quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

O drama dos lojistas de shopping

 

             Pandemias, assim como guerras, geram horror, medo e incerteza. É com esse sentimento que o pequeno lojista de shopping está vivendo seu momento mais agudo, uma verdadeira bomba-relógio prestes a estourar a qualquer instante.

            Curioso observar que a debilidade financeira dessas empresas é progressiva à medida que aumenta o tempo de duração da pandemia.

            Vejam que situação. Um empreendedor alugou uma loja num determinado shopping center, fez reforma no início de 2020, adquiriu estoque, abriu as portas em fevereiro seguinte, com expectativa de sucesso, e em março foi obrigado a paralisar tudo.

            Esse drama tem sido vivenciado não só com as pequenas empresas de shopping, como também, outras da nossa atividade econômica. O saldo foi penoso (duro prejuízo) em decorrência do fechamento por conta da pandemia. Haja sofrência para tamanho prejuízo. Só há uma meta para o ano que se inicia: sobreviver ao vírus e à crise econômica.

             A crise sanitária está longe do fim, e a economia ainda se mostra frágil. Pela pesquisa do Datafolha, 69% dos que receberam o auxílio não encontraram fonte de renda capaz de substituí-lo.

            Lamentavelmente, durante a pandemia, nada menos que 1,3 milhão de empresas fecharam as portas no Brasil, sendo que 46% delas encerraram suas operações de vez – as demais ainda têm esperança de reabrir à frente, em algum momento. Das que pararam de funcionar em razão do coronavírus, 99% são de pequeno porte, segundo o IBGE.

            O fechamento de tais empresas, além de gerar desemprego, tem efeito direto na arrecadação dos impostos, é o caso, por exemplo, do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) que sofreu uma queda de 9,7%, que cobre 39% das receitas de cidades com até 20.000 habitantes.

            Voltando aos lojistas de shopping center, a coisa é vexatória, gerando uma tensão extra pelo fato de as administradoras estarem irredutíveis em flexibilizar os custos no delicado início de ano. O pessoal pouco está se lixando, faz cara de paisagem ou até de festinha.

            As administradoras estão querendo cobrar 23,14%, como base no IGPM, a correção do contrato de locação, muito acima da inflação oficial e das vendas. Sem falar que já foi pago o 13º aluguel das lojas em dezembro. Algo insuportável em um período de queda de faturamento, restrições de horários e de público, bem como da imposição de um novo normal que ninguém sabe direito como será.

            É bom lembrar que são as pequenas lojas (82%), em sua maioria, e não as âncoras (grandes magazines e megalojas), que estão sofrendo mais os efeitos da lenta retomada das vendas. Isso porque as âncoras sempre tiveram condições contratuais favoráveis. Restam-lhes a indignação e o grito de protesto.

            Dito isso, acendo um alerta: é melhor negociar com esses lojistas, ou preferir vislumbrar futuros tapumes em vez de belas vitrines.                   

 

 

                                                LINCOLN CARTAXO DE LIRA

                                               Advogado, administrador e escritor

                   

 

 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Além de “posso ajudar”

             Com formação acadêmica em Administração de Empresas, tenho observado e estudado que o mercado do varejo se reinventa, para tentar proporcionar aos consumidores cada vez mais uma experiência agradável e inesquecível. Mesmo com as dificuldades enfrentadas em decorrência da crise da pandemia (Covid-19).

            Clientes não querem entrar numa loja e ouvir um “posso ajudar”?  Querem um vendedor que faça mais do que tirar pedidos. É o tipo de diálogo que frustra qualquer cliente que busca um atendimento qualificado.

            O lojista tem que estar preparado para essa realidade do varejo. Tudo conta: aparência da loja, iluminação, aromas, trilha sonora, tecnologia funcionando. É o que nós chamamos de identidade. Com tais iniciativas, antes da compra o cliente já se sente acolhido.

            Muitas empresas gastam rios de dinheiro para consolidar sua marca. Para tanto, o profissional de vendas tem que estar inserido nesse contexto, desde o primeiro dia em que começa a trabalhar. Ele tem que consolidar o seu nome no exercício de encantamento aos clientes.

            Reparando direitinho, nosso nome é a nossa marca registrada. Se não conseguimos nem fazer os clientes lembrarem o nosso nome, como podemos querer que se lembrem das nossas atitudes? Eis aí o espírito da coisa.

            No Evangélico de São João está escrito que a primeira providência que Jesus de Nazaré tomou ao iniciar a sua vida pública foi a de fazer o povo acreditar em seu nome. Os milagres vieram depois.

            Olha só! Essa história de “vestir a camisa da empresa” é coisa do passado. Hoje, todos, sem exceção - do presidente ao office-boy - têm de vestir a camisa do cliente. Só vestindo a camisa do cliente, a empresa pode realizar sua meta maior: LUCRO! Em um mercado altamente competitivo (digital e físico), não há outro caminho. O cliente é o atual e verdadeiro patrão!

            O atendimento personalizado é uma tendência. Investindo no relacionado pós-venda. O lojista deve cadastrar o cliente e estabelecer vínculo: chamá-lo pelo nome, mencionar o que ele comprou e perguntar se ficou satisfeito com a compra. Ter a iniciativa de presentear o cliente com voucher de desconto na próxima compra assim que ele passar pelo caixa.

            E ouso ressaltar: cada vendedor, quando atende um cliente, tem o poder de cativá-lo ou expulsá-lo definitivamente da empresa.

 

                                                 LINCOLN CARTAXO DE LIRA

                                                              Advogado, administrador e escritor

                        

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

O valor da gentileza

 

             Já notou, um dos aspectos mais estressantes da vida moderna é ter de lidar com pessoas desagradáveis. Quando elas não se envenenam com sua própria ignorância e grosseria, acabam nos levando a um comportamento autodestrutivo. Somos tão direcionados para a eficiência e a produtividade que acabam nos esquecendo de que o mais importante é a gentileza e o carisma.

            Eu já sabia, até mesmo com a minha psicanálise de botequim, que a gentileza é um ato de amor. Pratique, ensine, retribua, promova, espalhe por aí. Gentileza gera gentileza. O menor ato de gentileza vale mais do que maior de todas as intenções. Seja conhecido pela sua gentileza. Pessoas gentis são mais felizes.

            Faço um parêntesis de uma experiência particular: não faz muito tempo, deixei de comprar um carro por falta da gentileza de um vendedor duma concessionária de veículos. Simples assim.

            Ah, faça-me um favor. Não dá! Ninguém - muito menos o cliente – gosta de se relacionar com uma pessoa mal-humorada, “amarga”, com “baixo astral”.

A falta de gentileza, o mau humor, por parte de quem está prestando um serviço, é simplesmente intolerável.

            Uma coisa é certa: gentileza é o “lubrificante” do atendimento. Quando somos gentis com o cliente, ele tem uma forte percepção de que realmente nós nos importamos com ele. A atitude gentil abre-nos grandes possibilidades para prestar um fantástico atendimento ao cliente. Ah, sim, pesquisadores ao redor do mundo não cansam de atestar os efeitos benéficos que a gentileza traz para nossa saúde física e mental. Ou seja: praticar a gentileza traz longevidade e qualidade de vida.

O gesto da gentileza é tão significativo que já tem o seu dia de comemoração, 13 de novembro, o Dia Mundial da Gentileza. Mas, como sempre, tudo começa com pequenas ações: um elogio entusiasmado, um sincero pedido de desculpas, um presente fora de hora, uma ajuda sem querer nada em troca, uma mensagem carinhosa. O importante é não deixar para depois – gentileza precisa virar hábito.

Ser gentil cai bem em qualquer pessoa. Você nunca vai se arrepender de ser gentil. Gentilezas, muitas vezes simples para quem faz, podem gerar memórias inesquecíveis para quem recebe. São as chamadas experiências impactantes e que nos confortam, aquelas que nos fazem esboçar um sorriso quando nos lembramos delas.

Pessoas gentis são outros quinhentos. Seja gentil, sempre!

 

 

                                LINCOLN CARTAXO DE LIRA

                                               Advogado, administrador e escritor

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Sonho de Ícaro

Sonho de Ícaro

              Este livro é mais uma coletânea de artigos e crônicas publicadas no inesquecível Jornal Correio da Paraíba, no período de 03/2015 a 01/2017, que tinha como slogan editorial a “ética e paixão” no seu jornalismo. Foi uma experiência enriquecedora e de grande aprendizado.
            Escrevendo estes textos absolutamente despretensiosos, pude sentir o quanto valeu a pena viver cada situação e cada personagem que eles descrevem. É como se trilhasse por uma estrada luminosa, de curvas sinuosas, mas que apontava para um extraordinário caminho da esperança.
            Sempre digo que a nossa missão será morrer vivo, e jamais viver morto. Bem vindo à vida, bem vindo sempre ao prazer efervescente da alegria para continuar vivendo. Por isso, nessa minha nova missão, para dar o título ao presente livro “Sonho de Ícaro”, pincei um personagem da mitologia grega chamado “Ícaro”, que significa pessoas obstinadas e que lutam com afinco para conquistar aquilo que estipularam para si.   
            Fácil não é, claro. Até os mais otimistas concordam que a vida é osso duro de roer – entre outras coisas, exige apetite, persistência e dentes afiados. Mas é também um exercício apaixonante, como é o caso aqui, da escrita.
            Quando me perguntam por que decidi escrever para o público em geral, através de livros, artigos e crônicas, normalmente respondo: foi para desopilar o fígado e a cabeça! Pois não sobrevivo (financeiramente) desse mister. Como dizem, mas a causa é nobre. Tenho a escrita como uma coisa prazerosa. Nada de obrigação e estroinice.
            Não faço deste livro apenas um sumário descritivo do que penso a respeito da nossa vida, política e social.  Muito ao contrário, procuro nele sumarizar a liberdade da consciência e do pensamento evolutivo que tenho sobre o que acontece por esse mundo afora.
            Através desta obra, pude fortalecer dentro de mim conceitos muito importantes como ler a verdade nua e crua das coisas e prestar muita atenção para não trocar sonhos por ilusões, pois às vezes corremos o risco tão humano e, portanto, frugal de não dialogar com a realidade.
            Enfim, vou continuar escrevendo e trabalhando, como diria o humorista Ary Toledo, afinal de contas, eu tenho o governo para sustentar.
            Espero que goste de ler o livro tanto quanto eu gostei de escrevê-lo.

 

                                  LINCOLN CARTAXO DE LIRA

                                            Advogado, Administrador e Escritor