terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Reforma Administrativa


Goste-se ou não, a citada reforma se torna necessária para melhorar a qualidade do serviço público oferecido ao País. Não podemos ser cego a realidade. Não há relato de brasileiros contentes com o tamanho da conta que paga pelo que recebem em troca.  
O texto da Reforma Administrativa está para chegar ao Congresso e a discussão começar. Aos troncos e barrancos haverá resistência da classe política, dos grupos corporativos e setores do próprio governo. Mesmo com a principal mensagem de que os atuais funcionários não serão atingidos, apesar da previsão de alteração no regime de avaliação e promoção.
De acordo com Paulo Guedes, cerca de um terço dos funcionários públicos federais está a caminho da aposentaria nos próximos quatro anos. Com ajuda da tecnologia, a ideia é não substituí-los. Será deixado para trás vícios corporativos que incluem a complacência com os improdutivos e incompetentes. O cara que entrar no Serviço Público daqui pra frente vai ter três anos de estágio probatório, depois sete anos de contrato. Se não for exemplar, será demitido.
As reformas econômicas e administrativas são condições necessárias para que o Brasil aspire entrar no grupo dos países de renda alta, baixa pobreza e baixa desigualdade. Convém sempre lembrar que estamos em águas revoltas, mas promissoras. Estabilizamos nosso navio. Temos direção e ventos favoráveis. Perdemos o medo de caras feias e ameaças. E marcamos posições. Equilíbrio e diálogo, somados a reformas internas que completem as já feitas e em curso, conduzem-nos ao crescimento de 2,7% a 3% em 2020 e superior a 3,5% em 2021.  
Está evidente que é um problema a ser resolvido rapidamente, mas que não compromete o essencial: a luz está logo à frente. Depois de tanta escuridão, não vamos fraquejar logo agora. Reconhecendo que a transformação de um país leva tempo. Como uma obra de engenharia, ela é feita tijolo a tijolo, em um processo que exige paciência e resiliência.
Pretendo voltar ao assunto.  


                                   LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                   lincoln.consultoria@hotmail.com
                                  Advogado e mestre em Administração


terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Inversão de valores


            Gosto sempre de citar uma fraseologia do padre Lembret: “Nós devemos ser, na vida pública, um zé-ninguém a serviço de uma grande causa”. Se há um instrumento importante é a causa, é o povo, é melhorar a vida das pessoas, ajudar quem precisa.
            Hoje, a política está servindo ao governante, a autopromoção, a falta de humildade, e porque não, a ausência de caráter. É verdade. A política passa por uma inversão de valores. O campo em que ocorre seu jogo é e sempre foi nebuloso. Quem tem poder político e conhece os meandros da política joga mais, na maioria das vezes, de forma desonesta.
            Difícil imaginar algo mais palpável e atual do que sentimento de afronta à Política (com “p” maiúsculo), essa sensação de vergonha e decepção. Taí o exemplo da canastrice da política paraibana, através das revelações promiscuas da Operação Calvário. O Código Penal passou a ser conversa de botequim. Como na novela, esperemos os próximos capítulos (estarrecedores).
            Afinal, quem rouba tanto e por tanto tempo o povo não merece vida mansa e tantos privilégios. Somos um país de descamisados, enganados principalmente pelos últimos governos. Ora, todos sabem que a franciscana Justiça Eleitoral não possui infra-estrutura e corpo técnico aparelhados. Os empresários maldosos poderão articular crime conexo absorvido pelo caixa 2, criando uma tremenda confusão cujos resultados finais devem ser prescrição e impunidade.
            Estamos no ano eleitoral, mais uma vez esperançosos que a corrupção deslavada seja combatida e que aproveitadores sejam punidos. Urge lutar por uma nova forma de política, que conquistem as mentes e os corações, formando um novo estado de consciência para todos os brasileiros. Afastando, radicalmente, a imagem de um país de trambiques, de infrações.
            Por isso, é ridículo, vergonhoso e mais uma mostra de que a democracia é um conceito que ainda rasteja no Brasil. Estamos em uma rota de colisão com o Estado de Direito. Estamos destruindo a política, que virou sinônimo de corrupção. Espécie de cusparada na cara da sociedade. Um profundo massacre ético e moral.


                                            LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                             lincoln.consultoria@hotmail.com
                                               Advogado e mestre em administração


terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Cinema Western


            Na minha adolescência, já abraçando o universo da fantasia e da aventura, eu era fanático por filme chamado Cinema Western, também popularizado como “filmes de cowboy” ou “filmes de faroeste”, gênero clássico do cinema norte-americano.
            Talvez, leitor, não saiba, mas esse tipo de filme da arte cinematográfica fez também grande sucesso na Itália, com seu “Western Spaghetti”. Sem se importar muito com a veracidade, os diretores italianos recriaram o Velho Oeste na Europa e passaram a contar histórias de caubóis, mexicanos e peles-vermelhas em filmes dublados, cujos atores italianos costumavam ocultar sua origem recorrendo a pseudônimos americanos.
            Para mim, nas décadas de 1960 e 1970, cinéfilo precoce, o meu filme preferido era de “Trinity”, misto de comédia e pancadaria. Bud Spencer que media 1,94 metro era o nome fictício do ator napolitano Carlos Pedersoli. Com o bonitão Terence Hill (veneziano Mario Girotti), formando uma parceria mais famosa do faroeste “spaghetti”. Juntos - Terence um pistoleiro e andarilho que por acaso se encontra com o irmão, vivido por Spencer -, atuaram em dezoito filmes, entre eles o “Trinity É o Meu Nome”, dirigido em 1970 por Enzo Barboni.
            Assim como eu, o público foi seduzido pela “química” da dupla, que dosava com maestria a brutalidade e o humor. O sucesso dos seus filmes foi imediato e estrondoso. Conquistou fãs no mundo inteiro. O Western era mais leve, engraçado, quase uma sátira aos bang-bangs americanos. Era uma comédia pastelão com poucos tiros e muita luta corporal, que quebravam o saloon inteiro e o pianista continuava tocando.
            Senti, isso é verdade, nos filmes “Trinity” um terreno fértil para a comédia, o exagero, a pompa, o deslumbramento, o ímpeto por uma causa maior que a realidade. Ou seja, a fantasia daquele universo infanto-juvenil: herói x bandido.
            É pena, hoje, não termos “Trinity” para nos levar às comoções e fazer rir.


                                        LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                        lincoln.consultoria@hotmail.com
                                           Advogado e mestre em Administração





domingo, 5 de janeiro de 2020

A importância das creches


            Olhando em retrospectiva, como se faz sempre em dezembro, me penitencio por ter falado muito pouco, e só de passagem, sobre a importância da creche para as nossas crianças.
            Registre-se que a falta de local adequado para os filhos aflige quem precisa retomar o emprego ou o estudo. Sem opção na rede pública, resta às famílias pagar por estabelecimentos particulares (o que nem sempre cabe no orçamento doméstico) ou confiar em arranjos informais com familiares ou amigos.
            Pesquisas mostram resultados que investir na primeira infância traz resultados expressivos na redução de desigualdades sociais e na melhora do nível educacional de alunos. Não existe, no entanto, bolas de prata nem fórmulas mágicas, simplesmente o gestor tem que ser visionário, ter sensibilidade, ter compromisso com a educação de base contínua. Infelizmente, a maioria dos nossos prefeitos não consegue aprender essa lição e não enxerga um palmo diante do nariz.
            Com todas as vênias, é difícil encontrar outro gestor municipal, como é o caso de Luciano Cartaxo à frente da Prefeitura de João Pessoa, que vê na criança a essência, a pedra de toque para o progresso social da sua municipalidade.
            Fica claro porque destacamos a gestão dessa citada prefeitura. Confiram. Durante o período do ano 2013 a 2019: saiu de 43 creches para 89 unidades; de 4.040 para 14.181 crianças matriculadas, da creche à educação infantil (0-5 anos); de 215 para 1.761 números de aluno do berçário. CREIS com o novo padrão de qualidade (construção e reformas): 68 unidades, além de 16 unidades novas. Número de profissionais atuando: 2.046, com previsão (2020) para contratar mais 700 vagas.
            Segundo James Heckman, ganhador do Nobel de Economia, é investindo em primeira infância que colhemos os maiores retornos do dinheiro público, já que cada US$ 1 investido nesta fase da vida pode gerar até US$ 7 para o país.


                                                LI NCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                  lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                      Advogado e mestre em Administração