sexta-feira, 25 de março de 2011

O fracasso do programa primeiro emprego


            Uma das principais bandeiras da campanha eleitoral do Presidente Lula - o programa do Primeiro Emprego – surgiu com estrondo e se extinguiu como fracasso retumbante.  Cuja meta do seu governo, para os três primeiros anos, era gerar 780 mil empregos, e só conseguiu apenas 0,5% da meta estabelecida.
            Após uma letargia decepcionante desse programa, garbosamente lançado pelo nosso indefectível presidente em junho de 2003, chegou-se a conclusão que não era a falta de incentivos para as empresas contratarem iniciantes, e sim, a falta de qualificação dos jovens.
            Como se vê, pela experiência, qualquer outro programa com essa finalidade que venha a ser lançado (sem palanfrório) só terá sucesso na medida de proporcionar condições de emancipar os jovens e os pobres da dependência, e não de perpetuá-los simplesmente com donativos.
            Esse balé mágico de frivolidade dos programas sociais, idêntico ao da “Fome Zero” – não existe uma política de desenvolvimento no país que ofereça os empregos que a população tanto precisa.  O crescimento é pífio (2,5% ao ano) e não atende sequer a demanda daqueles que já se encontram inseridos no mercado. E mais: as barreiras que emperram este crescimento, como a tributação, a legislação trabalhista e a burocracia excessiva e disfuncional, permanecem inamovíveis.
            Embora o país tenha exibido com orgulho, durante o século XX, a fama de ser “país promessa”, “nação do amanhã”, “país do futuro”, tendo na sua juventude o seu maior triunfo para conseguir se firmar entre as maiores economias do mundo, hoje, a realidade é outra.
            Com um olhar mais acurado sobre o assunto nos levará a concluir que a juventude precisa de atenção e políticas específicas para o mercado de trabalho, através de cursos de qualificação e requalificação profissional.
             A falta de experiência é a principal barreira para o jovem conseguir trabalho.  Se para quem tem experiência o emprego está difícil, imagine só para quem está começando.  Só muita persistência, preparo e conhecimentos de algumas regras podem ajudar a dar o empurrão inicial.
            O certo, certíssimo, é que o futuro do trabalho ou do emprego depende da escolaridade e da experiência.  Uma economia globalizada, que ora vivenciamos, o mercado atual exige que nos qualifiquem permanentemente. Não é com a deturpação vulgar do ideário moderno de primeira hora, que se vá conseguir alguma coisa básica, decisiva e primordial.
De toda sorte, sem uma política de emprego séria e bem planejada, os jovens ficam com a auto-estima comprometida, com a sensação de fracasso por não ingressarem no mercado de trabalho. Ou seja: eles acham que são incapazes. É como se existissem empregos e eles não tivessem qualificação, gerando uma depressão profunda.  Daí ... acabam procurando “fugas” para as drogas ou a criminalidade.
            Continuar tratá-los como tal, é de desinteligência e insensibilidade assombrosa.  O jovem não merece.  É preciso que abra as cortinas do seu mundo e deixe entrar a luz do sol e o brilho da esperança.
           

                                                                 
                                                             LINCOLN CARTAXO DE LIRA

Nenhum comentário:

Postar um comentário