quarta-feira, 29 de março de 2017

Seja bem-vindo, meu neto

            Cresci ouvindo meu pai dizer que avô é pai duas vezes, tanto do filho quanto do neto. Essa sensação ficou mais forte agora com a chegada do meu primeiro neto, Adam Lopes Cartaxo. É pena que não pudesse curtir a sua chegada, mas a vovó Socorro viajou para Austrália com o propósito de acompanhar e registrar esse momento mágico ocorrido na última sexta-feira.
            A esta altura da vida, eu pensei que já tinha vivido muitas experiências e que não conheceria novas sensações. Aí então nasceu você, netinho Adam, para encher meu coração de felicidade e amor.
            Estou vibrando a poder brevemente segurar o meu lindo neto nos braços e renovar a emoção de ver a minha família crescer. Sua vida doravante está preenchida de amor, que a sua vida seja abençoada pela mais sublime das felicidades.
            Gosto sempre de assinalar que todos nós temos nosso ouro oculto, talentos e virtudes para realizar algo extraordinário. Assim peço a nosso bom Deus para que você lute na busca do seu ouro. Faça suas escolhas, busque aquelas que vão completá-lo, não aceite nenhuma escolha que o distancie de você mesmo. Prefira sempre sua verdade.
            Como disse santo Agostinho: “Ninguém faz bem o que faz contra a vontade, mesmo que seja bom no que faz”. Tenha liberdade, meu netinho Adam, de fazer suas escolhas. Sem missão sua vida fica como uma refeição sem gosto, um barco sem leme. Jamais deixe que as circunstâncias da vida dirijam seus caminhos. Ouça sua vocação. Faça o que seu coração manda. Seja fiel a sua essência.
            Saiba meu pequeno neto que a cada etapa da sua vida será uma vitória para mim. Quero ser um avô amigo e presente, apesar da distância que ora nos impõe. Decerto isso não será obstáculo, porque o amor que sinto por você não cabe sequer no meu coração.
Seja bem-vindo ao mundo, pequeno rebento de glória!


                             LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                              lincoln.consultoria@hotmail.com

                                  Advogado e mestre em Administração

terça-feira, 21 de março de 2017

Reforma da Previdência

            Não existe argumento que rebate a constatação de que o modelo atual de nossa Previdência é insustentável no tempo. Não há horizonte azul. Nos últimos anos, seus gastos cresceram exponencialmente e achataram demais as despesas.
            Temos que evitar o bate-boca ridículo e palanqueiro de que nada precisa mudar na Previdência. É pura hipocrisia. É liquido e certo que o Brasil envelheceu e esse processo vai se acelerar muito nas próximas décadas. Até 2025, a atual população de idosos deverá crescer 50% e, até 2050, será por 2,5 vezes maior que agora.  Com as regras atuais, será impossível manter pagamentos dignos de aposentaria para todos os brasileiros. Neste particular, não contam com a minha bênção. Temos que mudar!
            Na ponta do lápis, não tem outra saída. Sem as devidas mudanças, os benefícios previdenciários superariam 70% do orçamento público já em 2030. O Brasil gasta cerca de 12% do PIB com aposentarias, incluindo os pagamentos aos trabalhadores da iniciativa privada e do serviço público. Chega uma cifra descomunal de R$ 740 bilhões. Trata-se de uma montante equivalente a mais de 11 vezes o orçamento de investimentos do governo federal.
            Não vamos maquiar a realidade como o politicamente burro faz. Ou seja, não podemos deixar de registrar que, embora a expectativa de vida dos brasileiros seja de 75 anos, na média, segundo o IBGE, os Estados do Nordeste – especialmente Maranhão, Piauí e Alagoas – ficam abaixo disso, por volta dos 68 anos.
            Convém notar, caso for implantado a idade mínima de 65 anos, ninguém irá se aposentar nessa região, todos morrerão no batente, sem direito a uma vida tranquila depois tantos anos de labuta.
            Não se sabe ao certo, por fim, como vai ficar a nossa Previdência, mas que vai mudar, com certeza que sim. É o desafio. O Brasil não pode esperar.


                                                 LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                  lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                       Advogado e mestre em Administração



terça-feira, 14 de março de 2017

É outro Brasil

            Não tem coisa melhor do que viajar, conhecer o mundo, somar conhecimentos... Como se diz: viajar é mudar a roupa da alma. Pensando nisso, programei mais uma viagem com minha consorte Socorro. Agora, com destino ao Estado do Mato Grosso do Sul, particularmente à cidade de Bonito e ao Pantanal.
            É outro Brasil que é possível. Completamente diferente daquele que conhecemos: país periférico, desigual e injusto. Uma região cheia de oportunidades de investimento e desenvolvimento. A comparação é perceptível.
            Mas tem tudo haver, em razão da vocação natural para o agronegócio decorrente às suas características e diversidades, principalmente encontradas no clima favorável, no solo, na água, no relevo e na luminosidade. Não é por acaso que o referido Estado tem dado uma expressiva participação na economia, onde o Brasil já é primeiro produtor mundial de café, açúcar e laranja; primeiro produtor de cana e açúcar e líder na exportação de açúcar e etanol; primeiro exportador mundial de carne bovina e de aves e segundo produtor mundial de soja.
            Por outro lado, a cidade de Bonito vive um boom de desenvolvimento turístico.  Que lembra um pouco a cidade que nasci, Cajazeiras. Cada um na sua área, cada macaco em seu galho, cada gado em seu terreiro, cada rei em seu baralho.
O passeio pelas Cachoeiras Serra da Bodoquena é emoção e aventura para todas as idades. Uma beleza incomum. A luz do sol entra na gruta e reflete na água, causando um efeito sensacional. Confesso: eu me sentia naquela floresta o próprio Indiano Jones hollywoodiano. Já no Pantanal, salta aos olhos a perfeita harmonia com a natureza. O que garante a observação de várias espécies da fauna e flora pantaneira. Uma revoada de bando de asas-brancas nos proporcionou verdadeira aula de beleza e refrigério. Não se trata aqui joguete de adjetivos, mas de uma realidade inquestionável.
Daí que.., daí que o espaço acabou. Que pena!!!


                                            LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                             lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                Advogado e mestre em Administração




terça-feira, 7 de março de 2017

Oswaldão Pantaneiro

            Neste carnaval procurei me afastar completamente da folia. Pra isso, programei, juntamente com a minha consorte Socorro, uma viagem ao pantanal do Mato Grosso do Sul. Relato que farei na próxima semana.
            Na conexão do voo da citada viagem, em Brasília, eu encontrei no aeroporto meu amigo de colegial Fernando Andrade. Abraços fraternos de mais pura amizade, além das lembranças dos seus “causos” que sempre trazem o riso facilmente ao rosto da gente. Aproveitando a oportunidade, ele me contou a última do “Oswaldão Pantaneiro”- registrada pela sua filha Raquel Anderson.
            Com seu jeitão - ora rude, ora doce - Oswaldão era um sujeito instigante, com uma personalidade muito forte, com trejeitos e vocabulários pantaneiros. Numa ocasião de retorno ao consultório, seu médico (que já tinha uma excelente relação de amizade) encontrava-se de férias e era uma médica que o substituía.
            Haja sua esposa, dona Dodô, procurar o danado dos seus exames na bolsa de mão. Quanto mais ela virava a tal bolsa atrás dos exames, mais nervosa ficava. Oswaldão, por sua vez, suspirava, balançava a cabeça e comentava: -“Eeee mulher veia atrapalhada!! Não liga não doutora, ela é assim mesmo, não perde a bunda porque é grande e grudada!!”.
            Após todo esse frenesi, verificados os exames, a médica concluiu que Oswaldão teria que se submeter a uma intervençãozinha cirúrgica para tratar de uma orquiectomia (retirada do testículo). Muito bem, finalizou a conversa, com a cara amarrada e desconfiada, ele se levantou, limpou a garganta, e perguntou a médica: - “Doutora, por obséquio, a senhora tem pai?”. E ela: -“Tenho sim, e ainda é saudável, graças a Deus!”. E ele: -“Então a senhora faça o seguinte: vai capar seu pai, sua chata!”.
            P da vida, encerrou ali a conversa.


                                                           LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                 lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                               Advogado e mestre em Administração