terça-feira, 26 de junho de 2018

Em nome do meio ambiente


        Olha, mais do que nunca, precisamos mudar o mundo. Não se trata apenas de um simples clichê, mas de uma realidade cada vez mais presente entre nós, infelizmente.
            Digo isso, a partir de um vídeo, duração de 8 minutos, onde mostra como uma tartaruga sofre enquanto os biólogos retiram uma das narinas um canudo de plástico de mais de 10 cm de comprimento. O fato ocorreu no litoral da Costa Rica, no Oceano Pacífico. Calou fundo. Uma cena triste e revoltante!
            Tal vídeo teve repercussão em todo mundo. A exposição do salvamento do animal foi com a intenção de mostrar o quanto o nosso lixo é prejudicial para a vida marinha e quanto sofrimento ele causa aos animais desse habitat. Já que os oceanos recebem milhões de toneladas desse tipo de resíduos.
            É consumada bobagem, ou melhor, é desperdício de energia querer “desinfetar” o nosso planeta sem ter a consciência devida de nossas ações, pela ignorância que abunda. Não estamos aqui para demonizar as indústrias de plásticos, mas sim, conscientizá-las do mal que elas estão provocando ao meio ambiente, ao nosso futuro.
            A solução já existe: plástico biodegradável. O material lembra o polímero sintético tradicional, tanto pela consistência quanto por ser transparente. A diferença é que o plástico comum leva cerca de 500 anos para se decompor, enquanto o bioplástico se degrada em doze semanas, caso esteja em contato com o solo. Na água, a decomposição exige um pouco mais de tempo.
            A publicação norte-americana Science Advances divulgou outro dado alarmante: apenas 9% de todo o plástico fabricado na Terra é reciclado. O resto acaba incinerado quando chega aos lixões. Mas há uma parcela que, descartada à beira dos rios ou na praia, termina nos oceanos, já que o vento leva esses dejetos para as águas.
            Diante desse diagnóstico nefasto, somente pessoas sem um pingo de boa vontade parecem não perceber o mal que estão fazendo à natureza.


                                              LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                               lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                  Advogado e mestre em Administração

               
               
           

terça-feira, 19 de junho de 2018

Sentimento futebolístico


            Através da Copa do Mundo, a cada quatro anos, o futebol nos ajuda a criar um simulacro de sentimento nacional. É como esquecêssemos um pouco as nossas dificuldades para juntos torcermos pelo o escrete brasileiro.
            A verdade nua e crua é que o torcedor não está animado com a sua Seleção, ainda mais com o resultado pífio de “1 a 1” contra a Suíça. Não é pra menos, depois daquele vexame da Copa de 2014, onde o Brasil sofreu uma derrota humilhante por “7 a 1” para a Alemanha, no Mineirão. Se o País era traumatizado pela derrota na final de 1950, ficou ainda mais traumatizado com o resultado de 2014. Ficou feio... Muito feio!
            Foi, sim, uma inesquecível tormenta. Foi uma piada, uma gozação àquela derrota. Antes fosse, mas não foi. Um golpe a nossa autoestima futebolística. Para muitos (entre os quais me incluo) não têm desculpa, não têm perdão.
            Podem me chamar de retrógrado e desinformado, mas o desempenho da equipe brasileira tem muito a ver com a garra/vontade (amor à camisa) dos seus jogadores, mesmo possuindo um talento inato. Ou seja, a falta do sentimento futebolístico, do tipo: “O mito do amor à camisa” ou a romantização exaltada por Nelson Rodrigues “A Pátria de Chuteiras”.
            Faz sentido. Hoje o futebol é uma indústria. Em especial o futebol brasileiro, que possui uma predisposição natural de formar craques para jogar no exterior. Simples assim, o dinheiro adentrou no futebol em busca do enriquecimento rápido e corrompeu aquilo que existia há algumas décadas: o amor à camisa.
            Chego à conclusão: quem ama o clube de futebol mesmo é o torcedor. Que compra camisa, que vai aos estados sem conforte e sem segurança, às vezes de baixo de sol e chuva, apenas para torcer pelo seu time de coração.
            Tenho esperança de que o sofrimento da Copa de 2014 nos traga crescimento - reverenciando sempre o amor à camisa -, e não apenas autopiedade.


                                    LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                     lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                     Advogado e mestre em administração


terça-feira, 12 de junho de 2018

Nicho literário


                            
            Recentemente comprei na Livraria Folha (em promoção) um pacote de sete livros sobre a Segunda Guerra Mundial. Estão todos na fila da minha estante para serem lidos. São obras, com certeza, que extrapolam a simples narrativa dos fatos, colocando o leitor dentro do que se pode entender por zona de conflito.
            Ora, disse meu velho amigo Cordeiro, com sua clareza proverbial, “o melhor da Segunda Guerra é que ela não tem fim. Para quem gosta, dá para ler sobre o assunto pelo resto da vida”. Até agora, não se tem ideia quantos livros já foram publicados alusivo ao conflito. Gênero literário que tem um público cativo, tornando-se um tremendo nicho lucrativo para as editoras.
            Clássicos como “Ascensão e queda do Terceiro Reich”, de William Shirer, e as “Memórias da Segunda Guerra”, de Winston Churchill, receberam novas edições, de luxo. Entre as novidades, destacam-se publicações que abordam a guerra por vieses inesperados: “High Hitler” (Planeta) que expõe o uso disseminado de alucinógenos e “Sonhos no Terceiro Reich” (Três Estrelas) que revela o inconsciente dos cidadãos alemães durante a guerra e antes dela.
            O tema suscita interesses/paixões não só nos livros, como também nos filmes. Tive a oportunidade de assistir “Dunkirk”, de Christopher Nolan, onde mostra a retirada das tropas britânicas de Dunquerque. Assisti também, na mesma linha narrativa, “O destino de uma Nação”, de Joe Wright, explorando os bastidores que levaram à operação. Ambos foram indicados ao Oscar.
            Tergiversar é um verbo estranho e significa virar de costa a algo. Portanto, não podemos tergiversar dos horrores da guerra, mas combater sempre para que isso jamais aconteça entre nós. O lembrar sempre, como videotape.
            Em linguagem franca, não há nada de glamoroso na guerra. Apenas morte, destruição e injustiça.

                                             LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                              lincoln.consultoria@hotmail.com
                                              Advogado e mestre em Administração

terça-feira, 5 de junho de 2018

Privilégio dos poderes da república


            Vivemos numa época pobre de negatividade e de tempos bizarros, em que pipocam surtos de falso moralismo e de privilégios. O objetivo, pois, deste artigo é abrir fresta para os bastidores da república, no que concerne aos seus privilégios.
            Não há bala de prata que mate de uma única vez o monstro dos privilégios; mas, sim, esforço e coragem dos nossos Congressistas para alterar o “statu quo” dessa tipicidade vexatória, para não dizer outro adjetivo menos nobre.
            Fiquei indignadíssimo com os números divulgados. Para 2018, o orçamento total do Senado e da Câmara é de incríveis R$ 10,5 bilhões, de acordo com a ONG Contas Abertas. Tal montante equivale a um custo em relação ao PIB seis vezes maior do que em países desenvolvidos, e seria suficiente para construir mais de 5.000 escolas.
            Para atacar o problema é só cortar privilégios: excesso de assessores, e enxugamento geral da estrutura do Congresso. Há muita coisa que pode ser eliminada por um Legislativo mais adequado, a exemplo de copeiros, ascensoristas, motoristas...
            Ora, se o cenário de privilégios é desolador no Legislativo, no Poder Judiciário não fica atrás. Segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), as despesas totais do Judiciário somaram R$ 84,8 bilhões em 2016. O valor corresponde a 1,4% do nosso PIB, ou seja, seis vezes maior do que o de nações civilizadas.
            O Poder Executivo, por sua vez, gasta quase R$ 3,5 milhões anuais apenas para manter as regalias a ex-presidentes da República. Sem falar que ainda tem que pagar os prejuízos bilionários ano após ano das 150 estatais, decorrentes da ineficiência administrativa e da distribuição de cargos e outros conchavos.
            Qualquer Zé-mané entende isso em dois minutos. Só não entendem os que estão sendo beneficiados com tais privilégios. Na verdade, não querem entender. É por isso, exatamente, que o Brasil é criticado por não ter a menor chance de ser confundido com o país sério.

                                                    LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                     lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                      Advogado e mestre em Administração