sexta-feira, 25 de março de 2011

Cadê as lojas de disco?

            Acredite se quiser: Não existe (ou quase) mais nenhuma loja de discos em João Pessoa!  Dá pra acreditar nisso?
            Para comprar um CD original, bonitinho, ao gosto, lançamento, é preciso ir às grandes lojas de departamento, onde, por sua vez, não se encontra aquele disco mais raro, aos de públicos segmentados, e sim, o pop do pop óbvio e convencional.
            As lojas desse gênero foram substituídas pelos carrinhos ambulantes dos piratas, preço baixo, concorrência desleal.  “Vai um calypso aí, moral? Um sertanejo? Um brega? Cinco paus”.
            Para aqueles aficionados da boa música e colecionador de discos não têm outra saída, a não ser, recorrer às compras pela internet, ou aos amigos quando viajam e se recomenda a compra de um disco especial.
            Seja ziguezagueando com os piratas e/ou a internet, o mercado fonográfico precisa dar um jeito de se adaptar a essa realidade.  Não sei se é uma coisa bem mundial mesmo ou só em países com vocação a pirataria, como o Brasil, mas é uma constatação um tanto indicativa do tamanho da crise apocalíptica que abala as estruturas dessa indústria no país.
            Volta e meia nos deparamos com reportagens ou estatísticas assombrosas a cerca da crise da indústria fonográfica.  Pirataria, alto preço dos CDS, popularização do CDR (o CD gravável) ou a escassez de novos talentos – explicações não faltam.
            “Obviamente a pirataria é o principal fator, já que quase 55% dos CDs vendidos no Brasil são piratas”, afirma o diretor da Universal Music, José Eboli.   Em nota, Associação Brasileira dos Produtos de Disco (ABPD), engrossa o coro: “A pirataria deixou de ser um produto do gueto para estar em toda esquina. É uma concorrência desleal”.
            Já o sempre verborrágico Lobão considera que a batalha é outra: “A principal guerra contra a pirataria seria a queda dos preços dos discos. É um negócio que tem a maior margem de lucro do planeta, com mais de 3000% por unidade”.
            Vejo, amiúde, que um preço de um CD, em média, era pra ser em torno de R$ 20,00, o que convenhamos, não inibiria a sua venda.  Reconheço, por outro lado, que não é ele (o preço) que vai resolver o problema. Se o produto não for interessante não adianta, mesmo com o preço lá em baixo, o público não compra.
            As gravadoras prendem-se muito a movimentos (exemplo: axé music, pagote, forró music, brega etc.) e são penalizadas logo em seguida por essas ondas – efêmeras – que elegem os sucessos do momento.
            O mais grave é que os discos (modus operandi pirataria) estão sempre entre os mais vendidos, ou cantores mais conhecidos, eles não têm a preocupação de lançar novos talentos. Prejudicando, assim, aqueles que estão começando na vida artística.
            Faz-me rir: não há crise de criatividade (compositores e intérpretes) no mercado musical, há uma falta de visão (noutras palavras: “embromación”) daqueles que estão à frente desse mercado.  Basta freqüentar à noite em qualquer lugar do Brasil e descobrir uma efervescência de grandes talentos musicais, tomada por gente nova, público forte e fiel.
            Não entendem ou fingem não entender. Ou seja: entender eles entendem, mas não compreendem face ao desejo imoderado.
            Falta incorporar isso, falta seriedade!!!


                                                     LINCOLN CARTAXO DE LIRA




                            
            

Nenhum comentário:

Postar um comentário