O
número de consumidores que utilizam o crediário no Brasil cresceu 54% em
2018, na comparação com o ano anterior. O valor médio da compra utilizando essa
forma de pagamento também aumentou no período.
O tradicional carnê de pagamento tem
sido a forma preferida de pagamento por quem não pode comprar à vista e prefere
não usar cartão de crédito ou cheque para parcelar. A verdade é que essa modalidade ganhou força
recentemente por causa da recessão. Driblando, com isso, o aperto existente no
orçamento do consumidor.
Todavia, alguns varejistas ainda
receiam em adotar o crediário próprio por medo de não receber e acabar ficando
no prejuízo. Ora, se bem gerenciado pode funcionar como uma excelente
estratégia para o controle da inadimplência. Além de uma boa ferramenta de
análise de crédito, deve-se consultar aos órgãos de proteção ao crédito antes
da abertura do crediário. Detalhe: o cliente e o crédito são seus e não do
banco ou da administradora de cartões.
Tenho um amigo, Cordeiro, que me
falou que não usa mais o cartão de crédito e tampouco o cheque, pois tem a vaidade
de dizer que é PhD na modalidade de pagamento pelo crediário. “Pô, só de bater
o olho numa placa avisando que tem crediário, eu já entro na loja. Sempre fui
fiel ao fiado”. Comenta-o, com seu bigodinho hitlerista, eriçando ainda mais as
sobrancelhas.
Lembro-me bem de uma regra que era
repetida à exaustão, quando trabalhava na CICLO-Cia.Brasileira de Serviços
Fiduciários, no início da década de 70: “Vender mais para quem pode pagar mais
e vender menos para quem pode pagar menos”. Isso ficou cravado até no meu
inconsciente, de tão realista que é.
Trocando em miúdos, se você é
lojista, pode aproveitar esta tendência para investir no crediário como uma
alternativa para atrair novos compradores, fidelizar clientes e aumentar a
lucratividade com as vendas a prazo.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração