quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Liderança da Mulher


             De outrora: o enclausuramento da mulher e o impedimento de relações desafiadoras, só restam, tão somente, lembranças e fragmentos históricos.
            Apesar de alguns (poucos) vieses caricatos sobre a mulher atual, moderna, é indiscutível o reconhecimento do seu estilo peculiar de Liderança Administrativa - nas organizações privadas ou públicas.
            Os homens já não mais ignoram o seu potencial profissional.  Seja no uso do poder, seja no trabalho de equipe, seja na eficiência interpessoal, seja na administração de conflitos, seja na intuição e solução de problemas etc.
            Essas habilidades aqui apontadas são na verdade funções simples e diretas como ouvir cuidadosamente e dar um posicionamento claro e direto. Tal singularidade repousa na atenção que as Líderes Femininas dão às sutilezas das interações humanas, a competência com que usa essas  destrezas e os resultados que suas abordagens produzem dentro das organizações.
            Não é à toa que, geralmente, as mulheres entendem a dinâmica dos relacionamentos humanos e estão mais interessadas nisso do que a maioria dos homens.  Elas têm melhores habilidades de percepção, são capazes de prestar mais atenção ao seu ambiente, de colher mais dicas e questionamentos, e ter empatia pelos sentimentos e reação dos outros.
            A mulher percebe claramente quando a outra pessoa está aborrecida ou magoada. O homem só desconfia que há algo errado depois de lágrimas, acesso de fúria ou tapas na cara.  Como perpetuadora da espécie e guardiã da cria, a mulher precisava ser capaz de captar mudanças sutis nas atitudes e no humor dos outros.  Daí a razão dessa qualidade quase que exclusiva.
            Assim, para o bem de nosso futuro, sem prejuízo inarredável da sua áurea feminina, esperamos que essa “liderança” seja cada vez mais acentuada e encorajada.


                            LINCOLN CARTAXCO DE LIRA
                                  lincoln.consultoria@hotmail.com
                               Advogado e mestre em Administração
           



As Pontes de Madison


            Já falei aqui que gosto de garimpar pelos sebos em busca de encontrar um livro especial, aquela raridade e com preço em conta. Principalmente quando viajo à São Paulo, onde no centro desta cidade há pelo menos 15 sebos.
            Numa dessas garimpadas, mantendo viva minha paixão pela literatura, caiu em minhas mãos o romance “As Pontes de Madison”, de Robert James Waller, 1ª ed., 1992. Com olhos fechados, viajei naquele momento para trás no tempo, até 1995, através do qual estava gravada na minha memória ao assistir no Cine Tambaú (Hotel Tambaú) essa obra clássica, tendo como protagonistas famosos Clint Eastwood e Meryl Streep.
            É a história de Robert Kincaid, fotógrafo internacional, e Francesca Jonhson, mulher de um fazendeiro do Iowa (EUA). Ele, 52 anos, é um fotógrafo a serviço da revista National Geographic. Viajante estranho, quase místico, dos desertos árabes, rios distantes e cidades antigas, ou seja, um homem que se sente fora de sintonia com seu tempo. Já Francesca, 45 anos, outrora uma jovem noiva de guerra da Itália, vive nas colinas do sul de Iowa com as memórias bruxuleantes de seus sonhos de garota.
 Pois é. Cada um deles vive seus dias em sossego; mas quando Robert Kincaid viaja através do calor e da poeira de um verão de Iowa e entra pelo acesso da fazenda dela para pedir informações, as ilusões de ambos se desfazem e os dois são reunidos por uma experiência de beleza incomum e atordoante, uma experiência que irá obcecá-los para sempre. 
Detalhe: sempre fui fisgado pela glória e pelo romantismo da fotografia, e agora, pela revelação de Robert Kincaid, de que a luz é que fotografa, não os objetos. Se a luz for boa, poderá encontrar algo para fotografar.
O resultado dessa belíssima história é uma experiência apaixonada e profundamente comovente em prosa lírica.

                        
                            LINCOLN CARTAXCO DE LIRA
                                  lincoln.consultoria@hotmail.com
                               Advogado e mestre em Administração
           
           

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

A inteligência faz a diferença


            Bem lembrou Pedro Bial, quando disse o que mexe com libido das mulheres não é a beleza física é a inteligência. Tanto que revista de homem nu só vende para gays.           
É comum se ouvir que o poder de um ser humano não está na sua musculatura, mas na sua inteligência. Os fracos usam a força, os fortes usam a inteligência e a sabedoria. Há uma anedota que eu conheci recentemente que traduz bem essa assertiva.
            Uma senhora muito distinta estava em um avião vindo da Suíça. Vendo que estava sentava ao lado de um padre simpático, perguntou: desculpe-me, padre, posso pedir-lhe um favor? Claro, minha filha, o que posso fazer por você? É que eu comprei um novo secador de cabelo sofisticado, muito caro.
            Continuando: eu realmente ultrapassei os limites da declaração e estou preocupado com a Alfândega. Será que o senhor poderia levá-lo debaixo de sua batina? Claro que posso, minha filha, mas você deve saber que eu não posso mentir. O Senhor tem um rosto tão honesto, padre, que estou certa de que eles não lhe farão nenhuma pergunta. E lhe deu o secador.
            O avião chegou ao seu destino. Quando o padre se apresentou à Alfândega, perguntaram-lhe: padre, o senhor tem algo a declarar? O padre prontamente respondeu: do alto da minha cabeça até a faixa na minha cintura, não tenho nada a declarar, meu filho.
            Achando a resposta estranha, o fiscal da Alfândega lhe inquiriu: e da cintura para baixo, o que o Senhor tem? Eu tenho um equipamento maravilhoso, destinado ao uso em especial para as mulheres, mas que nunca foi usado.
            Caindo na risada, o fiscal exclamou: pode passar, padre! O próximo...
            Fica a lição: a inteligência faz a diferença.
            Não é necessário mentir, basta escolher as palavras certas.


                                                       LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                        lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                    Advogado e mestre em Administração


           

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Prêmio da beleza

            Meu velho amigo Cordeiro, como sempre inteligente e bom humor, enquanto arrumava os óculos Ray-Ban no rosto, disse-me que “A beleza é o capital da mulher, e o capital é a beleza do homem”.
            Confesso: fiquei curado de meu sentimento de ignorância a respeito dessa citação. Tive uma “cura mental”, seja lá o que for isso. Mas, peraí, temos de ter cuidado com tal estereótipo. Pode parecer engraçado. Para muitos, pode soar como coisa menor.
            Os antigos achavam que o homem ideal deveria ser trabalhador, inteligente e dedicado à família. Como não precisava ser perfeito, podia ser feio. Já a mulher, inconstante, ingênua, curiosa e faladeira, tinha de ser bonita.  Não é por acaso que “As feias que me perdoem, mas a beleza é fundamenta”, já reverberava Vinícius de Morais. Garante o provérbio americano “Se o olho não admira, o coração não deseja”. É por isso que “A feiúra é o grande aliado da castidade” e “Mulher bonita já nasce noiva”.
            A vantagem de que elas gozam é significativa. Há pesquisas mostrando que gente atraente tende a ganhar mais, receber melhores avaliações na escola e no trabalho, vencer mais eleições e até a relatar maiores níveis de satisfação com a vida (felicidade). Mesmo quando pisam na bola e vão a julgamento, as bonitas têm maiores chances de ser inocentadas. 
            Mas não só isso: o fenômeno, conhecido como “prêmio beleza”, pode ser quantificado. O economista Daniel Hamermesh estimou que, nos EUA, pessoas cuja aparência é considerada acima da média conseguem salários de 10% a 15% maiores que os de seus pares menos afortunados. Gente atraente tende a ter melhor desempenho em áreas como vendas e relações públicas, sem mencionar carreiras artísticas.
            O difícil é convencer o cérebro que as curvas do rosto dizem algo sobre o caráter de uma pessoal. Ou seja: convencê-lo de que essa relação é deverasmente espúria.


                                                      LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                       lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                       Advogado e mestre em Administração
               

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Música e álcool


            Outro dia liguei o rádio do meu carro e casualmente sintonizei num programa que apresentava músicas sertanejas, que só falava de bebedeira. Do tipo: “Eu vou morrer, eu vou morrer / Eu vou morrer, mas eu não paro de beber”, uma canção de Gusttavo Lima.
            Longe de ser um moralista de botequim, sou completamente contra esse tipo de mensagem musical, estilo de mau gosto. Ah, nós somos tupiniquins, tropicais e é assim mesmo que provoca a sedução por tais canções. Não, não é para ser assim.
            Temos vivido uma apologia ao álcool sem precedentes. Tudo isso decerto oferece grande volúpia, provocada na busca pela sensação de liberdade e prazer. As palavras são traiçoeiras, dizem que a língua é o que há de melhor e de pior do mundo.
            Acreditem: a relação entre “música e álcool” passou a fazer parte do conteúdo lírico da música contemporânea. Nas letras, aborda o consumo de bebidas alcoólicas a uma vida de luxo, de festas, de baladas, de sexo ou de sanar mágoas amorosas.
            Perguntei-me o que a turma original da Bossa Nova acharia dessa degringolada onda musical. Mesmo sendo eles fiéis à seita do malte ou outros drinques, jamais fizeram apologia em ralação ao álcool em suas composições. Bebericavam para molhar as palavras e fazer belas canções.
            Tom Jobim, por exemplo, até os 30 anos dedicou-se à cerveja e ao chope, depois ao uísque. Já o poeta e diplomata Vinicius de Morais era o homem do uísque. Baden Powell era decididamente fã da Escócia (...). Ronaldo Bôscoli tomava um drinque típico dos anos 50: cuba livre (rum com coca-cola) e por aí vai.
            Já está mais do que na hora de os verdadeiros compositores começarem a assumir uma posição sensata de orientação ao seu público, sem a necessidade de viés ideológico, tampouco de linguajar chulo e de palavrões inconsequentes.


                                        LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                        lincoln.consultoria@hotmail.com
                                        Advogado e mestre em Administração