Está mais que na hora de
substituirmos o binóculo por lupas – que nos permitam enxergar mais, ver tudo
com mais detalhes, e observar melhor que o Estatuto de Desarmamento (lei
10.826/2004) foi “vendido” pela propaganda oficial como panaceia para acabar
com o crime violento.
Como diziam os nossos avôs, o povo
comprou gato por lebre ao receber o referido estatuto. Tudo graças à lógica
invertida do desarmamento: entregue suas armas e você estará mais seguro. A
verdade é que o diagnóstico precisava ser exato, porque tratar uma pneumonia
como se fosse um resfriado mata o doente. Mas tratar uma gripe dando remédios
para tuberculose também pode matar.
Pelo número total de homicídios no
Brasil: 2003=51.043; 2004=48.374... 2008=50.113; 2009=51.424; 2010=52.257;
2011=52.197 e 2012=56.337, fica claro pelos dados dos anos seguintes que o
Estatuto do Desarmamento (01/07/2004) não reverteu à tendência de alta nos
homicídios.
Outra observação interessante,
registrada no livro “Mentiram para mim sobre o desarmamento”, de autoria de
Flávio Quintela e Bene Barbosa, são mais perigosas (acidentes) as atividades de
andar de bicicletas, limpar a estante, nadar e dirigir do que possuir uma arma
em casa.
É duro dizer: os cidadãos ordeiros
que possuem uma arma em casa para sua própria defesa e que depois de entregá-la
ao governo passarão a fazer parte dos brasileiros que não tem nada a fazer no
caso de serem atacados por um criminoso, a não ser pedir para Deus que nos
livre do pior e aguardar pacientemente a chegada, sempre atrasada, da polícia.
Estamos carecas de saber que os criminosos
buscam sempre os alvos mais fáceis, e muitas vezes preferem ser pegos pela
polícia a enfrentar uma vítima armada, por um simples motivos: a possibilidade
de sair vivo com a polícia é maior.
Faz todo sentido. O Estatuto do
Desarmamento conseguiu fazer foi justamente eliminar esse elemento de surpresa
da atividade dos criminosos: hoje eles podem entrar em qualquer residência ou
comércio com a certeza quase absoluta de que não haverá armas no local, e de
que a chance de se darem mal nessa ação será mínima.
Basta um olhar racional para
perceber num país com os índices de violência em nível alarmante, como é
atualmente no Brasil, ter uma arma em casa é muito mais vantajoso e menos
arriscado do que a maioria das pessoas imagina.
Conversando comigo mesmo. Ora, se o
Estado não faz sua parte e não consegue proteger o cidadão, este deve ter o
direito de proteger a si mesmo e de proteger sua família.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre
em Administração