Recentemente assisti via internet
(pela Net) a série original (74 capítulos) sobre a história do maior
narcotraficante da história, “Pablo Escobar, o senhor do tráfico”, produzida e
exibida pela Caracol Televisión em 2012. Uma obra fantástica!
Foi em Medellín onde centralizou e
comandou as suas atividades criminosas. Ele foi o sujeito mais rico e bem
sucedido da história do narcotráfico. Para as autoridades colombianas foi “o
mais brutal, ambicioso e poderoso traficante que já existiu”.
Ninguém segurava o cara. Fazer parte
do seu cartel não era para frouxos. Contrabandeava 15 toneladas de cocaína por
dia só para os Estados Unidos, processava/exportava 80% da cocaína consumida no
mundo todo e faturava cerca de US$ 30 bilhões por ano. Amado por grande parte
da população colombiana, que considerava o Robin Hood dos pobres. “Não sou rico,
sou uma pessoa pobre com dinheiro”, uma de suas frases icônicas.
Enquanto o governo colombiano vinha
com o discurso conciliador, ele vinha com a metralhadora. Foi conhecido por sua
eficiência política do “plata o plomo” (dinheiro ou chumbo), em que juízes,
policiais, jornalistas, políticos e outros eram obrigados a aceitar o seu
dinheiro, ou seriam executados sem misericórdia.
Quando estive por lá, em Medellín
(2015), para conhecer de perto a cidade que conseguiu se superar: antes a mais
perigosa do mundo para ser a mais inovadora e empreendedora do mundo; constatei
que a história de Pablo Escobar é inimaginável não está no roteiro turístico:
do cemitério Montesacro, onde se encontra enterrado, para a “catedral”, a
prisão particular do barão da droga.
Perguntaram-lhe uma vez, numa
entrevista, como define o seu envolvimento com o mundo do narcotráfico. Sem
pestanejar, respondeu: “Vocês podem aceitar meu negócio ou aceitar as
consequências”.
Tais registros me fizeram olhar para
trás e, como num surto, escrevi este texto.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração