terça-feira, 30 de julho de 2019

Cuba em transição


            Uma visita a Cuba é uma espécie de viagem no tempo. Por causa dos prédios art déco ou dos carros antigos, principalmente da Ford e da Chevrolet. Além disso, é uma nação pacífica e estável, com belezas naturais e arquitetônicas excepcionais.
            Olhando adiante, observa-se que Cuba tem um alto nível de educação científica e cultural. O país desfruta de um sistema gratuito de saúde, o que explica a baixa mortalidade infantil, a alta esperança de vida e o fim de doenças tropicais. A segurança social é abrangente, e a delinquência, mínima. Pois é considerado um país mais seguro do mundo. O importante: as drogas não são um problema nacional.
            Na prática e no grosso, o maior problema de Cuba é ainda a falta da oferta de empregos. “Que adiante um alto grau de instrução e não termos remuneração decorrente desse conhecimento”, assim me foi revelado por um contabilista quando lá estive em 2015.  
            Fiquei deslumbrado com a frota de carros (décadas de 50 e 60) desse país. Quem usa carro é gente que tem dinheiro ou taxista. Praticamente todo mundo que tem um é mecânico – eles sabem montar e desmontar o próprio carro. Conseguem aproveitar peças de outro veículo ou fabricá-las.
            No passado, Cuba oferecia aos EUA recursos, lindas praias, uma música universal, rum, tabacos e belas mulheres. Serviu de centro de prazer para seus militares e mafiosos, proprietários de importantes hotéis e cassinos, onde proliferaram drogas.
            Infelizmente, agora, Donalt Trump reverte o pouco obtido com Barack Obama ao introduzir medidas que visam asfixiar definitivamente tal país. Não consigo enxergar atitude desse estadunidense. Ele tem que ver a situação cubana igual como ela é, não por um robô, um aspirador apenas ideológico, mas por um observador atento, sensível, inteligente.
            Vejam só: Cuba atualmente é um desastre econômico mas existem chances de tempos melhores. Não nos iludamos.

                                                 LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                  lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                             Advogado e mestre em Administração

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Entusiasta pela vida


            Na próxima sexta-feira, estaremos comemorando a passagem de aniversário do nosso amigo Dr.Péricles Serafim, médico e escritor, com relevantes serviços prestados à sociedade paraibana. Quem me dera chegar aos 80 anos com toda a disposição que ele tem!
            Que Deus siga iluminando o seu caminho, assim como fez durante todos esses anos. Ele merece todas as coisas boas que existem. Ele é a prova de que a idade é só um número e que as bobagens enfrentadas por ele nesta vida foram descartadas sem piedade. Por isso, que dentro dele existe um espírito jovem e aventureiro que está sempre pronto para a próxima.
            Tal acontecimento me leva uma reflexão profunda sobre a importância de deixar as bobagens do dia a dia de lado e mergulhar nas coisas que realmente importam como a homenagem de aniversário de Dr.Péricles. Pois quando nos encontramos a primeira pergunta que me faz é: “Que livro você está lendo?”. Ele é aquela lufada de ar fresco para resgatarmos nosso amor pelo País, é aquela pessoa culta e de sorriso aberto que traz luz ao mundo.
            A vida é curta como todo mundo sabe. Faz diferença saber disso? Para mim, faz. Simplesmente pelo fato de só dar valor aquilo que realmente interessa, rejeitando as bobagens da vida que só funciona como perda de tempo. Tipo: reuniões inúteis, disputas sem sentido, burocracia, lidar com os erros das outras pessoas, engarrafamentos e passatempos que são viciantes, mas não compensam.
            Talvez uma solução melhor seja olhar o problema a partir de outra perspectiva. Cultivar um hábito de paciência com as coisas que você mais quer fazer. Não espere para escalar aquela montanha ou escrever aquele livro que tanto almeja. Não espere.
            É isso que faz o meu fraterno amigo Dr.Péricles ser um entusiasta pela vida. Sabe mais que ninguém desacelerar o tempo para só dar importância às coisas boas que a vida oferece. Parabéns!!!


                                              LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                               lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                  Advogado e mestre em Administração

terça-feira, 16 de julho de 2019

Necessidade das reformas


            Vou pegar carona, surfar na crítica certeira feita pelo o ex-empresário Delir João Milanezi, quando diz, em alto e bom som, que a melhor venda que fizemos na Pisoforte, foi a da empresa. Chega de sindicato, de ações trabalhistas esdrúxulas, de fiscais do ministério do trabalho, da fazenda estadual, da receita federal, do CREA, do CRQ, do CRA, da Fatma, dos bombeiros, da Prefeitura, do capeta et cetera.
            Ainda que cauteloso nas palavras, porém com sua proverbial ironia e bom humor, confessa que agora, é só ir à CEF ver quanto rendeu a aplicação, torcendo para que os juros aumentem, e aproveitar o tempo para viajar. Infelizmente, neste país, empresário é taxado como safado ou sonegador.
            Para evitar esse tipo de situação acabrunhante, mais do que nunca, é necessário que ocorra a reforma da previdência, da tributária, das privatizações para melhorar o ambiente de negócios, de uma agenda que resgate a estabilidade e a confiança sem sobressaltos. Acabando, assim, com o clima de paralisação que atingem os pequenos negócios às grandes empreiteiras.
            Hoje, a legislação vigente, além sobrecarregar as classes menos favorecidas da população, frequentemente representa um trave para o desenvolvimento dos empresários e micro empreendedores.  A reforma tributária figura entre os principais itens da agenda de prioridade do governo. O Brasil ocupa o segundo lugar em participação das receitas tributárias no PIB (32%) em comparação a países da América Latina, da OCDE e grandes mercados emergentes. A Argentina é o único país que arrecada mais impostos que o Brasil.
            Espera-se que os políticos e os técnicos do governo não percam de vista o objetivo principal da reforma: um sistema tributário mais simples, menos oneroso e, portanto, mais eficaz, que arrecade as receitas que o Estado precisa, mas sem sobrecarregar o setor privado.
           
                           
                                                 LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                  lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                    Advogado e mestre em Administração


terça-feira, 9 de julho de 2019

Fundo dos sonhos


            Com o aumento da longevidade, ser velho não tem de ser algo depreciativo, pois estamos chegando às idades avançadas de uma forma diferente: por serem mais seguros e corajosos e por terem credibilidade, mais tranquilidade, liberdade e respeito.
            Ressaltando, hoje em dia, que eles têm feito parte do dia a dia de muitos dos que passaram dos 60 anos, e olha que no Brasil já são mais de 30 milhões, segundo o IBGE.
Um bom exemplo dessa compreensão é Helena Schargel, de 79 anos, no palco de um auditório lotado em São Paulo, ela desamarra o cinto de vestido preto, despe-o e caminha pelo tablado só de calcinha, sutiã e tênis, sob aplausos, durante 35 segundo.
            Helena, estilista e chef, é uma mulher à frente do seu tempo. Quando se propôs ser a garota-propaganda de uma linha de lingeries para maiores de 60 anos foi sua exigência, cuja ideia levou a uma amiga industrial.
            Sempre deslumbrante, com 1,70 m, elegante, bem penteada e bem maquiada, articulada e envolvente quando fala, ela viu se multiplicarem os convites para palestras em que divulga a mensagem que quer associar à sua linha de lingeries: “Cada peça da coleção tem que dizer ‘você pode tudo, tem mais uma vida a ser vivida, e ela pode ser a melhor de todas’”.
            Ela confessa, no bate-papo com os seus admiradores, que o sonho é viável também para quem não tem dinheiro, experiência e conexões. E se a gente se envolve com algo que dá prazer, a chance de sucesso é maior.
            O corpo não é o mesmo, mas a mente nunca definha. A prova está aí: a Helena de sucesso. Viúva há sete anos, deu-se mal com a curta aposentadoria, em que ocupava o tempo com ginástica e terapia.  “Nada me dava tesão, e sou movida a tesão”, comenta.
            Afinal, mesmo passando a barreira dos 60 anos, continuo com a força que vem de meus sonhos (como Helena) e do reconhecimento de minhas conquistas. Como no processo de criação de um “fundo dos sonhos”. É por aí.

                                      
                                           LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                           lincoln.consultoria@hotmail.com
                                             Advogado e mestre em Administração



terça-feira, 2 de julho de 2019

A força de Moro


            Pormenores merecem registros. É que o ladrão continua ladrão, o corrupto, corrupto, e o assassino, assassino, ainda que o juiz fale com o promotor. Elementar. Uma eventual nulidade num processo não retira a mácula do réu, máximo no aspecto moral, mesmo pela justificativa por vício de natureza técnica.
            Lamentavelmente, boa parte da mídia, sob diversos pontos de vista, está criticando (sei lá: inveja e/ou represália) esse grande brasileiro chamado Sérgio Moro por um eventual deslize cometido quando exercia a função de magistrado. Diante da tarefa que ele comandou contra diabólica corrupção, essas críticas são ridículas. Qual outro que teve a coragem de enfrentar a corrupção e a banda podre da política?
            Aliás, onde estão o combinado, o conluio, a trama ardilosa e vil entre os procuradores e juiz? Onde estão os diálogos que revelam alguma prova forjada em processo judicial? Ou alguma combinação com instâncias superiores? Há? Não há. Do contrário, o Brasil voltaria a ser a república de bananas que acreditamos estar superada.
            O trabalho feito por Moro, quando era juiz da operação Lava Jato, teve o seu reconhecimento no mundo todo por ter revelado a “promiscuidade do poder”, prendendo principalmente os bandidos de “colarinho branco”. Transformando-o como ícone no combate à corrupção no País.
            Não sei porque, as revelações trazidas ilegalmente pelo The Intercept Brasil, me fez lembrar por um instante a “Quinta” sinfonia de Beethoven, a mais conhecida do planeta, com as quatro pancadas iniciais: tchan-tchan-tchan-tchaaan! Como se esse toque musical fosse o resplandecer, o êxtase pela liberdade de todos os corruptos e parceiros. Ainda bem que foi só pura imaginação.
            O Moro pode ter diminuído de tamanho, mas, segundo a pesquisa da consultoria Atlas Político, ainda é o agente político mais popular do País, e a Lava Jato segue com apoio e credibilidade.
           

                                         LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                          lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                           Advogado e mestre em Administração