segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Evita Perón: o remédio dos pobres


            Acho que pouca gente sabe, a história revela na noite que Evita Perón morreu (27/07/1952), com 33 anos, não tardou nem 12 horas para que se tornasse imortal. Seria velado pelos 13 dias seguintes por 2 milhões de argentinos.    
            Alguns desmaiaram quando a viram. Outros, segundo se conta, tiveram de ser contidos para não se matar com navalhas e vidrinhos de veneno. Do lado de fora, 18 mil coroas de flores decoravam a fachada do prédio onde estava sendo velado o seu corpo. As filas alcançavam trinta quadras de tanta gente enlutada.
            Acreditem: um sindicato local se apressou em enviar ao Vaticano o pedido de canonização de Santa Evita. Morta. Evita tornou-se mais viva do que quando respirava. Não por acaso que ela era chamada a “Mãe dos pobres”. Contrapondo àqueles que a considerem como um traço ou um cacoete antológico de puro endeusamento.
            Ao lado do seu esposo, o presidente Juan Domingo Perón, ela construiu uma imagem pública fortemente associada à população de baixa renda, os chamados “descamisados”. Em pouco mais de quatro anos, através de sua fundação, criou 30 mil novos leitos hospitalares, botou 16 mil crianças nas escolas e ergueu dezenas de conjuntos habitacionais.
            Fazia questão de receber pessoalmente, todos os dias, cada cidadão que chegasse lhe solicitando ajuda, fosse um pedido de emprego, moradia ou atendimento médico. “Vocês têm dever de pedir”, dizia.
            A primeira vez que estive por lá, em Buenos Aires, no Cemitério da Recoleta, deparei-me com um cara de cabelos revoltos na altura do ombro, de peito estufado e barbudo, estilo roqueiro, agitando freneticamente a bandeira nacional da Argentina, como se estivesse fazendo guarda em frente ao mausoléu de Evita e Juan Perón.
            Em meio ao silêncio sepulcral que não foi interrompido nem mesmo por tal personagem exótico. Fiquei sentado próximo ao mausoléu por uns minutos e monologuei instintivamente: agora entendo o quanto Evita ainda é um remédio.


                                               LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                               lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                          Advogado e mestre em administração


terça-feira, 20 de agosto de 2019

Uma linda idade


            Peço desculpas ao leitor para postar aqui a homenagem que fiz à minha irmã pela passagem do seu aniversário de 60 anos, ocorrido na semana anterior.
Fátima: você está de parabéns por celebrar mais um ano de vida e especialmente por completar essa linda idade. Olha que coisa boa. São 60 anos de vida. Parabéns!
            Você acabou de chegar a um momento maravilhoso da sua vida. Completar 60 anos é tudo de bom. A vida é como um sopro, passa tão rápido que somos às vezes incapazes de aproveitar cada momento. Por isso, a cada ano que ficamos mais velhos, é um prazer podermos usufruir mais momentos e histórias de vida.  
            Lembro-me bem da nossa querida mãe Dona Aila, eu ainda criança, quando morávamos na Rua Bonifácio Moura, na cidade de Cajazeiras, onde ela já dizia que Fátima, no futuro, seria uma pessoa diferente, sem maldade, mente livre, leve e que teria o jeito ingênuo de enxergar a vida. Felizmente a previsão da minha saudosa mãe se confirmou, para alegria de todos.
            Você é a prova viva que a idade é relativa e secundária, pois hoje celebramos seus 60 anos cheios de juventude. Seja pelo seu jeito de caminhar. Seja pelo seu jeito de sorri. Seja pelo seu jeito de falar. Seja pelo seu jeito de olhar. Aliás, você não precisa fazer nenhuma plástica, apesar de fazê-la, porque você já é bela por natureza, por dentro e por fora.
            Às vezes lhe digo: por favor, não escondas a suas rugas. Levastes muito tempo para ganhá-las. E que o melhor cosméticos para beleza é a felicidade. Para Sophia Loren, lindíssima atriz italiana, “Nada faz uma mulher bonita do que a sua crença de que é bonita”.
            Nunca deixe o seu jeito infantil de ser porque isso vai tirar a essência de ser o que você é. Que sua vida seja uma soma de bênçãos e de vitórias. Que a felicidades te persiga para sempre. Viva o momento presente em toda a sua intensidade.
            Feliz aniversário minha querida irmã Fátima ou Lourinha, como carinhosamente a chamamos.

                                   
                                                 LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                  lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                   Advogado e mestre em Administração

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

O Brasil no rumo certo


             É fato, goste-se ou não do seu estilo, o presidente Jair Bolsonaro tem apresentado algumas conquistas significativas do seu governo para o desenvolvimento do Brasil. Exemplo: aprovação da reforma da Previdência na Câmara com impacto de uma economia na casa do trilhão de reais, a MP da Liberdade Econômica, com boas perspectivas de acordo comerciais com os Estados Unidos, processo liberal da economia (desestatização), liberação do FGTS para aquecer a economia, queda dos juros (...).
            Temos que reconhecer que Bolsonaro, além da dura tarefa de administrar o Brasil, tenta ao mesmo tempo consertar um país esfacelado por décadas de corrupção, incompetência e esquerdismo. Sem falar da incessante perseguição da grande imprensa ao seu estilo de governar, que prefere as falsidades silenciosas dos antecessores. 
            O que a mim, particularmente, mais surpreendente é com os falsos brasileiros que adoram o fracasso, veneram a fofoca, cultivam a crise - sempre na expectativa de tirar proveito/ganho. Pensando bem, não sobra tempo mesmo para reconhecer os avanços obtidos: na política e na economia. É feio, mas é o jogo.
            Qualquer pessoa com meio neurônio sabe que a união, estados e municípios estão em situação falimentar. Como há pouco a esperar dos investimentos públicos, devido ao acrescimento endógeno de suas despesas correntes, a volta do crescimento econômico robusto e sustentável só pode vir de investidores nacionais ou estrangeiros.
            Sem mágicas nem atalhos, para quebrar o ciclo da pobreza pela educação, o Brasil terá de reinventá-la. Com terceiro pior índice de evasão escolar entre as 100 nações com maior IDH; o 65º lugar em relação aos setenta país examinados pelo Pisa; e a prioridade para o ensino universitário, não há Bolsa Família que salve o futuro do País. O modelo faliu.
            Com certeza: a luz no fim do túnel será a aprovação das reformas e a consequente recuperação da economia.


                                               LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                Advogado e mestre em Administração


quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Discos de vinil


            No domingo retrasado (28/7) assisti no Bessa Grill a um show maravilhoso com os remanescentes do Conjunto “Santanás”, “Os Selenitas” e “Across The Beatles”. Grupos musicais que me fizeram voltar a um passado gostoso que amava Os Beatles e Os Rolling Stones. Com os olhos fechados, viajei daquele momento para trás do tempo já um pouco esquecido da minha memória, onde a música já me refrescava, me renovava, me iluminava. O que foi bom ontem... Eternizamos hoje.
            É aquela coisa: o que seria do seu humano se não fosse as lembranças saudosas dos bons tempos! Tempos que a música mostrava sentimentos vivos e profundos. Assim, tão logo cheguei do referido show fui procurar nos meus guardados os discos de vinil que preservo com tanto carinho e zelo. Uma verdadeira preciosidade.  
            Tal como os livros, os discos garantem a perenidade física da música. Fiquei admirado quando li que a venda dos discos de vinil registrou um aumento de 22,3%, quando a comercialização dos meios físicos em geral apresentou declínio de 5,4%. Esse crescimento garantiu ao bom e velho vinil abocanhar 3,7% do total do mercado de música gravada. Nada mau para um formato que parecia morto.
             Os discos de vinil, carinhosamente chamado de bolachões, tiveram o seu domínio na música a partir de 1900 até o começo dos anos 90. Depois, caíram diante do avanço do CD e de outros formatos de áudio, como o MP3, até quase sumir do mapa.
            A gravadora Rocinante se confirma em seu próximo movimento: entre o fim de 2019 e o início de 2020 ela começará a operar sua fábrica de vinis, com capacidade de produção de 1.600 discos por dia. Há apenas outras duas em funcionamento no País, a Polysom e a Vinil Brasil.
            Fico feliz ver que essas feras da música, que não “penduraram as chuteiras”, estão de volta à ativa, seja através de show ou de disco de vinil. Ainda bem que venho de uma geração de belas músicas.


                                          LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                           lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                              Advogado e mestre em Administração