Ao
aproximar-se o final do ano, nada mais justo, principalmente para quem continua
na labuta como eu, verificar se estamos trabalhando demais e vivendo “de
menos”. De montanha-russa, basta a vida.
Tal percepção ocorre em toda
sociedade, mas talvez ainda mais entre gestores, empreendedores e outras
pessoas em posição de liderança. Eles são tão direcionados para a eficiência e
a produtividade que acabam esquecendo a qualidade de vida.
Não por acaso que uma pesquisa feita
algum tempo atrás por uma consultoria chamada DMRH constatou que 62% dos
executivos brasileiros estão insatisfeitos com as suas rotinas. Se tivessem
liberdade para redesenhar seu cotidiano, 7% desses profissionais diminuiriam o
tempo dedicado ao trabalho, 80% aumentariam o tempo dedicado à família e 76%
dedicariam mais tempo a atividade física e cuidados com a saúde.
A principal questão aqui talvez
seja: por que quase oito em cada dez profissionais brasileiros desejariam
trabalhar menos do que trabalham hoje? Ou, dito de outra maneira, por que todo
mundo está tão ocupado? A hipótese principal é a financeira.
Ninguém há de negar que todos nós
somos meteorologistas emocionais no que diz respeito às nossas vidas pessoais e
profissionais, preocupados com o que está por vir. Esquecendo que a liberdade
financeira não significa deixar de trabalhar, e sim ter um emprego que seja
prazeroso, colegas queridos e um ambiente de trabalho agradável.
Até uma geração atrás, o típico
“workaholic” se orgulhava de seu estilo de vida. Agora, esse perfil
profissional deixou de ser vendável e se tornou um problema. E, como se não
bastasse, se sente culpado.
Você, leitor, Feliz Ano Novo! Não
olhe muito para trás nem olhe muito para frente, viva o presente.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração