Outro dia eu li por aí, não sei onde, que a vida é uma maratona, não uma corrida de 100 metros. Quem já participou de uma maratona sabe que é preciso preparo, força, determinação e conhecimentos para chegar bem ao final.
Como não deixaria de ser, há
barreiras e tropeços no meio do caminho, como na vida mais longa. Ocorrem, sim,
perdas – de status, finanças, saúde, entes queridos.
O referencial estabelecido pela OMS
(Organização Mundial de Saúde), como paradigma do Envelhecimento Ativo, mostra
que são vários os determinantes para que se tenha melhor qualidade de vida,
como o processo de otimizar as oportunidades para saúde, aprendizagem ao longo
da vida, direito a participar integralmente da sociedade e segurança de uma
velhice minimamente protegida.
Uma pessoa nascida no Brasil em 2019
tem expectativa de viver, em média, até os 76,6 anos. Explicando. A vida dos
homens passou para 73,1 anos e a das mulheres foi para 80,1 anos, segundo IBGE.
A qualquer momento de nossa
trajetória, há sempre oportunidade de corrigir o que precisa ser corrigido.
Sempre admirei aqueles que conseguem mudar seus pensamentos, suas atitudes, seus
hábitos e seu comportamento; aqueles que têm coragem de encarar que são seres
humanos em formação, obras-primas inacabadas em constante mutação, e que estão
abertos ao novo, ao inexplorado, ao futuro.
Não importa a idade que você tem
agora, a qualquer momento a força da mudança estará sempre presente. O ganho consequentemente virá, quanto mais cedo
começarmos, maior ele será. “A mudança não virá se esperarmos por outra pessoa
ou outros tempos. Nós somos aqueles por quem estávamos esperando. Nós somos a
mudança que procuramos”, diz Barack Obama, uma das cabeças mais lúcidas e
brilhantes do nosso tempo.
Quando sou questionado como é ser
idoso em uma pandemia, rebato de bate-pronto com outra pergunta: é comigo
mesmo? Eu não sou um idoso, tenho é juventude acumulada. Alguns dias acordo com
30 anos, em outros com 15. Nunca com a minha idade cronológica.
Para iniciar um processo de mudança,
com vista ao Envelhecimento Ativo, a motivação é importante para desenvolver
novos hábitos de forma sustentável. Esse processo nem sempre é curto, tampouco
fácil, porém é bastante simples e possível, dependendo única e exclusivamente
da nossa disposição.
Como mudar nossos hábitos se não
temos humildade para reconhecer que precisamos fazê-lo? É a humildade que nos
permite estar abertos ao novo e sair da zona de conforto.
Nada de blá-blás de coach, essa é a
matemática do idoso, o resto é conversa mole.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração