domingo, 27 de dezembro de 2015

Criatividade

            Mais dois dias e lá se vai 2015, um ano perverso na área política, e sofrida para a economia.  E para enfrentar essa situação, no quesito “economia”, só tendo muita criatividade. Aprendi desde cedo que a criatividade ou você tem ou não tem, não há meio termo. Ser criativo é enxergar melhor em qualquer cenário. No mundo corporativo, temos vários exemplos de figuras que se destacaram pela criação, cada um da sua maneira, como Henry Ford, Steve Jobs e Bill Gates, cujo estilo revolucionou o mercado de consumo.
            Outra vez volto a lembrar o grande mestre da publicidade, Nizan Guanaes, quando diz: “Enquanto eles choram, eu vendo lenços”. Em tempo de crise como a que o País atravessa hoje, não adianta se queixar e tampouco esperar por um milagre para continuar na concorrência por uma fatia de mercado.
            Pensando bem, é na crise que surgem as boas oportunidades de se fazer negócios. E não podemos negar que o brasileiro é um povo criativo e se reinventa nessas ocasiões – tem nisso como cunho pedagógico. Não é preciso ir muito fundo para perceber que o criativo de hoje é o que sabe usar adequadamente todas as suas experiências anteriores a seu favor na hora da elaboração de uma nova ideia.
            À luz dessa compreensão, logo me vem à cabeça uma genial historinha que bem demonstra a força da criatividade. Então. Um cabeleireiro fazia um trabalho tão bom que, com o tempo, conseguiu formar uma grande clientela. Seus cortes e penteados eram incríveis, e estavam sempre se atualizando na moda. Como oferecia um serviço de qualidade superior, seu salão era o mais caro e famoso da região.
            Um dia, bem em frente ao seu estabelecimento, abriu outro salão que oferecia os serviços pela metade do preço. Isso o deixou muito preocupado, e com razão. Não podia baixar os preços, pois isso faria com que os clientes questionassem seu prestígio e sua trajetória. Além disso, se reduzisse os preços, não poderia arcar com os gastos do salão. Percebeu que pelo menos metade dos seus clientes se sentiria tentada diante dos baixos preços da concorrência.
            Aflito, o cabeleireiro passou a noite em claro. Até que, quando estava quase dormindo, teve uma ideia. Em seguida, vestiu-se, foi o salão e afixou um enorme cartaz que dizia: “Aqui consertamos o seu corte barato”.
            Anotem aí. Mentes criativas sempre sabem sobreviver a crises.
            

                                                                       LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                       lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                             Advogado e mestre Administração                                                                                                                                                                                                                                                

                                                                  

domingo, 20 de dezembro de 2015

Acreditar em Papai Noel

            Sempre encaro o Dia de Natal como um momento doce e cheio de significado para as nossas vidas. Notadamente para os empreendedores que acreditam em Papai Noel. São crianças grandes que acreditam em coisas mágicas e impossíveis.
            Um dos mais célebres nomes do mercado publicitário, Nizan Guanaes, diz com muito brilhantismo, que os caras (empreendedores) que acreditam em Papai Noel são os que mudam o mundo, constroem empresas, fazem a humanidade avançar. Como exemplo, ele cita Marcel Herrmann Telles, da Brahma, que acreditou em Papai Noel, quando sonhou um dia em comprar a Budweiser. Por lutar e confiar nisso, o bom velhinho ouviu seus pedidos.
            Já uma vez escrevi que Papai Noel tem um olhar mais reservado para quem sonha, para quem faz coisas que só os sonhadores fazem. Sonhar é bom. Faz bem à alma, alimenta o espírito e dá cor aos dias. Todos nós temos nosso ouro oculto, talentos e virtudes para realizar algo extraordinário, mas é preciso estar disposto a buscar esse ouro oculto dentro de nós.
            Triste daquele que não cultiva o seu Papai Noel para atingir os seus sonhos. Sabe-se que a vida não é tão arrumadinha como a gente gostaria, mas se deve acreditar profundamente que podemos sempre partir da realidade, seja ela fácil ou difícil, alegre ou triste, e tentar fazer mais e melhor.
            Como vaticinou Max Weber, respeitável sociólogo alemão: “O homem não atingiria o possível se, repetidamente, não buscasse o impossível”. E só acreditando em Papai Noel que as coisas impossíveis se tornaram possíveis. Assim aconteceu com Walt Disney quando acreditou no rato e fez coisas inacreditáveis a partir do Mickey.
            Às vezes, é preciso ter fôlego e coragem para mudar o rumo de nossa vida. E o Papai Noel está lá, mostrando que viver só faz sentido se tivermos consciência de que estamos em permanente evolução interior. Se tivermos a noção de que hoje podemos ser melhores que ontem, e o amanhã fazer tudo ainda melhor do que hoje.
            O verdadeiro Papai Noel não gosta de quem se deixa prender por mágoas ou ressentimentos, ficar a atormentar-se com os erros e viver revoltado com aquilo que não deu certo - como isso fosse a melhor maneira de existir. 
            Viu? Não custa nada aproximar e acreditar em Papai Noel. Ele é uma porta aberta para novos sonhos, renovações de fé e muita paz para o nosso mundo.




                                                                    LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                    lincoln.consultoria@hotmail.com

                                                                     Advogado e mestre em Administração

sábado, 12 de dezembro de 2015

Chega de tantas leis

            O Brasil é um país de litigantes, com um descomunal número de processos judiciais, onde cada ano bate recordes e mais recordes. Uma vez que incorporam mais leis ao nosso ordenamento jurídico, mais conflitos para a vida de todos nós. Não é à toa que se diz que os nossos legisladores e governantes são craques em alterar normas, sem cuidar das consequências.
            O xis da questão está justamente em interpretar as diversas formas de fazer justiça e de adaptá-las a realidade brasileira, sem enfraquecer os freios e contrapesos institucionais. O que está errado é a lógica, a filosofia que está norteando isso. Pois é: grave miopia pensar diferente.
            Não adianta fazer cara de paisagem. Ao invés de formular novas leis e regras, o Brasil deveria aproveitar a atual crise para revogá-las, especialmente aquelas que prejudicam a competitividade do País. Existe, porém, um número significativo de medidas que poderiam ser revogadas nas áreas trabalhistas, tributárias e comercial para ajudar a destravar as amarras que prejudicam o nosso desenvolvimento econômico.
            Tudo isso, condena o Brasil a viver sempre como uma nação de segunda categoria. Não se conserta uma nação com a edição de Leis. Não podemos nos deixar contaminar pelo cinismo e assumir que todo político é desonesto e que precisamos de leis rígidas para limitar o seu raio de ação. Esse pensamento raso, nefasto, desinteligente colabora para corroer a credibilidade dos valores democráticos, das virtudes da liberdade e do governo representativo.
            A sociedade, por sua vez, não pode se calar e ficar acomodada vendo a banda passar. Vamos acabar com essa onda que todo político é picareta, e pra isso é necessário demandar novas leis e normas. Se essa fosse real solução, o Brasil já teria se livrado do câncer da corrupção. Há vários gestores públicos sérios e determinados que estão ajudando a mudar o Brasil e a elevar a qualidade da gestão e das políticas públicas.
            A desconfiança na lei, em razão do seu excesso, reduz nosso capital social e dificulta a articulação política de soluções. É pena que os nossos legisladores ainda não se toquem para essa realidade e, quando muito, algumas iniciativas, só merecem uma brevíssima nota de rodapé.
            Além da punição terrena com tantas leis, o brasileiro terá ainda de enfrentar o “juízo final”. É demais, não?

                                                                 LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                       lincoln.consultoria@hotmail.com

                                                                                          Advogado e mestre em Administração

domingo, 6 de dezembro de 2015

Cardápio de meninas

            Quanto mais leio, convenço-me que a prostituição entrou no mercado de luxo e parece que chegou para ficar. É um tipo de negócio que fatura alto e que funciona quase em segredo.
            As garotas agenciadas funcionam como “cardápio de meninas” – como presa e servidora da luxúria. Onde a clientela tem a sua disposição modelos, atrizes, dançarinas, assistentes de palcos de programas de TV, ex-namorada de famosos, semi-celebridades e belas estudantes universitárias. O cachê cobrado é de cair o queixo. Em geral, varia de R$ 4 a 7 mil. Algumas cobram até R$ 10 e 120 mil, outras celebridades cobram muito mais.
            A cadeia econômica desse perfil de atividade da prostituição envolve hotéis de luxo, taxistas, bares e restaurantes de alto nível, lojas de presente, como joalharias e grifes importantes etc. e tal. O perigo é de quem sair do esquema e usar outros serviços fora dessa rede corre o risco de ser extorquido ou até mesmo sofrer outros tipos de violência.
            Há pesquisa que mostra que tais meninas não vieram da pobreza, são bem criadas, mas tampouco são da alta sociedade. Elas dependem do dinheiro da prostituição para se manterem em uma classe um pouco mais alta do que aquela que elas vieram. Na maioria das vezes faz isso para manter os estudos e seu modo de vida.
            Fiquei embasbacado em saber que a indústria do sexo movimenta mais dinheiro que todos os orçamentos militares do mundo juntos. Levando-se em consideração que esse gasto, só no ano de 2013, foi de US$ 1,75 trilhão em armas. Concluímos que a indústria da prostituição é uma das principais economias do mundo.
            Cá comigo, a vaidade para as mulheres é essencial, não fundamental. Vaidade no sentido de estar bem, de buscar o visual estonteante, de se apresentar bela.  Uma vez que, na beleza, desde os contos de fada, foi sempre uma mercadoria valiosíssima.
 Na vida da prostituição, isso é factual. As garotas buscam freneticamente a vaidade a todo custo. O importante é estar deslumbrante, participar da classe social dos clientes consumidores, hospedar em hotéis de luxo, frequentar festas privês, viajar pelo mundo afora. Ou usar o perfume preferido do hiter soçaite hollywoodiano como, por exemplo, o “Fleur de Recaille” para dar mais romantismo aos seus encontros.
 Tudo, nessa atmosfera, rola até aquilo que o compositor Nelson Sargento tão bem tipificou: “O nosso amor é tão bonito, você finge que me ama e eu finjo que acredito”.


                                                 LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                 lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                     Advogado e mestre em Administração




domingo, 29 de novembro de 2015

O PT humilhado

            Quando ouvi o noticiário sobre a prisão do senador petista, Delcídio do Amaral, o poderoso líder do governo, fez-me lembrar a conhecida expressão “farinha do mesmo saco”. Ou uma lembrança dita de outra forma: mais um trapaceiro do PT elevado à segunda potência.
            Peço desculpas, mas meu cérebro encharcado de notícias ruins já não suporta mais a institucionalização do gangsterismo instalado neste País. O fato é: o Brasil está paralisado com os escândalos, a economia está à deriva, o ministro da Fazenda é desmoralizado diariamente, a certeza ainda da impunidade faz com que o jogo político esteja acima dos interesses da nação.
            Essa ocorrência escandalosa e repulsiva, por sua vez, parece indicar que a hegemonia política do PT está chegando ao fim, corrompendo a esperança de milhões de pessoas. Sem falar da traição as belas ideias da aurora da vida de muitos companheiros (as).
            Acreditar nessa gente, ainda que por breves instantes, é desmantelar o próprio celebro. Tudo isso lastimável: é grotesco. Não creio se quer que valha a pena continuar rezando na cartilha doutrinária do PT.
            Qualquer observador atento vai confirmar que o PT está desprezado e humilhado – virou pilhéria. O partido é acusado de inventor e gestor do maior esquema de corrupção que já se viu neste País, que apostou na lentidão da Justiça como garantia de sua eterna e tranquilíssima impunidade.
            Um surto de esquizofrenia tomou conta dos representantes petistas. Há erros, maquinações e corruptos por todos os lados. E seu líder maior, Sr.Luiz Inácio Lula da Silva, continua seguro e com a certeza de voltar a ser presidente da República com a mesma estampa de reformador democrático, legalista e paladino da moralidade e dos bons costumes.
            Para meu espanto, indisfarçável a essa altura da vida, não me conforma com a ideia do fim do PT. O partido de grandes lutas e inspirações tenha sido reduzido a saldo bancário. Já não possui o charme, o encanto e a credibilidade. Nem mesmo àquele que o dedicou o melhor de sua vida, não acredita mais nele.
 A velha estrela do PT perdeu o seu brilho. Já não existe mais aquele partido que soube mesclar virtude cívica e combatividade social, que teve a virtude de combinar causas universais com mobilização sindical e que, acima de tudo, tinha como ideário o respeito incondicional à coisa pública.
            Enfim, a utopia do PT se perdeu, se acabou.


                                                             LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                             lincoln.consultoria@hotmail.com

                                                                Advogado e mestre em Administração

domingo, 22 de novembro de 2015

Uma obra-prima literária

            Não é para qualquer um receber o “Título de Cidadão” alguém que dedicou toda a sua vida profissional em prol do desenvolvimento habitacional da cidade de João Pessoa e, porque não dizer, do Estado da Paraíba.
            Estou me referindo a Socorro Gadelha que, por privilégio e dádiva, é a minha consorte. O título de “Cidadã Pessoense”, ora lhe outorgada pela Casa Legislativa de João Pessoa, como já disse, suspeito ou não, foi uma homenagem que chegou ao lugar certo, na hora certa. A sua história de vida, a sua garra e o seu caráter nos tocam e continua nos inspirando profundamente.
            Aprendi a saborear as coisas boas, a estar inteiro onde eu me propus estar. O tempo tem proporcionado em mim essa gratidão. Pois nessa solenidade tive também a felicidade de saborear uma dessas coisas boas que foi o discurso primoroso proferido pelo deputado federal Marcondes Gadelha em alusão à homenageada. Uma verdadeira obra-prima literária que faz bem ao coração e ao intelecto. Sem desmerecer aos demais oradores que lhe antecederam, evidentemente.
            Marcondes é uma das cabeças mais lúcidas e brilhantes do nosso tempo. Ele é desses incríveis prodígios brasileiros que usam a obstinação como combustível por construir uma trajetória digna de uma irretocável carreira política. Ele é um conciliador por excelência que foge da briga e da miudeza (mesquinhez) do cotidiano da política. Usa a linguagem de forma honesta, organizada e sem arroubos grandiloquentes – numa lucidez plena de contemporaneidade.
            Quando ele terminou sua fala, sob muitos aplausos, olhei para um colega ao lado, coloquei as mãos para trás, e cravei; “Aí está o melhor expoente de um autêntico parlamentar”. Sua desenvoltura e conhecimento impressionaram a todos ali presente.
            Como todos sabem (ou deveríamos saber), um discurso qualificado pode levar um homem à presidência de um país, ao cargo almejado na empresa, ao aperto de mãos que sela um negócio e até aos braços da mulher desejada. Não importa se quem ouve é uma plateia de centenas de pessoas, dez funcionários ou apenas um indivíduo.
            A vida inteira ouvi que bons discursos são aqueles que deixam uma marca e isso só é possível com conhecimento, espontaneidade e valores capazes de diferenciar você de qualquer outra pessoa que poderia falar sobre o mesmo assunto. Nisso, Marcondes é craque!
            Ah, que pena: não sou de falar em público, eu só escrevo.

                                                   
                                                            LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                            lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                             Advogado e mestre em Administração

           
           

            

domingo, 15 de novembro de 2015

Banda da bala

       Já comentei várias vezes, neste espaço, minha preocupação com a violência em nosso País. Beira a redundância dizer que a situação é gravíssima. Basta abrir os jornais ou ligar a tevê e lá estão os sinais dessa tragédia. É de se amedrontar.
            Não é pra menos, é de pedir clemência aos céus, são cerca de 53 mil assassinatos por ano, 143 assassinatos por dia, 6 assassinatos por hora. Em cada 100 mil habitantes, o índice no Brasil é de quase 26 assassinatos por habitante. A Organização Mundial da Saúde considera “nível de epidemia” uma taxa de mais de 10 assassinatos por 100 mil habitantes. Segundo essa organização, o Brasil é o país com maior número de homicídios no Mundo.
            Mas vamos ser francos: o cenário é aterrorizante, e pior, passou a ser trivial. A esta altura do campeonato, a divulgação desses números é como lavar roupa suja fora de casa e nos envergonhar ainda mais perante o mundo civilizado.
            A bancada da bala do Congresso, financiada pela indústria de armas e munições, está doida para mudar o texto do “Estatuto do Armamento”, tornando o Brasil um lugar de caubóis dispostos a matar ou morrer. No fundo, bem no fundo, não há nada de generoso, cavalheiresco ou mesmo digno de mérito nesse gesto. São sinais de pequenez, indignidade e canalhice.
            Entre as mudanças previstas, o registro da primeira arma passa a ser gratuita e já o registro da segunda passa a ser mais barata. Armas passam a ser vendidas para maiores de 21 anos (e não 25). A posse de armas passa a ser definitiva (revoga-se a necessidade de revalidá-la a cada três anos), passa a ser válido por dez anos. A taxa inicial de porte, que era de R$ 1.000,00, cai para R$ 300,00. Uma espécie de promoção mercadológica.
            Reconheço que alguns pontos do modelo de desarmamento têm quer ser revisto, mas não nessa amplitude. Temos que desarmar o bandido, e não simplesmente manter o bandido armado e armar a sociedade. A bancada da bala pouco está se lixando para esse confronto – guerra. Existe uma velha máxima de Brasília: políticos podem chorar no velório e até ajudar a carregar o caixão, mas nunca se jogam na cova com o finado.
            Para uma mente sã, como é o caso do secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, sobre o assunto: “É um retrocesso. O argumento que se deve armar a população porque a segurança não faz seu trabalho é uma desculpa míope”.
            No mais, encerro: enquanto as “autoridades” bailam em torno de seus interesses pessoais, o Brasil afunda, sem perspectiva de segurança para sua gente.


                                                        LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                        lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                          Advogado e mestre em Administração
           
           
           


domingo, 8 de novembro de 2015

Êxodo de brasileiros

            Semanas atrás, nesta coluna, fiz referência ao êxodo de brasileiros para outros países em busca de oportunidades profissionais e qualidade de vida.
            Converso com muita gente aqui e ali, e as razões para essa saída são diversas: falta de perspectiva econômica, desânimo com a situação política, corrupção, violência, desconfiança do futuro. Só um viés esquerdista que vê essa realidade de forma invertida.
            Pois eu digo e repito: o alicerce do país é a economia. O governo se fechou, se enclausurou. A ilusão vendida pela presidente Dilma para se eleger custou um preço elevadíssimo à nação. “Bota uma coisa na sua cabeça, vem mais choro por aí”, diz meu amigo Cordeiro, em tom de gozação.
            Ora, nenhum país pode se dar o luxo de desperdiçar seus talentos. O Brasil tem se caracterizado como um povo acolhedor e de receber imigrantes sempre de braços abertos, mas na década de 1980 e 1990 viveu uma fuga decorrente a grave deterioração econômica e pela hiperinflação.
            Confesso certa angústia quando vejo os nossos filhos longe de nossa terra por falta de um ambiente atraente para que possa utilizar o seu potencial profissional. Esse processo atinge todos os níveis de trabalhadores, mas principalmente os mais qualificados. Caso a crise venha persistir, as consequências serão gravíssimas com a fuga de cérebros brasileiros com qualificação e competência.
            Tem que ter uma paciência de Jó, sem perder a perseverança de nossos ideais. Mas tá difícil. O ministro Levy está parecendo agente funerário. Quando ele aparece, a gente sabe que vem notícia ruim.
            Além dessas adversidades, ainda tem que enfrentar aquilo que Tom Jobim tão bem expôs: “No Brasil, o sucesso é um insulto pessoal”. Fica a impressão de que alguma maldição divina condena aquele que alcança o sucesso profissional.
            Mau eu havia acabado de escrever o presente texto, li numa matéria que, nos últimos anos, o Brasil tem obtido grandes resultados nas Olimpíadas Internacionais de Física (IPhO, na sigla inglesa). Porém, os jovens talentos científicos estão indo embora porque as nossas instituições ainda não têm mecanismos para absorver e nutrir esses alunos.
            Apesar de tudo, estou confiante. O País é maior do que esse imbróglio que tem estimulado brasileiro o desejo de desistir e de deixar a sua pátria.


                                                          LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                             Advogado e mestre em Administração
           


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Estereótipo do dinheiro

            Sempre que me deparo com necessidade de reduzir meu orçamento particular, não meço esforços para atingir o equilíbrio do que ganho até o quanto eu posso gastar. Para esse tipo de coisa sou um verdadeiro pão-duro assumido.
Lembro-me do meu antigo primário a professora dizendo: “Vocês irão aprender que existem os números negativos. O menos um, menos dois...”. De lá pra cá, realmente aprendemos que esses números estão cada vez mais impregnados em nosso cotidiano orçamentário. Basta que verifiquemos o saldo nos extratos bancários. E ainda se vestem de vermelho para chamar mais atenção, ou quiçá, para debochar. Para os endividados, isso é quase pornográfico.
            Como a atividade econômica segue piorando no Brasil, em que o dinheiro está cada vez mais difícil de ser ganho, é recomendável pensar duas vezes antes de gastá-lo. Infelizmente, às vezes, na busca frenética pela felicidade, baseado nos mitos e valores capitalistas, tem custado alto para as pessoas, como se fossem um elixir de prazeres.
            Notem bem, o dinheiro não traz felicidade – para quem não sabe o que fazer com ele. Quem não gosta do dinheiro, do cascalho, da grana? Quem não quer? Duvido que alguém não perca parte do seu dia pensando em como ganhar mais ou como deixar de gastar tanto. Afinal, o dinheiro surgiu para melhorar a nossa qualidade de vida.
Por favor, não me entendam mal. É preciso ser um cego, um idiota ou completo alienado da realidade para não reconhecer que o dinheiro não traz felicidade. Quando falta, é um deus nos acuda. Só gente de má fé, muito rica ou muito confusa nega esse fato.
            Evitando dizer alguma asneira. Digo que não existe fórmula para usar o dinheiro. A vida de cada um tem suas particularidades e as prioridades variam. Ou seja: vale mais juntar dinheiro para comprar um carro novo ou economizar para fazer aquela viagem extraordinária? Economizar nas refeições fora de casa com objetivo de comprar um celular top de linha?
            Quando vejo algum endinheirado fazendo o que gosta com o seu suado dinheiro, fruto da coragem e dedicação ao trabalho, eu vibro com a sua maneira de viver. Que me desculpem os hipócritas, quem fica despeitado, aqui vai aquela máxima: “Quem tem, não inveja. Quem inveja, não tem”.
            Logo, dar prioridade àquilo que dá prazer não é besteira. E o resto é curtir a vida, num velho calção de banho e um dia pra vadiar – como diria Vinicius de Morais.

                                         
                                                          LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                          lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                           Advogado e mestre em Administração


           
           
           

        

domingo, 25 de outubro de 2015

Falso bem-estar

            Ultimamente, nas minhas reflexões matutinas, sempre fico a pensar: Nossa, como anda a depressão das pessoas diante dessa crise que o País atravessa?
            Nestes tempos em que é mais fácil mudar de sexo do que mudar de time de futebol convém pensar um pouco de que a situação anda preta. Bota preta nisso! Ressaltando que tais críticas não são fruto de uma percepção preconceituosa no Brasil. É a nossa realidade, nua e crua, de contrates. Aliás, contrates e surpresas.
            Convenhamos: só mesmo muita fé, esperança e paciência para acreditar que vamos enfim alcançar a superação da triste situação que ecoa pelo País. Como diz o meu predileto amigo Cordeiro, em referência à crise: “Saltar do penhasco parece mais fácil”.
            Infere-se daí a razão frenética pela busca dos remédios antidepressivos, visando o bem-estar. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que 350 milhões de pessoas, cerca de 5% da população mundial, sofram de depressão a cada ano. No Brasil, cerca de 10% da população teria a doença, o dobro da média mundial. O que deixa o País com um dos mais altos índices de depressão do mundo, acima de países como EUA, com 7%, e França, 8%.
            Nesse contexto, o Rivotril passou a ser o segundo mais consumido no Brasil, só perde para o anticoncepcional distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar de ser de tarja preta, o remédio superou as vendas do paracetamol, pomada contra assaduras e medicamentos que controlam doenças crônicas, que sempre lideram essa lista.
            Cá entre nós – isto é, cá entre mim e mim mesmo, motivo não nos falta: desemprego, inadimplência, inflação, segurança, corrupção... Isso tudo decorrente da visão míope de um Estado grande e intervencionista praticada pelo governo petista nos últimos anos tem conduzido a economia para um resultado desastroso. Dito de outra maneira, um novo Brasil precisa se projetar, mais transparente, mais eficiente, que olha para o futuro.
            Tem mais. Na busca incessante pelo bem-estar (falso bem-estar), via remédios antidepressivos, a partir dos imperativos impostos pela nossa economia, que vai sendo sucateada, como um transatlântico afundando lentamente. Se não entendermos isso, nós, brasileiros, poderemos renunciar a qualquer sonho de grandeza civilizatória.
            Então tá. Agora está explicado o porquê de tanto consumo do Rivotril.


                                                    LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                    lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                         Advogado e mestre em Administração

            

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Mais uma vítima da violência

            Fiquei, literalmente, no mato sem cachorro, sem saber pra onde ir ou a quem recorrer, quando fui vítima em um assalto a mão armada no último sábado (17/10), por uma dupla de motoqueiro, em plena luz do dia, às 6 hs da manhã, e sob olhar incrédulo de várias pessoas. Que horror! Que vexame! Que medo! Que constrangimento!
            Como disse o meu amigo Cordeiro: “Que equivaleria, nos velhos filmes de faroeste, ao clássico ‘mãos ao alto’”. Tal fato ocorreu na Av.Ruy Carneiro, em frente ao Mercado de Tambaú, onde para lá me dirigia a fim de realizar algumas compras, frutas e verduras, como costumeiramente faço. Ainda bem que os bandidos levaram apenas um cordão de ouro e não a minha vida. Detalhe: antes de debandarem, eles tiveram o cinismo, a desfaçatez e a ousadia para checar se o cordão era realmente algo de valor.
            Não é por acaso que a cidade de João Pessoa, entre as capitais brasileiras, está em 5º. lugar em violência, segundo a 9ª. edição de 2014 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Como se vê, temos um “status quo” inoperante. Por mais que os ufanistas de plantão se esgoelem para tentar manter uma imagem que tudo vai indo maravilhosamente bem.
            A mim, me ofende como cidadão e me envergonha como brasileiro e paraibano. Parece um espelho retrovisor de nossa história comum: desrespeito à vida. Dos problemas do nosso Estado, este deve estar certamente no final da fila.
            A verdade é esta: o governo precisa urgentemente fazer investimentos no combate ao crime: na inteligência, no aumento do efetivo e na valorização do policial. Basta isso! E não contrapor com argumento estúpido e vazio, repetidos à exaustão. E, parafraseando Chico Buarque, o que não tem explicação nem nunca terá.
            O mais triste dessa situação é que os jovens estão abandonando o País e se mudando para o Exterior, acuados pela violência e pela recessão econômica. Não só os jovens, mais casais e famílias estão deixando sua terra natal em busca de um cenário mais promissor. Não é à toa que meu casal de filhos se encontra no Exterior fazendo o que mais gostaria de fazer: estudar e trabalhar e, acima de tudo, com extrema segurança.
            É deprimente e revoltante constatar que a questão da nossa “segurança” o debate paira numa espécie de limbo retórico, desubstancializado e ultrapassado. Cascalho bruto do linguajar cotidiano. Comportamento reprovável que macula e desgasta o nosso espírito de cidadania.
            Até outra história de assalto, que, com certeza, ocorrerá. Infelizmente!
             

                                                           LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                           lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                              Advogado e mestre em Administração


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A importância do microcrédito

Pensando bem, parece que o nosso País está vivendo uma espécie de “síndrome do Titanic”. Só lembrando: enquanto o navio Titanic afundava, cavalheiros jantavam ao som de violinos e conversavam sobre temas triviais, como corrida de cavalos e jogo de bridge.
            Mas aí está: em vez do governo e os nossos Congressistas estarem tratando da real situação econômica que travessa a nossa nação, estão, simplesmente, focados no impeachment da presidente. É, ou não é, uma espécie da crônica do naufrágio do Titanic?
            A prova dessa similitude é o descaso com a massa de desempregado que já atinge a 3,5 milhões de trabalhadores brasileiros. Cuja solução seria fomentar o microcrédito – uma linha de financiamento para atender desempregados e pessoas com emprego incerto; estimulando, com isso, criar o seu próprio negócio.
            Lamentavelmente, segundo o Banco Central, entre junho de 2014 e junho 2015, a expansão anual do estoque de crédito para o segmento de pequenos negócios, nos bancos estatais, passou de 13,4% para o insignificante 0,03%. Vergonhoso, não?
            O atual quadro de turbulência nacional fortalece ainda mais a importância do microcrédito. Basta dizer que na maioria dos países europeus a pequena empresa é responsável por mais da metade do PIB - ultrapassando os 60% na Alemanha e na Itália - já no Brasil elas ainda não respondem nem por 28% do PIB, apesar de as pequenas e microempresas, em número, sejam 99% do total de empresas existentes.
            É bom que se diga em bom português: a experiência exitosa do microcrédito é uma realidade mundial. Infelizmente, o Brasil está tão atrasado nesse aspecto que os bancos por aqui ainda não oferecem microcrédito para quem se candidata a ser empreendedor. É pena que essa linha de crédito continue sendo um produto no qual o nosso setor financeiro busca ter um grande retorno, mas não é assim nem em outros países latino-americanos.
            Pertinho da gente, na Colômbia e na Bolívia, o microcrédito é visto como um meio que permite ao desempregado fazer um investimento que possa ser pago em mais de dez anos e, muitas vezes, sem juros. Ao contrário o que ocorre no Brasil, com os seus juros por demais abusivos. Um verdadeiro escárnio ao bom senso. Beira a ironia.
            Com o País à beira do abismo, é hora de recorrer ao microcrédito para enfrentar a onda do desemprego.

                                                                      LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                      lincoln.consultoria@hotmail.com

                                                                         Advogado e mestre em Administração

domingo, 4 de outubro de 2015

Malabarismo com elefantes

            Sempre que viajo a passeio, aproveito a oportunidade para pinçar um ou dois livros da minha estante que estão na “fila” para serem lidos. Além do prazer da leitura, é uma forma de encurtar as horas da viagem, assim como, dissipar um pouco o aborrecimento dos aeroportos.
            Na minha última viagem, tive a felicidade de ler o livro “Malabarismo com Elefantes” (Editora Academia, 2008) dos escritores Jones Loflin e Todd Musig, obra essa que conta a história simples, e profunda, de um executivo com um problema universal. Onde ele tem muito que fazer, muitas prioridades, muito estresse e pouco tempo.
            Ao esforçar-se para equilibrar as várias responsabilidades sem se deixar abalar pela pressão, o personagem principal dessa história, Mark, interrompe por um momento suas tarefas e vai ao circo com a família. Lá, tem uma conversa surpreendente com o apresentador, um homem sábio e ao mesmo tempo humilde, que o faz enxergar muito além do espetáculo apresentado ao “respeitado público”.
            Os autores mostram como identificar as primazias para tornar-se mais produtivo e feliz no circo da vida e do trabalho. Tentar fazer tudo ao mesmo tempo é como fazer malabarismo com elefantes – impossível.
            Pois é. A referida história - permeada de contemplação sobre o sentido da vida - é uma maneira singela e divertida de reconhecer os desafios atuais e descobrir ferramentas práticas que nos auxiliam a realizar o que é realmente importante, tanto no trabalho como na vida pessoal. Ao mesmo tempo, os conceitos dessa história passam uma mensagem reflexiva, tão necessária a um mundo de infinitas oportunidades e distrações.
            No decorrer da leitura, você descobre que gerenciar as várias fases de sua vida pode ser fácil e divertida a partir do momento em que mudar seu comportamento e seguir as orientações do apresentador do circo, como é o caso, por exemplo, de continuar tentando fazer malabarismo com elefantes, ninguém, nem mesmo você, vai ficar entusiasmado com seu desempenho.
            Afinal, se a sua vida está tão agitada a ponto de parecer um circo, leia esse livro. Você vai aprender a estabelecer prioridades, relaxar e aproveitar o espetáculo.


                                                  LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                   lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                      Advogado e mestre em Administração

               
               


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Acabou o dinheiro

            Para onde vamos, afinal? O que assusta é a ausência de perspectivas na área econômica, sem falar com da política, que é outro nó. Não há uma agenda visual e factível para o Brasil. Como diz certo articulista, estamos no piloto automático rumo ao precipício.
            De qualquer modo, de um jeito ou de outro, em algum momento, o País terá sair desta condição de humilhação e de paralisia. Para enxergar esse caminho milhas à frente, é preciso focar alto. De imediato, a impressão que se tem é que a presidente Dilma deve estar estrábica.
            Li outro dia que Marcio Braga - então presidente do Flamengo, em 2009 - convocou a imprensa à sede da Gávea e abriu o jogo: “O que está acontecendo aqui é exatamente o seguinte: Acabou o dinheiro. Não tem mais dinheiro”. Ora, Dilma tem que fazer a mesma coisa. Basta reunir os jornalistas e dizer “que, por miopia ou conveniência política, escondi a crise na campanha, agora estou aqui para me redimir”. Ou melhor, repetir as palavras do ex-mandatário rubro-negro: ”Acabou o dinheiro. Não tem mais dinheiro”.
            Mas, em vez disso, prefere recorrer o receituário de plantão: aumentar a arrecadação com mais impostos. Esquecendo o básico a ser feito: cortar gastos no curto prazo, fazer reforma estrutural no longo prazo e evitar aumento de impostos que possam piorar ainda mais a situação. Fora isso, o resto é pura ficção científica.
            Um olhar um pouco mais aprofundado, contudo, verifica-se que o governo pretende reduzir gastos e programas sociais previstos no seu Orçamento em um montante de R$ 70 bilhões, enquanto, neste ano, com a taxa básica de juros (Selic) de 14,5% que está vigorando, o próprio governo terá que desembolsar cerca de R$ 220 bilhões apenas para pagar juros aos bancos e aos rentistas. Lembrando que o problema não é, nunca foi, cortar os benefícios sociais, mas seu abuso, perdulário e descontrolado, que rende óbvios dividendos eleitorais.
            Nesse absurdo quiproquó, é vergonhoso ainda saber que a taxa média de juros no rotativo do cartão de crédito alcançou 403,5% ao ano em agosto, segundo o Banco Central. A taxa média do cheque especial também subiu e fechou o mês passado em 253,2% ao ano. Na média, a taxa de juros do crédito ao consumo (crédito livre pessoa física) passou de 49,7% em agosto do ano passado para 61,2% ao ano em agosto deste ano. Uma insensatez à parte que merece um artigo exclusivo.
            Que coisa! Infelizmente, a ficha não caiu para o governo Dilma.


                                                              LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                               lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                  Advogado e mestre em Administração

                                            

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Chega de impostos!

            Pela enésima vez, urge que se diga: Chega de impostos! Essa estratégia inócua de aumentar impostos, principalmente com a volta da CPMF, é tão transparente quanto um truque de um mágico ruim.
            Tomo meu café, pego o Jornal Correio para ler e, estupefato mais uma vez, leio que a queda de 1,9% do PIB no trimestre, o País entra de vez em grave recessão. Consequências: indústrias paralisadas, desemprego, inflação crescente, juros na estratosfera e desconfiança generalizadas dos agentes econômicos. Financial Times evoca “doente terminal” em editorial sobre o Brasil.
            Tá ruço, não tá? O governo Dilma parece cada vez mais uma biruta de aeroporto. Ela perdeu o bom-senso administrativo, desmilinguiu-se. A ressurreição da CPMF é o novo produto dessa fábrica de trapalhadas. Ao propor tal imposto, o governo voltou a irritar a classe média e, ao mesmo tempo, afugentou empresários que se aventuravam a defender a presidente.
            Mas cá entre nós, o nosso povo não merece mais essa “embromación”. O governo parece não ter percebido que a sociedade, bem como os parlamentares que ajudaram a eleger, não pretende aceitar majoração da carga tributária (roçando os 36% do PIB) sem a devida contrapartida em cortes na máquina pública.
            É necessário tentar pôr alguma ordem nesse “curto-circuito” econômico. É indubitável de que o governo precisa reduzir despesas, tanto discricionárias como obrigatórias, para alcançar o equilíbrio das contas públicas. Aumentar imposto não é a forma mais adequada de se implementar o ajuste fiscal.
            Vamos acabar o faz-de-conta. Deixar de dizer coisa com coisa. Estamos até o pescoço nessa sede de desprezo, de insensibilidade. O tamanho do rombo na economia é proporcional ao desgoverno em ação. Com rara originalidade e exemplar mediocridade, o primeiro governo da presidente Dilma fez um estrago considerável nas contas públicas. Agora, está pagando o preço da gestão equivocada.
            Se a recriação da CPMF tem a vantagem de ser fácil de arrecadar, ela pesa demais na estrutura tributária por se tratar de mero pedágio acionado a cada transferência de dinheiro, à revelia do poder aquisitivo do contribuinte.
            Simplesmente aumentar impostos, pode ser “uma alegria fugaz”, como avisara Chico Buarque.


                                                               LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                                         lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                  Advogado e mestre em Administração
             

            

domingo, 13 de setembro de 2015

O encanto de Machu Picchu

            O povo inca não era uma raça, mas uma casta de gente inteligente. Essa foi a definição mais perfeita que extraí do nosso guia turístico, Ronaldo, na recente viagem que fiz à encantadora e histórica cidade de Machu Picchu.
            Isso mesmo! O Império Inca era formado por pessoas com alto conhecimento na astronomia, na engenharia, na física, na arquitetura, na agricultura, na arte, na organização política e por aí vai.
            Antes de conhecer a cidade mágica de Machu Picchu - encontrada pelo professor e antropólogo norte-americano Hiran Bingham, em 1911 - fiz parada noutra cidade também sedutora chamada Cusco, a capital histórica do Peru ou mais conhecida como a capital do Império Inca. De acordo com alguns arqueólogos, ela começou a ser povoada a partir de 3.000 a.C. Lá reúne o que tem de melhor da civilização inca: museus, igrejas, praças e a impressionante construção do Vale Sagrado.
            Depois viajei de trem para Águas Calientes. No dia seguinte, parti para Machu Picchu, objetivo maior do meu roteiro. O dia estava esplêndido, o céu azul e o sol brilhante, o termômetro marcava 31º. Ansiedade era tamanha que o coração pulava dentro do peito. A cada patamar uma visão maravilhosa desse local incrível.
            Mesmo me agachando e amarrando os cadarços dos meus tênis, eu não tirava os olhos dessa beleza arquitetônica. Desencadeou em mim um turbilhão de emoções. Um sonho alcançado, após ter planejado várias vezes, mas sempre adiado.
            Observando calma e longamente aquele cenário de tirar o fôlego, que literalmente fazia o pensamento voar e imaginar o que realmente deveria ter sido tudo aquilo. Quem planejou? Quantos homens foram necessários para construir? Como eram as pessoas que ali viveram? Seus hábitos e costumes?
            Com seus olhos brilhando e sua fisionomia compenetrada, o nosso guia falava que essa cidade mística teria sido um local para recolhimento do Inca (o soberano), dos seus conselheiros, sábios e sacerdotes para discutirem os destinos do Império. Detalhe: tinham adoração consagrada ao sol, à água e à mãe terra.
            Aí está, resumindo muito, a história dessa lendária cidade que, em 2007, foi eleita com uma das “Sete Novas Maravilhas do Mundo” e é considerada “Patrimônio Mundial da Unesco”.


                                                           LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                            lincoln.conusltoria@hotmail.com
                                                               Advogado e mestre em Administração