terça-feira, 25 de outubro de 2016

Teto de gastos

            Ainda bem que a PEC 241, na 2ª votação na Câmara, teve a sua aprovação. Agora, ela segue para o Senado, que, certamente, será também aprovada.
            Pelo jeito, acabou o Kit de alta ajuda proporcionado pelo populismo escancarado dos governos petistas. Seria uma hecatombe econômica sem precedentes, caso essa PEC           não tivesse êxito na referida votação.
            A PEC 241, no momento, é a proposta mais viável para conter a sangria nas contas públicas e combater a crise econômica. É um remédio amargo e necessário. A dívida do Brasil avançou de 53% do PIB em 2010 para 70% atualmente. Sem a sua aprovação, ela pode atingir 100% em 2020 e continuar a crescer.
            Vale ressaltar que a proposta da PEC prevê a possibilidade de revisão da regra a partir do décimo ano, ao longo dos 20 anos de vigência, por um projeto de lei complementar (PLP). A medida visa reaquecer a atividade econômica mais forte e sustentável. É aquela coisa: se a economia for estabilizada, o País volta a crescer e gerar mais emprego, reduzindo a pobreza em escala maior que qualquer programa social.
            É bom lembrar que só depois que Dilma foi afastada profilaticamente da Presidência da República é que o povo (cansado e desiludido) teve real situação do Brasil. E a resposto veio de forma fulminante através do resultado das últimas eleições.
            Ora, o essencial é que, após anos de insensatez, há um firme compromisso de o governo Temer em recolocar ordem na casa. Sair da irresponsabilidade administrativa e política, de quem pôs o Brasil à beira da falência.
            Estão atirando pedra na Geni, na PEC 241. É lastimável que haja um pequeno movimento contra essa proposta. Não adianta o contorcionismo retórico para fazer uma coisa parecer outra. A cada nova crítica, verifica que o comentário fajuto vai-se dissipando. Considero, pois, uma tirinha sem graça, mal-humorada, além de não ser nada criativa.
            A verdade é que a farra foi muito grande. Chegou a hora de mudar.

                                                      
                                                    LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                     lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                       Advogado e mestre em Administração

            

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Despede-se o idealizador das UPPs

            O Brasil parece distante ao debate sobre segurança pública, na ocasião em que o crime organizado exibe musculatura e reforça a violência e a crueldade, cada vez mais.
            Há um sentimento difuso e generalizado de que é preciso “pôr fim a violência”, pelo menos, atenuar. E sempre que ouço alguma autoridade dizendo que fez grandes avanços no combate à criminalidade, esse papo me dá um pouco de sono. Tipo papinho cabeça de pseudo-intelectual que se acha craque nas questões de segurança.
            Foi impactante o pedido de exoneração de José Mariano Beltrano, secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, desde 2007, o mais longevo da referida pasta. Um profissional (delegado) da Polícia Federal que implantou uma linha de trabalho baseada em inteligência e metas de longo prazo, no lugar da força bruta e do casuísmo político.
            Por meio de sua principal marca, as UPPS- Unidades de Polícia Pacificadora, buscou superar a relação conflituosa entre agentes da lei e moradores de bairro marcados pela violência. Vai ser muito difícil, senão impossível, continuar com o projeto ideário das UPPS com atual penúria financeira do Rio, cujo resultado, no Estado, a taxa por 100 mil habitantes caísse de 41,3, em 2006, para 25,4, em 2015; na capital, houve redução de 40,2 para 18,5, nesse período.
            Gosto de afirmar que a Cidade Maravilhosa é uma cidade incompleta - apesar de toda sua beleza e encantamento -, em razão da falta de segurança. Esse sentimento não é só do carioca, mas de todos aqueles que a visitam.
            Posso estar ficando gagá, mas, por mais que reflita, entendo que foi decepcionante a manifestação do governador do Rio, Pezão, como Pilatos, ele simplesmente lavou as mãos e lamentou a saída do seu secretário Beltrano. Mesmo em tempos bicudos, prefere está tratando de miudeza de outras políticas públicas.
            Mais uma jabuticaba imperdoável de nossos gestores é ficar refém da bandidagem por causa da falta de recursos financeiros. Enquanto a população fica à deriva e à espera que algo aconteça.

                                          LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                          lincoln.consultoria@hotmail.com
                                            Advogado e mestre em Administração

            

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Fenômeno Doria

            O resultado do processo eleitoral da cidade de São Paulo representa o cansaço da velha geração de políticos, que persiste estar na ficha suja e que se faz de surdo, ignora o anseio da sociedade, o clamar das ruas. Como se não bastasse o discurso falso de sempre do “não sei, não foi comigo, não conheço”.
            E o protagonista emblemático dessa virada é o profissional bem sucedido João Doria, onde os semideuses do marketing político o achavam coxinha demais, rico demais, presunçoso demais. Só que ele traz na garupa a solução para os vários problemas da cidade.
            Pequenos detalhes. O mote adotado de campanha de Doria era “não sou político, sou gestor”. Apresentava-se como um candidato independente, “sem conchavos político-partidários”, cuja garantia de uma boa gestão baseava-se nas promessas de uma administração enxuta, ocupada por especialistas sem ligação com apadrinhados. Afora o seu senso de oportunidade aguçadíssimo e o olhar sensível aos pormenores.
            Outro ponto digno de nota é como um neófito nas urnas, no curtíssimo período, sair dos 5% das pesquisas de intenção de voto e alcançar os 53,29% do total de votos apurados pelo TSE. Ora, além do que já foi dito, ele teve a firmeza, por conta própria, decidir as estratégias de contornar, driblar, ignorar ou implodir situações adversas.
            Imperativo que, passado o pleito das eleições, os políticos reflitam, antes de comemorar qualquer vitória do partido ou do candidato, que existe um sentimento forte de aversão geral pela política, expressa nas abstenções, nos votos em branco e nulo.
            Abro aqui um parêntese. Recentemente estava num restaurante da cidade, quando um senhor, sentado bem próximo a minha mesa, com um sotaque paulista carregado, e fumava com sofreguidão, com gestos abruptos, então comentava: “Doria foi ungido pela sua competência na iniciativa privada. Aqui está a diferença plausível entre um político profissional e um gestor profissional”.
            Agora, é só aguardar o resultado de sua competência.


                                               LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                               lincoln.consultoria@hotmail.com

                                                  Advogado e mestre em Administração