Tomo
conhecimento que só 2,4% dos jovens brasileiros pensam em se tornar
professores. Há dez anos, essa percentagem ainda era de 7,5%. Os dados são da
OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Caso não
ocorra alguma mudança de rumo, dentro de mais dez anos teremos de importar
professores para nossas crianças.
Como gosto de afirmar: qualquer
Zé-mané entende (a razão) isso em dois minutos. Não há respeito ao professor
por parte dos alunos, chegando até a agressão física, às vezes. Alunos dominam
a sala de aula, ignoram a presença do mestre, passam a aula em celular e não
adianta reclamar à diretoria, se forem do ensino privado, dificilmente serão
penalizados. É de nos deixar estupefatos.
E não só isso. Outros motivos para o
desinteresse pela profissão são os baixos salários e a falta de reconhecimento
social. O piso fixado pelo MEC para professores que dão 40 aulas semanais é de
R$ 2.455,35. Mesmo assim tem colégio da rede privada que não pagam nem esse
mínimo obrigatório.
Pode uma coisa dessas? É claro que
não pode, pois é através do professor que se torna a educação como peça
fundamental não só para o indivíduo, mas para o desenvolvimento científico e
tecnológico do país. Sem isso, a economia fica para trás, produzindo bens
primários e importando bens de alta tecnologia.
A deficiência vergonhosa da nossa
educação tem origem lá na “educação básica”. Lula e Dilma usaram espertamente a
ideia de que é possível saltar para a universidade, sem passar pela educação de
base. O resultado foi aumento no ensino superior, com qualidade desastrosa. E
esse discurso, mesmo que demagógico, dá votos, como se comprovou.
Nenhum dos pré-candidatos à
Presidência, mas nenhum mesmo, abriu o bico até agora para dizer uma única
palavra sobre o despropósito aqui descrito.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre
em Administração