Li
não sei onde que todas as vezes que Tom Jobim abriu o piano para tocar o mundo
melhorou. A beleza que ele extraia dos seus acordes deixavam as pessoas
embevecidas. Transforma quem o ouvisse, fosse uma plateia doméstica, de
trabalho ou de teatro.
A música, como sempre achei, é um
prazer, é um hábito. Oferece alegria, cultura e um excelente antídoto ao
baixo-astral. Um bálsamo de esperança para continuar vivendo. Mormente, agora,
para quem se encontra isolado ou enfermo por conta dessa feiúra pandêmica
(Covid-19).
O mais bem-acabado retrato do que
estou falando, foi quando vi o vídeo de uma apresentação do violinista Paulo
Barreto, ocorrida numa casa de repouso para velhinhos (as), em homenagem ao
“Dia das Mães”. Fiquei com os olhos inundados com tal cena emblemática.
Viva Paulinho! Viva toda a sua
sensibilidade, que se faz presente. Vai no ponto do humanismo. Com seu jeito
doce e gentil, com seu olhar piedoso, quase maternal, você levou esperança,
alegria e solidariedade para a alma daquelas pessoas idosas ( tesouro de
memórias vividas) que ainda são tratadas com tanto descaso, infelizmente.
A música, sem dúvida, é um
benfazejo, é um santo remédio. Os estudos científicos comprovam que a
utilização da música nos leitos hospitalares auxilia na melhora de quem está
doente. “Os músicos têm feito um trabalho extraordinário, melhoram a qualidade
de vida e de permanência dos doentes e reduzem em até cinco dias o tempo de
internação”, disse certo médico.
É vero. A música tem sido a forma
mais usada para romper o silêncio das ruas e unir a vizinhança. A falta de
contato humano tem sido uma preocupação da comunidade médica durante a
pandemia, já que o stress do isolamento prolongado aumenta a predisposição para
transtornos de ansiedade e comportamentos depressivos.
Foi assim, graças à contribuição da
música, que ouvi de um idoso solitário: “A música traz água nos olhos, né?”.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração