Volto ao tema por me parecer
inesgotável. Notadamente quando cravei os olhos naquele texto jornalístico em
que destacava que Paris quer ser a primeira metrópole sem carros até a
Olimpíada de 2024.
Para aliviar as agruras do trânsito,
Paris já está implantando iniciativas com vistas ao futuro: elevou o preço do
estacionamento, criou ciclovias e fez planos para até 2020 proibir a circulação
de veículos movidos a diesel. Pois é: 6.500 parisienses morrem por ano devido
aos efeitos da poluição. Acontece em grande parte porque a capital francesa foi
construída muito antes de existirem automóveis e nunca espaço para eles.
Sempre digo: resolver o problema do
trânsito nas cidades é um processo de aprendizado. Pensando nisso. A primeira
coisa que a prefeitura de Paris vai querer fazer (até as Olimpíadas) é reduzir
os 150 mil carros estacionados na rua sem fazer nada. Os táxis sem motoristas
(dotado por tecnologia) vão funcionar continuamente, quase nunca estacionando
entre uma corrida e outra. Os espaços de estacionamento serão convertidos em
ciclovias, terraços de cafés ou playgrounds.
É importante sublinhar que quase
dois terços dos 2,2 milhões de parisienses não possuem carro, cuja opção é
andar de metrô. Outra realidade: os ônibus urbanos sem motoristas já estão
percorrendo as principais avenidas da cidade. Por tudo isso, Paris, capital do
século 19, poderá se tornar a capital do século 21.
É hora de reconhecer e admitir claramente
a barafunda do sistema de transportes nas cidades brasileiras. Ineficiente, ele
tem futuro incerto. Mas é preciso ser realmente muito bobo, ou desinteligente,
para achar que isso é um problema comum das grandes cidades e sem soluções
práticas. Ou seja: uma substancial ignorância sobre o assunto.
Taí a encantadora Paris dando grandes lições
de mobilidade. Tornando-se, no futuro próximo, a primeira metrópole mundial
pós-carros.
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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