com meias-verdades acho de um desserviço imperdoável.  Qualquer argumento para ser válido neste debate, menos os argumentos religiosos, é imprescindível incluir em pauta o problema da saúde pública.
            Ademais, não existe até agora base científica de afirmação de que a vida “começa no exato momento da concepção”.  O que vem de encontro àqueles que são contra ao Aborto, em razão do feto não ter ainda caracteres de uma pessoa, por lhe faltar a racionalidade.
            Apesar de ser crime previsto pelo Código Penal (arts. 124 a 128), não há, por exemplo, no Estado de São Paulo (maior população carcerária da federação) nenhuma mulher cumprindo pena por interrupção voluntária da gravidez. Tá na cara, pois, que nem a própria Lei consegue punir e inibir tal delito.
            O Aborto representa a quarta causa de mortalidade materna no Brasil. As outras causas são de hipertensões, hemorragias e infecções. Segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra que no Brasil mais de 30% das gestações terminam em processo abortivo.  A cifra representa uma média anual de mais de um milhão de abortos ilegais.
            Eis um retrato em branco e preto do Aborto: uma violência sem fim, abominável, terrível e profundamente desumana.  Atingindo não só o corpo das gestantes, como também, a alma.  Essas pessoas estão enfermas na sua intimidade.  Feridas abertas dentro de si: refletindo assim a voz silenciosa do coração.
            Mas antes de defender a prática simplesmente do Aborto é preciso formular  ( ou reformular) políticas para reduzir a gravidez indesejada, como educação básica, controle da natalidade através da educação sexual e difusão de métodos contraceptivos.  Daí, então, consubstanciar uma legislação contemporânea (idêntica de países modernos), baseada no acompanhamento médico (antes e depois), com fiscalização do Ministério Público para evitar banalização e eventuais reincidências “abortivu”.
             A sociedade brasileira considera Aborto tabu grave: ninguém conhece, ninguém fez, ninguém viu.  A oportunidade para o debate é agora.  As discussões devem ser encaminhadas para o Congresso Nacional (sem cacoetes indecorosos dos políticos) e não para uma consulta plebiscitária sem qualquer possibilidade de êxito a tese do Aborto.
             E mais uma coisinha: você, que se diz servo de Deus, que critica o Aborto, já fez algo para minimizar essa dor?  Pense bem, amigo católico.



                                                         LINCOLN CARTAXO DE LIRA
           
           

           
            

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