terça-feira, 31 de outubro de 2017

O senhor do tráfico

            Recentemente assisti via internet (pela Net) a série original (74 capítulos) sobre a história do maior narcotraficante da história, “Pablo Escobar, o senhor do tráfico”, produzida e exibida pela Caracol Televisión em 2012. Uma obra fantástica!
            Foi em Medellín onde centralizou e comandou as suas atividades criminosas. Ele foi o sujeito mais rico e bem sucedido da história do narcotráfico. Para as autoridades colombianas foi “o mais brutal, ambicioso e poderoso traficante que já existiu”.
            Ninguém segurava o cara. Fazer parte do seu cartel não era para frouxos. Contrabandeava 15 toneladas de cocaína por dia só para os Estados Unidos, processava/exportava 80% da cocaína consumida no mundo todo e faturava cerca de US$ 30 bilhões por ano. Amado por grande parte da população colombiana, que considerava o Robin Hood dos pobres. “Não sou rico, sou uma pessoa pobre com dinheiro”, uma de suas frases icônicas.
            Enquanto o governo colombiano vinha com o discurso conciliador, ele vinha com a metralhadora. Foi conhecido por sua eficiência política do “plata o plomo” (dinheiro ou chumbo), em que juízes, policiais, jornalistas, políticos e outros eram obrigados a aceitar o seu dinheiro, ou seriam executados sem misericórdia.
            Quando estive por lá, em Medellín (2015), para conhecer de perto a cidade que conseguiu se superar: antes a mais perigosa do mundo para ser a mais inovadora e empreendedora do mundo; constatei que a história de Pablo Escobar é inimaginável não está no roteiro turístico: do cemitério Montesacro, onde se encontra enterrado, para a “catedral”, a prisão particular do barão da droga.
            Perguntaram-lhe uma vez, numa entrevista, como define o seu envolvimento com o mundo do narcotráfico. Sem pestanejar, respondeu: “Vocês podem aceitar meu negócio ou aceitar as consequências”.
            Tais registros me fizeram olhar para trás e, como num surto, escrevi este texto.


                                         LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                          lincoln.consultoria@hotmail.com
                                             Advogado e mestre em Administração
                                         


                

domingo, 22 de outubro de 2017

Privatização no Brasil

            Tenho pensado, lido, refletido e ouvido muita gente sobre os melhores caminhos para tirar o Brasil desta triste situação em que nos encontramos com a corrupção (devotos à vigarice).
            Vive-se hoje, pelo menos, uma saudável correção de rumos em relação de repassar as empresas estatais à iniciativa privada. Contrariando àqueles que tentam fazer crer: entregar bens públicos que farão falta ao Estado.
            A essa altura, já não é algo tão estarrecedor - pelo registro de mentiras e roubalheiras -, é uma forma de desfazer de bens políticos, deixando órfãos apenas os velhos conhecidos dependentes de mamata. Não faltando, evidentemente, ato espúrio, criminoso, transvestido de ato de gestão.
            Parece-me lógico que, essas empresas do governo fossem privatizadas, elas se tornariam mais eficientes e úteis ao país, deixando, sobretudo, de ser instrumento de interesses fisiológicos. As barreiras são enormes: resistências ideológicas, raciocínios equivocados sobre o conceito e estratégico, visões infantis sobre soberania nacional e cultura estatizante.
            Admito carregar um pouco mais tinta ao dizer que a Petrobras, por exemplo, fosse privada, não teria ocorrido o maior escândalo de corrupção da história. Infelizmente, a decisão de privatizar uma determinada empresa pública ainda se curva à pressão dos políticos e de pseudo-nacionalistas.
            Entendo, perfeitamente, que existe a turma que não quer de maneira alguma perder o privilégio que viceja no ambiente estatal. Com destaque aos fisiologistas, seus apaniguados, detentores da máquina para usufruto próprio, funcionários públicos ineficientes que mostram horror a cobranças e gangues partidárias que estão na linha de frente da chiadeira.
            Então, é preciso insistir na privatização. Para o bem do Brasil.


                                                        LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                          lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                                                 Advogado e mestre em Administração
               

                   

terça-feira, 17 de outubro de 2017

O risco do xaveco

            Vamos começar do zero: o que é xaveco? Xaveco é a abordagem masculina no intuito de conhecer uma mulher ou conversa de quem deseja conquistar alguém. O que seria de nós se Adão não tivesse buzinado alguma coisa na orelha de Eva?
            O leitor pode estar perguntando: “Mas isso não corre o risco de ser encarado como assédio sexual?”.  Claro que Sim! Nota: o medo de sofrer abusos e assédios sexuais afeta a maneira como 3 em cada 10 mulheres se vestem – segundo pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
            Com sinceridade, aqui vai um conselho aos homens brasileiros: não ponham as mãos nas mulheres sem conhecê-las, sem ter certeza de que o seu gesto de carinho ou de desejo será bem-recebido. Lamentavelmente, ainda existe na cultura brasileira a imagem da mulher objeto. Basta ser mulher e estar no espaço público para, em algum momento da vida, receber cantadas masculinas.
Na minha mocidade, mexer nos cabelos de uma moça desconhecida ou mesmo tocar o corpo dela durante a primeira conversa era aceitável, era um simples xaveco. O pior que poderia acontecer era a garota fechar a cara e ir embora – e muitas faziam isso. Mas isso já faz 40 anos.  Agora a situação mudou.
Tem homem que vê a cantada de rua como elogio. Pensa que a mulher gosta e que está na rua para isso mesmo. Agora, indignada com o ato de invasão de sua privacidade, com liberdade de pôr a boca no trombone, a brasileira tem apoio da lei e disposição pessoal para expor os folgados aos piores vexames – e, algumas vezes, à prisão.
            Muitos caras por aí se acham dom-juam das garotas. Esquecem eles que o cenário em torno do corpo feminino mudou. Não há espaço para contato sem consentimento. Tampouco é aceitável fazer galanteios inadequados à gata cobiçada.
            Na dúvida com a ação do xaveco, desacelere.  E fim de papo.


                                           LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                            lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                              Advogado e mestre em Administração


terça-feira, 10 de outubro de 2017

Paris: exemplo de mobilidade urbana

            Volto ao tema por me parecer inesgotável. Notadamente quando cravei os olhos naquele texto jornalístico em que destacava que Paris quer ser a primeira metrópole sem carros até a Olimpíada de 2024.
            Para aliviar as agruras do trânsito, Paris já está implantando iniciativas com vistas ao futuro: elevou o preço do estacionamento, criou ciclovias e fez planos para até 2020 proibir a circulação de veículos movidos a diesel. Pois é: 6.500 parisienses morrem por ano devido aos efeitos da poluição. Acontece em grande parte porque a capital francesa foi construída muito antes de existirem automóveis e nunca espaço para eles.    
            Sempre digo: resolver o problema do trânsito nas cidades é um processo de aprendizado. Pensando nisso. A primeira coisa que a prefeitura de Paris vai querer fazer (até as Olimpíadas) é reduzir os 150 mil carros estacionados na rua sem fazer nada. Os táxis sem motoristas (dotado por tecnologia) vão funcionar continuamente, quase nunca estacionando entre uma corrida e outra. Os espaços de estacionamento serão convertidos em ciclovias, terraços de cafés ou playgrounds.
            É importante sublinhar que quase dois terços dos 2,2 milhões de parisienses não possuem carro, cuja opção é andar de metrô. Outra realidade: os ônibus urbanos sem motoristas já estão percorrendo as principais avenidas da cidade. Por tudo isso, Paris, capital do século 19, poderá se tornar a capital do século 21.
            É hora de reconhecer e admitir claramente a barafunda do sistema de transportes nas cidades brasileiras. Ineficiente, ele tem futuro incerto. Mas é preciso ser realmente muito bobo, ou desinteligente, para achar que isso é um problema comum das grandes cidades e sem soluções práticas. Ou seja: uma substancial ignorância sobre o assunto.
Taí a encantadora Paris dando grandes lições de mobilidade. Tornando-se, no futuro próximo, a primeira metrópole mundial pós-carros.


                                   LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                     lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                     Advogado e mestre em Administração


segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Pânico na Rocinha

            É um problema e tanto o que está ocorrendo na Favela da Rocinha. Uma comunidade de 70 mil moradores sob fogo cruzado, quase 3 mil crianças sem aula. Um verdadeiro bangue-bangue na cidade do Rio de Janeiro a ficar de joelhos para o crime organizado.
            Todos que ali residem estão com medo, assombrados, agachados nas trincheiras que construídas para se isolarem, entregues aos mais variados escapes: de drogas e de bandidagens. O intenso tiroteio entre policiais e criminosos provocou tumulto, pânico e alterou a rotina de cariocas.
            É bom lembrar que a guerra na maior favela do País só tomou essas dimensões por causa da falência do Estado, da omissão das autoridades e do fracasso das UPPs, que foram vendidas como solução para conter a violência.
            Ficará mais difícil, para não dizer impossível, fugir dessa realidade. Um bom programa de primeira infância consegueria ajudar a família inteira da favela, fazendo chegar até ela informações, boas práticas e valores essenciais, como a importância do estudo para a superação da pobreza.
            O colapso da segurança é evidente. A promessa de “pacificar” as favelas, através das UPPs, sucumbiu à corrupção e à falta de planejamento. Com a escala da violência, os moradores perderam a liberdade de ir e vir. Acreditem: às vezes, os bandidos ditam o toque de recolher – todo mundo corre para casa, sem dar um pio.
            Os cariocas estão pagando caro por terem confiados nos seus representantes desonestos e incompetentes que não enxergam longe e não querem o bem dos seus conterrâneos, apenas vêem oportunidades para tirar vantagem própria.
            O debate de ideias e de causas sobre a violência do Rio de Janeiro é mais relevante que as pirotecnias expostas pelas nossas Forças Armadas, uma vez que não têm vocação para manter a ordem pública.

                                                   LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                    lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                      Advogado e mestre em Administração