tag:blogger.com,1999:blog-80934022552045964372024-03-16T11:50:15.949-07:00Folhetim - Lincoln CartaxoEste blog destina-se à interação literária.Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.comBlogger633125tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-18519922037746423642024-02-24T05:24:00.000-08:002024-02-24T05:24:23.815-08:00A miss eterna<p> </p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> Sou de
um tempo em que o tradicional concurso de Miss Brasil chamava à atenção de
todos, ainda hoje realizado anualmente sem o mesmo brilho, e que visa eleger
uma representante da beleza feminina de cada unidade federativa do país. Em
seguida, a vencedora vai disputar a edição de Miss Mundo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Destacando-se, nesse certame, Marta
Rocha (1932-2020), a miss eterna de espetacular beleza e imensa sintonia com os
fãs, a quem encheu de alegria e orgulho quando tudo no Brasil dava errado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Imagine um país em momento de alta
turbulência política, com o moral machucado por derrotas futebolísticas e em
posição subalterna diante dos Estados Unidos, a grande potência ocidental.
Assim era o Brasil em 1954, quando a baiana Marta Rocha, declarados 18 aninhos,
despontou na passarela com sua beleza esplendorosa e sorriso contagiante, e
dali alçou voo, levando nas asas a chance de lustrar a autoestima nacional.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Eu sei! Quase deu certo. A morena de
1,70 metro, cabelos claros e impactantes olhos azuis, vencedora incontestável
do primeiro concurso de Miss Brasil em décadas, recebeu a faixa de segundo
lugar no Miss Universo – realizado em Long Beach, na Califórnia, e vencido por
uma americana sem graça, Miriam Stevenson.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É curioso, para dizer o mínimo, uma
história inventada no calor da coroa perdida, a de que Martha só não ganhou
porque tinha 2 polegadas (5 centímetros) a mais no quadril do que as regras
permitam, o que salvou a honra brasileira. Ela foi abraçada na volta por uma
população encantada com sua musa e assim passou a vida, sempre miss, sempre
linda, até adoecer, se recolher e, finalmente, falecer.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Faço um adendo: na noite da quase
vitória de Martha Rocha, em Long Beach, 24 de julho de 1954, a seleção
brasileira tinha sido recém-desclassificada, nas quartas de final, da Copa do
Mundo da Suíça – isso com a nação de chuteiras ainda sentindo com a derrota
para o Uruguaia na final de quatro anos antes, em pleno Maracanã.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E como não bastasse, a política
atravessava ondas de choque, diante da enxurrada de denúncias cada vez mais
graves, e em tom cada vez mais desafiador, que encostava na parede o presidente
Getúlio Vargas. Vindo a se suicidar exatamente um mês depois, no Palácio do
Catete, no Rio.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas olha só, com tanta coisa ruim em
volta, Martha Rocha era o respiro popular, perfumado por sua aura de deslumbre
e carisma.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Depois de cultivar durante décadas a
balela das 2 polegadas, inventada por um jornalista para pacificar os leitores,
ela mesma desmentiu a história em sua autobiografia: “Nos Estados Unidos,
ninguém me tirou as medidas”. Nem fazia mesmo o menor sentido: a vencedora
tinha exatamente os mesmos 96 centímetros de quadril.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mesmo sendo unanimidade nacional,
com direito a marchinhas de Carnaval, torta, bichos em zoológicos e modelos de
carro com seu nome, Martha teve uma vida de altos e baixos, mas sempre, sempre
sem perder a majestade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span>LINCOLN CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></span></b></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-53975216980876228362024-02-24T05:22:00.000-08:002024-02-24T05:22:44.411-08:00Prêmio da beleza<p> </p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"> Meu
velho amigo Cordeiro, como sempre inteligente e bom humor, enquanto arrumava os
óculos Ray-Ban no rosto, disse-me que “A beleza é o capital da mulher, e o
capital é a beleza do homem”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Confesso: fiquei curado de meu
sentimento de ignorância a respeito dessa citação. Tive uma “cura mental”, seja
lá o que for isso. Mas, peraí, temos de ter cuidado com tal estereótipo. Pode
parecer engraçado. Para muitos, pode soar como coisa menor.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Os antigos achavam que o homem ideal
deveria ser trabalhador, inteligente e dedicado à família. Como não precisava
ser perfeito, podia ser feio. Já a mulher, inconstante, ingênua, curiosa e
faladeira, tinha de ser bonita. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Não é
por acaso que “As feias que me perdoem, mas a beleza é fundamenta”, já
reverberava Vinícius de Morais. Garante o provérbio americano “Se o olho não
admira, o coração não deseja”. É por isso que “A feiúra é o grande aliado da
castidade” e “Mulher bonita já nasce noiva”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A vantagem de que elas gozam é
significativa. Há pesquisas mostrando que gente atraente tende a ganhar mais, receber
melhores avaliações na escola e no trabalho, vencer mais eleições e até a
relatar maiores níveis de satisfação com a vida (felicidade). Mesmo quando
pisam na bola e vão a julgamento, as bonitas têm maiores chances de ser
inocentadas.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas não só isso: o fenômeno,
conhecido como “prêmio beleza”, pode ser quantificado. O economista Daniel
Hamermesh estimou que, nos EUA, pessoas cuja aparência é considerada acima da
média conseguem salários de 10% a 15% maiores que os de seus pares menos
afortunados. Gente atraente tende a ter melhor desempenho em áreas como vendas
e relações públicas, sem mencionar carreiras artísticas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A correlação parece injusta. Mas
está de acordo com o senso comum. Pode se estender a alguns dos cargos mais
poderosos nos negócios. CEOs de bancos mais atraentes recebem salários
melhores, de acordo com acadêmicos finlandeses que também estudaram o setor nos
Estados Unidos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Pelo visto, a beleza está nos olhos
de quem vê, mas, nos negócios, os benefícios são destinados principalmente para
aqueles que a têm.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O difícil é convencer o cérebro que
as curvas do rosto dizem algo sobre o caráter e a inteligência de uma pessoa.
Ou seja: convencê-lo de que essa relação é deverasmente espúria.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span>LINCOLN CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></span></b></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-81232746000731617972024-02-24T05:20:00.000-08:002024-02-24T05:20:49.798-08:00O marinheiro Popeye<p> </p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"> Sim.
Eu tive um mundo de quadrinhos, quase que literalmente. Onde me divertia, e
onde me informava também. Razão pela qual tive uma infância privilegiada cheia dessas
estórias, notadamente com o marinheiro Popeye e a sua trupe. Ele se projetava
como guru forte e confiante. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Esse personagem tão adorado completa
95 anos comendo latas de espinafre e fazendo sucesso. Popular nos jornais e na
TV, ele fez as pessoas se alimentarem bem, mas não largou o cachimbo nem as
brigas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Poucas pessoas sabem que o
personagem do Popeye (Arm Wrestle) realmente existiu. Seu nome verdadeiro era
Frank “Rocky” Fiegel, nascido na Polônia em 1868, emigrou com a família para a
América onde ingressou na Marinha.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ele quando estava com crianças,
segurava o cachimbo com o canto da boca e contava-lhes as travessuras da sua
juventude, muitas vezes gabando-se de sua força física e afirmando em voz alta
que o espinafre é o alimento que o torna invencível.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O criador do personagem do Popeye,
Elzie Crisler Segar, nasceu em Chester e foi uma das crianças que teve o
privilégio de ouvir ao vivo as histórias do ex marinheiro. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É decerto notável que suas
características são engraçadas e inconfundíveis: com braços grossos, caolho, e rosto
deformado, e usa sempre um cachimbo no canto da boca. Sua arma secreta é uma
lata de espinafre usada sempre nos momentos de perigo. Está constantemente
salvando sua namorada Olívia Palito das perseguições de Brutus.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>“Eu sou marinheiro Popeye”, sua
marca musical, é um cara cheio de boas intenções que acaba de desembarcar em
Sweethaven, uma cidadezinha portuária onde conhece aqueles que serão seus
melhores amigos, incluindo um homem viciado em hambúrgueres e Olívia Palito,
que se torna sua amada. Porém, há quem não queira fazer bem ao povo local, e
para protegê-los Popeye precisa da força fornecida pelo espinafre, uma comida
que ele detesta.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Além do espinafre, há outros motivos
que tornam Popeye especial. Ele foi o primeiro personagem de quadrinhos a
ganhar uma estátua pública. Isso foi em 1937, em Crystal City, uma cidade de
produtores de espinafre no estado DO Texas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Popeye virou até filme em 1980,
gênero comédia musical, dirigido por Robert Altmar, com destaque para
indumentária dos personagens de um esmero sem igual, com recriação muito fiéis
do que víamos na versão animada. Conseguindo cativar pelo humor infantil e pela
lembrança sobre o clássico figurante.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No baú das minhas recordações as
aventuras de Popeye serão sempre lembradas com alegria e nostalgia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span>LINCOLN CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-71497350403464819392024-02-24T05:04:00.000-08:002024-02-24T05:04:57.696-08:00O mestre Paulo Freire<p> </p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"> Para
início de conversa, os especialistas debatem o legado de Paulo Freire e a
necessidade de a escola abordar sua concepção.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nunca é demais lembrar que o método
de Paulo Freire enfatizava a importância de trabalhar a alfabetização como um
processo político, em que a leitura e a escrita são instrumentos de libertação
e empoderamento dos oprimidos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ele tinha a inteligência de apontar
as mazelas da sociedade, acelerados pelas desigualdades sociais, mas buscava
saídas através da educação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em 1963, foi feito em Angicos (RN) a
primeira aplicação em grande escala do método de alfabetização desenvolvido
pelo educador Paulo Freire. Em 40 horas, trezentas pessoas foram alfabetizadas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Os recursos para esse projeto vieram
de um convênio do governo do Rio Grande do Norte com o Ministério da Educação e
Cultura, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e a Agência
dos Estados Unidos para o desenvolvimento Internacional (Usaid).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Detalhe: como Freire temia
intervenções no seu trabalho, exigiu autonomia pedagógica e política, o que lhe
foi garantido.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Parte do método dele consistia em
substituir a aula expositiva pelo diálogo, com o professor provocando os
estudantes a contarem o que pensavam sobre assuntos do seu cotidiano. O
objetivo era aprofundar a consciência crítica, uma novidade em relação aos
processos de alfabetização praticados até aquele momento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No discurso de encerramento da
experiência em Angicos, disse Freire: “O que importa então na educação é
propiciar a este homem uma via crítica de saber, através de que ele transforme
um saber puramente opinativo e existencial num saber puramente reflexivo, e
isto ele faz rapidamente”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E eu lhes digo: o professor Freire
tinha um raciocínio que desarmava os que tentavam atacá-lo, tinha currículo, para
muitos causavam inveja mesmo! Sua voz causava furor no país.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Existe uma avaliação que, se o
projeto de Paulo Freire tivesse continuado, a quantidade de analfabetos hoje no
Brasil seria equivalente à de países como a Suíça, onde representa apenas 0,4%
da população. Atualmente, aqui, 5,6% dos brasileiros com 15 anos ou mais (9,6
milhões de pessoas) ainda não sabem ler nem escrever, de acordo com o Censo de
2022. Do total de analfabetos, 55,3% vivem na Região Nordeste.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Seria risível, não fosse trágico,
que Paulo Freire fosse uma ameaça para a nossa democracia. Simplesmente pelo
fato de trazer conhecimentos às pessoas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É no mínimo estreiteza intelectual
não reconhecer o papel de Paulo Freire na educação no Brasil.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>LINCOLN
CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-25135865044638643552024-02-24T05:03:00.000-08:002024-02-24T05:03:01.750-08:00Despedida das emissoras AM<p> </p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> O
processo de migração dessas emissoras para frequência modulada começou há 10
anos, com um decreto que definiu as regras para a “extinção do serviço de
radiofusão sonora em ondas médias de caráter local” – ou seja, das transmissões
em AM – até 31 de dezembro de 2023.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É interessante saber que no Brasil,
as primeiras transmissões AM surgiram com a emissora de Roquette – Pinto, que
em 1923 fundou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>As rádios que operam em AM alcançam
uma área maior, porém estão bem mais sujeitas a interferências e ruídos. Por
outro lado, rádios FM cobrem uma área menor, mas contam com aumento
significativo na qualidade. Além disso, alguns aparelhos mais novos, como
celulares e tablets, não sintonizam AM.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Outrossim, ao longo dos anos, o
rádio resistiu e se adaptou à chegada dos novos aparelhos tecnológicos. E assim
vai, e vai longe.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Confesso que sou um apaixonado pelo
rádio, e que sempre me acompanhou e instigou. É um deleite muito pessoal. É
minha praia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ainda carrego na memória, quando
garoto, residindo em Cajazeiras, eu já tinha essa predileção (pelo rádio).
Ficava horas e horas extasiado em escutar as músicas da Jovem Guarda, as belas
crônicas ao meio dia do meu professor Antônio de Sousa, até a missa dominical
no sítio Zé Dias pertencente aos meus avós. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O rádio sempre teve aquela magia de
interação que até hoje nenhuma outra forma de comunicação conseguiu bater, nem
as mídias sociais conseguem esse feito.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Isto é: você faz uma pergunta e já
vem um monte de resposta, o cara pede uma música e logo em seguida é tocada na
mesma hora.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A informação é instantânea, o rádio
está sempre ligado o que ocorre por este mundo afora, mandando recado o tempo
inteiro, verdadeiro bate-papo – num diálogo rápido e informal.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sim. O rádio é seu companheiro, é
seu amigo. Quando você tem um rádio ligado, você não se sente sozinho. Por
isso, continuo fiel ao antigo hábito de ouvir rádio.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nota-se que o maior desafio para
quem trabalha no rádio é a velocidade de sua locução, às vezes não tem tempo
nem de sentar e ver o que dá para ser feito. Tudo é muito repentino. E a
locução tem que ser feita com qualidade, bem ou mal, a credibilidade está em
jogo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tem uma máxima que traduz bem essa
profissão: “Fazer rádio é um eterno vício para quem verdadeiramente nasceu
radialista”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Olhando para a frente, acredito que
o rádio, agora só FM, será eterno com o tempo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>LINCOLN
CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></span></b></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-51105019863171749382024-02-24T05:01:00.000-08:002024-02-24T05:01:37.824-08:00A luta contra o racismo<p> </p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"> Infelizmente
volto ao tema, tratado por este articulista noutros artigos aqui publicados.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em razão da alta dosagem de
desigualdade social, o racismo tornou-se um campo fértil para exposição vexatória
e degradante, não só no Brasil, como também, pelo mundo afora. É o caso do
racismo enfrentado pelo jogador Vinícius Júnior, craque do Real Madri.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quem não se lembra do jogo
realizado, em meado do ano passado, entre o time Real Madri e Valencia, onde o
jogador Vinícius Júnior foi humilhado por um torcedor?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Só para colocar em contexto, o jogo
transcorria normalmente, quando um torcedor o atacou, gritando: Mono (macaco,
em espanhol). Em campo, Vinícius Júnior apontou para as arquibancadas,
identificando um dos racistas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O juiz parou o jogo por alguns
instantes, não tomou qualquer providência adicional e retomou a partida.
Enquanto os insultos se agigantaram e tomaram o estádio inteiro. Num imbróglio
mais que indigesto!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas olha só: no fim da partida, já
nos acréscimos, deu-se um entrevero em campo. Um jogador do Valência, talvez
querendo gastar tempo, pois seu time continuava com vantagem de 1 a 0, desabou
não chão. Vinícius Júnior se dirigiu ao jogador, protestando, o goleiro adversário
correu até os dois e outro atacante adversário já chegou aplicando um mata-leão
em Vinícius, que reagiu empurrando o agressor pelo rosto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Resultado: nada aconteceu com o
atacante do mata-leão, o goleiro recebeu cartão amarelo e Vinícius Júnior, que
jogara com um estádio gritando um insulto racista, foi expulso do jogo. Que
baita constrangimento!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Na entrevista coletiva depois do
jogo, o italiano Carlo Ancelotti, treinador do Real Madri, assim se manifestou:
“O que aconteceu hoje não pode acontecer, um estádio inteiro gritando ‘macaco’
para um jogador, e um treinador pensa em tirar o jogador (de campo) por causa
disso. Há algo errado nessa Liga (entidade que organiza o Campeonato
Espanhol)”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O protesto de Vinícius Júnior não
foi em vão, ainda em Barcelona, o craque brasileiro recebeu a visita do
presidente da FIFA, o suíço-italiano Gianni Infantino, convidando-lhe para
liderar um comitê antirracismo da entidade, que lutará por punições rigorosas
contra jogadores, clubes ou torcedores que cometam ofensas racistas. Vinícius
aceitou.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O Instituto Vini Jr foi fundado em
julho de 2021. Foi idealizado por Vinícius para criar algo diferente das
iniciativas de outros jogadores brasileiros que seguiam um padrão: todos
giravam em torno de escolinha de futebol, onde crianças talentosas com a bola
participavam de projetos educacionais. Mas, sim, desenvolver oficinas de
educação antirracistas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Um levantamento feito pelo citado
instituto mostrou que 80% das crianças da rede pública brasileira são negras. E
que não podem ficar à mercê desse preconceito arraigado de racismo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Isso colide o que vai ao âmago de ser
humano: a humilhação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><b>LINCOLN CARTAXO DE
LIRA<o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-88859322390409284112024-02-24T05:00:00.000-08:002024-02-24T05:00:05.711-08:00<p> </p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"> A
primeira vez que passei o Natal fora do seio da minha família, foi esse agora.
E de uma forma bem diferente, no apartamento de um hospital, a espera de um
procedimento cirúrgico que minha consorte Socorro ensejava com tanta
inquietude.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Isolado do atual momento festivo e
religioso, enquanto ela dormia, me sentei numa poltrona do referido recinto,
sob a luz suave, própria do entardecer do dia, e comecei a repensar em tudo.
Nas coisas que perdi, nas coisas que deveria ter feito, nos amigos que se foram...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Confesso que não foi só uma questão
de lamento, mas, também, de certos acontecimentos terem me podado de vários
sonhos, caminhos e, principalmente, lições.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Agora, mais maduro, começo a
entender o motivo dos recuos que temos nos sujeitar. Descobri que para ser
feliz é necessário ser um pouco bobo. E gente que reclama o dia inteiro,
definitivamente, não sabe curtir a vida, o sol, as pessoas, uma música ou
qualquer coisa que só depende dela para acontecer.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Esquece a razão mais importante da
vida: aproveitar o momento. E deixar rolar. O resto, a vida cuida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E, se você já fez uma “cagada”
(desculpe-me a expressão), assuma e sorria; eu também já fiz e vou continuar
fazendo até descobrir onde errei.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nós temos que botar em nossa cachola
que só depende de nós para sermos felizes.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não vamos nos sacrificar em achar
resposta para tudo nessa vida, despertando assim uma paranoia desnecessária.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Reconheço que quando colecionamos
desgastes, adquirimos também certos aprendizados, alguns bons, mas outros,
destrutivos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Neste mundo contraditório, buscamos,
volta e meia, fugir de alguma blitz, mas reclamamos da falta de policial nas
ruas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ademais, as pessoas querem alimentar
suas carências e acabam se esquecendo do mundo, dos alicerces passados, das
pessoas envolvidas – às vezes – por culpa da imaturidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como diz o meu velho a migo e boêmio
Cordeiros, o difícil na vida não é ter virtudes, mas sim saber articular as
virtudes que se tem.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Talvez eu seja retrógrado, mas na
jurisdição da minha consciência, a vida é assim: errar e acertar,
interpretações equivocadas e certeiras, dias ruins e bons.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Acredito fielmente que a gente
cresce e muda de opinião, de companheiros, de vivências, porém não podemos
mudar de essência.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Longe de mim querer lançar aqui um
estilo padrão, só estou dizendo que, no fundo, são essas coisas que realmente
importam.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nesse pot-pourri de reflexões,
conclui-se então que esse é charme da vida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Se isso não vale de nada, não sei
mais o que pode valer.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Feliz Ano Novo!!!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>LINCOLN CARTAXO DE
LIRA <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><sub><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></sub></p>
<p class="MsoNormal"><sub><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></sub></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-45254732374105050502024-02-24T04:58:00.000-08:002024-02-24T04:58:54.950-08:00Violência contra as mulheres<p> </p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"> Todos
os dias, a violência contra as mulheres é exposta nos noticiários. Não se pode
romantizar os relacionamentos tóxicos. Uma vez que o amor não fere. O amor não
silencia. E o amor não mata.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Acredite se quiser: seis em cada dez
mulheres que foram vítimas de violência praticada por homens não procuraram
autoridades de segurança para registrar o crime. A constatação é da Pesquisa
Nacional de Violência contra a Mulher, divulgada recentemente pelo Instituto
DataSenado e o Observatório da Mulher contra a Violência.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tem mais: entre as 21,7 mil
brasileiras consultadas, 30% afirmam já ter sofrido algum tipo de violência
doméstica ou familiar, e destas, apenas 40% registraram os episódios junto ao
poder público.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O que mais me chamou atenção no caso
desse tipo de violência, que tomou conta do país nos últimos tempos, foi o fato
de o marido agressor ter justificado seu comportamento como sendo
“desinteligência entre casal”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como assim “desinteligência entre
casal”? Ora, tive a curiosidade de recorrer ao Google, e lá apareceu a seguinte
definição: diferença entre opiniões ou pontos de vista; divergência; conflito
por falta de concordância; desavença; desentendimento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ora, ora... Violência não é
“desinteligência entre casal”, e sim crime! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É a tese levantada pela defesa do
caso da apresentadora Ana Hickmann, um estopim, para a sociedade brasileira
acordar e denunciar a violência contra mulher que acontece todos os dias. Não
deixa de ser uma tese insana, cansativa e até mesmo ignorante.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A verdade é que não dá para criar
atalhos sobre esse tema. Sempre observei isso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nesse caldo, temos a violência
sexual contra a mulher, que é um crime invisível, onde há muito tabu por trás
dessa falta de dados. Pois muitas mulheres estupradas não prestam queixa. Às
vezes, nem falam em casa porque existe a cultura de culpá-las mesmo sendo
vítimas. Ah, isso tudo dói um bocado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O silêncio é a maior arma dos
agressores para perpetuar essa prática escabrosa. Quando o silêncio prevalece,
protege o agressor.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Digo sem rodeios: temos que ir até a
raiz do problema, enquanto isso não mudar, não vamos mudar esse quadro triste
de violência contra as mulheres.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não basta só adotar penas duras (da
legislação criminal) para quem comete essa violência, é preciso mudar a
mentalidade das pessoas através da educação. Só por meio dela, da discussão
sobre feminismo e gênero nas escolas, nas universidades e em todos os locais,
que vamos conseguir evitar essa maldade transloucada. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Chega de culpar a vítima! Chega de
justificar as ações do agressor. Toda forma de ódio precisa ser contida.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Basta de crueldade! Denuncie!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><b><o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>LINCOLN CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></span></b></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-40396874523185111432024-02-24T04:56:00.000-08:002024-02-24T04:56:04.553-08:00Dor de Cotovelo <p> </p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Já
revelei aqui neste espaço que uma das músicas mais bonita da MPB é aquela
composta por Nelson Motta e cantada pelo Lulu Santos, que diz que na vida tudo
passa, tudo sempre passará, como uma onda no mar. No entanto, para o grande
compositor gaúcho e boêmio Lupicínio Rodrigues, isso não é verdade, é uma
deslavada mentira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Valendo-se
de sua “dor de cotovelo” que tanto lhe torturava e que não se libertava (de
vítima) dos amores e desamores, de paixões e desilusões avassaladoras, fez
transportar para as canções essa melancolia como bem é retratada em “Nervos de
aço”: “Você sabe o que ter um amor, meu senhor/Ter loucura por uma mulher/E
depois encontrar esse amor, meu senhor/Nos braços de um tipo qualquer”. Como se
vê, um caldeirão pulsante de amargura.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> O
cenário é o mesmo: o cara entra no bar sozinho e magoado, ferido, pisado,
contundido amorosamente. Na cabeça, a amada, “aquela ingrata”, que o abandonou
por outro (Ricardão!). Como não poderia deixar de ser, pede um chope, um uísque
ou uma aguardente, ficando por ali durante horas, remoendo a tristeza pela
separação. Sem tergiversação, um autêntico folhetim de libelo “cornista”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Ninguém
soube expressar como Lupi (carinhosamente como era chamado) a mais acachapante
e abjeta “cornitude”. Diferentemente do Noel Rosas, Oreste Barbosa e Chico
Buarque que escreveram brilhantes canções sobre o “descorno”. Ele era de enfiar
o pé na lama e se expor sem restrições suas bizarras mágoas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> O
barato de suas canções é o texto musical. Verdadeiro oceano de trivialidades
amorosas, puxada pela filosofia “botequinesco” e da dramaturgia diária da
boemia. Um complexo emocional em que se mistura “dor de corno”, saudade, algum
desejo de vingança, muito amor mal cicatrizado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Por
isso, que se tornou um dos ícones da fossa e da desilusão. Cujo tema de suas
canções, invariavelmente baseado em fatos reais, era centrado na danada da
traição. Veja a sua manifestação de revolta nos versos de “Nunca”: “Nunca/Nem
que o mundo caia sobre mim/Nem se Deus mandar/Nem mesmo assim/As pazes contigo
eu farei”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Tinha
orgulho de ser boêmio. Costumava dizer “É melhor brigar junto do que chorar
separado”. Nas suas desventuras com as mulheres que desfilaram pela sua vida,
levou-o a compor e a gravar umas 150 canções (marchinhas de carnaval e
sambas-canção), músicas que expressavam sentimentos de um amor perdido.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> Outro
catedrático da boemia, Vinicius de Morais, confessava que “Todo poeta só é
grande se sofrer”. Assim, em 1974, Lupicínio Rodrigues, aos 59 anos, conhecido
pelo estilo bordão “dor de cotovelo”, morreu como viveu: do coração.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span>LINCOLN CARTAXO DE LIRA</span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></b></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-86417715779328766602024-02-24T04:53:00.000-08:002024-02-24T04:53:28.389-08:00 Manual do boêmio<p> </p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> Tem
algo melhor para um boêmio que chegar no boteco e o garçom perguntar: “O de
sempre?”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Meu amigo boêmio Cordeiro que o
diga. Ora, se bebida fosse pecado, como querem os protestantes, Jesus, o chefe deles,
não teria transformado água em vinho, nas Bodas de Canaã, exatamente o seu
primeiro milagre. E na opinião de Cordeiro, defectivo guru da boemia, o mais
saudoso dos milagres.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Essa assertiva tem tudo a ver com o
ambiente que ele conhece muito bem: aquelas conversas que começam meio enrolada
e depois sai como maior amigo do cara. E claro o cigarrinho e a saideira com a
porta do bar já fechando.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Com jeitão despojado e ativo nas
redes sociais, meu velho amigo Cordeiro me enviou um texto alusivo às 10 lições
básicas do “Manual do boêmio”, autoria de Xico Sá, bem afeito à realidade deste
mundo – reduto da boemia. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Vejamos...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">1) É de bom-tom sempre guardar o nome dos garçons, afinal de
contas é no ombro deles que vais chorar, ao som de “Nervos de Aço”, a
inevitável, acachapante e humaníssima dor de corno.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Sim, amigo, fica tranquilo, só o chifre humaniza o macho metido a
besta;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">2) Na saúde e na doença, a culpa será sempre do tira-gosto, do
petisco, ah, aquela calabresa, aquele torresmo, aquela moela (a melhor iguaria
de boteco do mundo), aquela azeitona me fez mal à beça… jamais a culpa será da
bebida. Seja um uiscão batizado e paraguaio, seja a mais destilada das águas
escocesas;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">3) Boemia é como futebol, é ritmo de jogo, sequência; se você a
larga por uns dias, ela te pega na volta, mesmo que peça, suplicante, a
tua nova inscrição;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">4) A divisão do tempo da prosa do homem, na mesa de um bar,
deve obedecer ao seguinte critério: 50% sobre mulheres, 40% sobre futebol e 10%
sobre as ressacas monstruosas, a nostalgia precoce das quedas;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">5) Direito máximo do consumidor boêmio: desde que o freguês não se
incomode com água e sabão nos pés, poderá ficar no recinto até a descida do
portão de ferro. No país da impunidade, a lei existe para ser desobedecida,
sempre haverá tolerância para mais uma saideira;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">6) É livre o “pindura”, data vênia, para fregueses com mais de
cinco anos de casa, como reza a lei do usucapião;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">7) Meu bar/meu mar… é permitido nadar no seco e beijar os pés das
mulheres.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">8) Lembra-te, amigo mais velho: a ressaca, depois dos 40, não é
apenas uma ressaca. É uma paralisante dengue existencialista;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">9) Procures sentar sempre nas primeiras mesas do botequim, se
possível na calçada, pois todos os dias, alguma mulher irada sai de casa,
revoltada com o consorte, e diz assim: “Hoje eu vou dar para o primeiro que
encontrar”. Se bem colocado na área, este primeiro serás tu, bravo boêmio;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">10) Mesmo que bebas demais da conta, de modo a ficar sem
condições técnicas para o acasalamento, nada de desistência. Ainda podes virar,
com alguma dose de sorte, um homem-tupperware –aquele que a mulher leva
para casa para comer no dia seguinte.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Buena sorte!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>LINCOLN
CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p> </o:p></span></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-33741081347301862682024-02-24T04:51:00.000-08:002024-02-24T04:51:39.173-08:00Meus Caminhos pela vida<p> </p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> Há um
verbo em desuso que merece ser revitalizado: aprender. E foi através do livro </span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">“Meus Caminhos
pela Vida”, publicado pela Editora Meta, do meu ex-professor Antônio Cavalcante
Filho (1936-2022), grande estudioso da economia, que pude refletir o quanto
esse verbo é importante na postura competitiva: não é daquele cara que almeja
atingir o topo de qualquer maneira, e sim daquele que extrai de algo superior,
o estímulo, para encontrar o próprio caminho para vencer a si mesmo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A referida obra é uma autobiografia
desse apaixonado pelo ofício de ser professor. Redigido de modo claro e
objetivo, sem decair no falso moralismo ou na verborragia hipócrita de certos
escritos. Um autêntico flashback cinematográfico, onde ele rebobina todo o
filme sobre a sua vida, sem dar espaço para embromation.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Bacana mesmo foi ele confessar - com
muito orgulho - que é filho de família muito humilde, nascido na raiz mais
profunda do cariri paraibano (cidade de Boa Vista), que começou a trabalhar
antes de completar dez anos de idade como “botador” de água nas casas de
família, vendedor ambulante de produtos caseiros, lavador de queijos de coalho,
auxiliar de venda de algumas bodegas, auxiliar de padaria, cortador de palmas
forrageiras, tratador de animais para alguns criadores no lugarejo e outras
tarefas de menor importância para um jovem sonhador. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Transpirando verdade, sentimentos à
flor da pele, o professor Cavalcante, conhecido pela sua simpatia, bem-educado
e impecável no trato, mostra que venceu na vida profissional sem precisar de
pedigree, nem de pistolão. Prevalecendo-se em todo o tempo a “aristocracia do
mérito”. Que emana do concurso público.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mesmo quando foi preso inocentemente
pelo Regime Militar (1965), ele não se abalou. Tinha consciência que precisava
continuar lutando, sonhando e olhando sempre para frente, sabendo que a vida
somente acaba para os fracos e os pessimistas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Fiquei surpreso quando esse ilustre
professor de economia citou uma frase extraída num dos meus artigos publicados no
saudoso Jornal Correio da Paraíba: “Nós nascemos sem pedir e morremos sem
querer – Lincoln Cartaxo (ex-aluno)”. Claro que isso me comoveu, notadamente
porque é uma frase que gosto de fazer referência para provar àqueles
desavisados que nessa vida somos todos parecidos e ninguém vale mais, nem
menos, um tostão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O professor Antônio Cavalcante nos
deixou um legado de honradez, um exemplo magnífico de amor a Deus e ao próximo,
E, como estudioso, uma visão da economia da abundância e que a abundância é o
antídoto para a escassez.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>LINCOLN CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></b></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-87657448049265706682024-02-24T04:50:00.000-08:002024-02-24T04:50:15.086-08:00Futuro das cidades <p> </p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"> Tema
que deve preocupar não só os nossos gestores, eleitos para administrar suas
cidades, mas todos aqueles que vivem e buscam por uma melhor qualidade de
vida. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"> É
preciso entender que a cidade é o espaço privilegiado do encontro. Esta é uma
das mais simples e poéticas definições de cidade, a maior e mais complexa
invenção humana, onde se fundem espaço, lugar e território. Onde a humanidade
se abriga, frágil e franzina, para enfrentar o vigor da natureza.<br />
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Um olhar mais preciso mostra
que a cidade é o território dos conflitos e contradições, sendo o encontro, de
fato, o instrumento para superá-los.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"> <span style="mso-spacerun: yes;"> </span> É bom prestarmos atenção em
uma coisa: nas últimas quintas décadas nosso país transformou-se de
majoritariamente a área rural em urbana, ou seja, 80% de nossa população vivem
em cidades. Tem mais: todos os dias, as cidades do mundo crescem cerca de 60
km² - uma área equivalente ao distrito de Manhattan, em Nova York. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">
A tendência que o eleitor brasileiro
não quer simplesmente escolher o “menos pior”. Já não mais aceita atuação de
modo empírico, improvisado ou despreparado. Sem falar, evidentemente, do
inarredável senso e respeito no trato do dinheiro público. Nós, brasileiros,
estamos cansados de falsas promessas. Esse descaso não é de agora, vem de anos.
Imbróglio mais que indigesto!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"> “O
carro é o cigarro do futuro”. Pincei essa frase do relato de uma entrevista
concedida pelo saudoso e estudioso das questões urbanas, Jaime Lerner,
considerado por muito tempo guru dos prefeitos e urbanistas por sua boa
experiência na melhoria do transporte público de Curitiba. Explicando melhor:
sua defesa do transporte público não elimina o uso do carro. Mas já antever o
fim de</span><span style="border: none windowtext 1.0pt; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-language: PT-BR; padding: 0cm;"> uma era do carro. Não é que não vai ter mais, mas
ele será usado apenas para viagens, lazer. </span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="border: none windowtext 1.0pt; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-language: PT-BR; padding: 0cm;"> Uma
coisa puxa a outra. Segundo esse genial arquiteto, a prioridade para o
transporte público pode ajudar o problema da moradia nas cidades. Cada carro
ocupa duas vagas, uma em casa e outra no trabalho, o que dá 50m². Isso equivale
o tamanho de muitas moradias populares. Resolvendo, assim, o problema de
habitação de muita gente. </span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="border: none windowtext 1.0pt; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-language: PT-BR; padding: 0cm;"> Uma
vez, em conversa entre amigos, alguém comentou que os prefeitos de hoje têm que
ter admiração e completo conhecimento da cidade que administra. Ademais, não se
pode ajoelhar para os automóveis. Tem que priorizar o bem comum, o coletivo, em
vez do individual e do privado, cuidar de quem cuida, reduzir
desigualdades. </span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="border: none windowtext 1.0pt; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-language: PT-BR; padding: 0cm;"> Estamos
aguardando, dos nossos gestores munícipes, um novo jeito de ser, de gerir e de
pensar sobre as nossas cidades. </span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; vertical-align: baseline;"><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none; padding: 0cm;"> </span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; vertical-align: baseline;"><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none; padding: 0cm;"> </span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; vertical-align: baseline;"><b><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none; padding: 0cm;"> LINCOLN
CARTAXO DE LIRA </span></b><span style="color: black; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-ligatures: none;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; vertical-align: baseline;"><span style="color: black; font-size: 12.0pt; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt; mso-hansi-font-family: Calibri; mso-ligatures: none;"><o:p> </o:p></span></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-71236373441097480482024-02-24T04:48:00.000-08:002024-02-24T04:48:30.359-08:00O Brasil que eu quero<p> </p><p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Dias atrás, acordei sobressaltado de
madrugada, com o sentimento (transe) de estar passando um vídeo para a
televisão sobre o “Brasil que eu quero”. Olha, foi um verdadeiro frenesi, uma
excitação em querer dizer tanto coisa ao mesmo tempo sobre os nossos anseios
nacionais, atualmente tão moribundos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Depois caí na real e pus fim ao embaraço. Mesmo
alheio à minha vontade, devido ao avançado da hora, comecei então a refletir
sobre o “Brasil que queremos para o futuro”. Ora, não é preciso reinventar a
roda, queremos apenas uma sociedade justa e igualitária, onde todos tenham
direito à saúde, à educação, à alimentação e à segurança.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Queremos ainda um País onde os nossos
mares e rios não sejam poluídos, onde os políticos cumpram com suas promessas. Um
País livre da violência. Uma economia estabilizada de pleno emprego. Um País
preocupado com o meio-ambiente. Todos juntos lutando pela paz, uma paz que não
restringe à classe, à cor, ou à cultura.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>No
Google ou qualquer livro minimamente razo vai ver quanto descaso, quanta
indiferença, quanto desrespeito ao nosso Brasil tão mal-amado. A cada dia
assistimos ao suicídio de um imenso país, de forma aviltante, covarde e
canalha. Levando-o ao colapso econômico e moral. Panorama sóbrio que fez com
que quase 65 mil empresas fechassem as portas, só em 2016, segundo o IBGE. Cujo
desemprego chegou à marca de quase 14 milhões. Ocorre que a indignação pode ter
lá seu efeito anestésico, mas a anestesia uma hora passa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">É importante ressaltar que, não por acaso,
a saúde foi uma das maiores preocupações dos mais de 50 mil cidadãos que
mandaram vídeos dizendo que Brasil eles querem para o futuro (fonte: Jornal
Nacional). Não é para menos. Basta ver as filas nos hospitais ocasionadas pela
má gestão de leitos do SUS. Somando os gastos públicos obrigatórios com saúde,
o Brasil gasta menos de 4% do PIB. Muito menos do que Reino Unido, Canadá e
França, que também têm sistemas universais de saúde e uma população muito menor
do que a brasileira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Aqui, mesmo sem bola de cristal, eu
arriscaria afirmar que o tempo da demagogia se esgotou. E que o Brasil que
queremos, só vai depender de nós, eleitor brasileiro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>LINCOLN CARTAXO DE
LIRA<o:p></o:p></span></b></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-65209290681736116312024-02-24T04:46:00.000-08:002024-02-24T04:46:25.843-08:00Brasil do futuro?<p> </p><p class="MsoNoSpacing"><span style="background: white; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext;"> Já disse várias vezes,
neste espaço, que sou um otimista contumaz. Mas nem sempre é fácil ter essa
percepção à dura prova da realidade que ora passa o Brasil.</span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="background: white; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Lamentavelmente, estou ficando quase convicto de que o
Brasil não é e parece nunca ter sido o país do futuro. Há muito tempo se
promete aos brasileiros que este é o país do futuro e lá, em data incerta, será
glorioso e os jovens serão felizes.</span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="background: white; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A verdade é que eu não sei, você não sabe, ninguém sabe o
que nos reserva para o futuro do Brasil. Nesse embate reside o risco de os
apressados utilizarem discurso falacioso, sem coesão ou fluidez, sobre uma
realidade que não existe, uma verdade indigesta. Não é complexo de vira-lata, é
panorama da realidade. Pô, e agora?</span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="background: white; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ser o país do futuro implica, naturalmente, algo muito
diferente. Distante da crise ambiental, da pobreza, da corrupção, da
desigualdade, da violência, da misoginia, do racismo e de outras mazelas.</span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="background: white; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ao fim e ao cabo, o Brasil está doente, literalmente. A
impressão para nós, brasileiros adultos, que já ouviram essa ladainha escolar é
de que o futuro já veio, já chegou, mas... Não aconteceu. Só resta um pote até
aqui de mágoa.</span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="background: white; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Para quem já queimou os fusíveis, como eu, tenho a
preocupação com os mais jovens, que vão comandar o futuro desta nação,
encontram-se desprovidos de alento ou ânimo; sem forças para agir; sem coragem;
desanimados ou desesperançados.</span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="background: white; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Lembro-me de ter lido que o IBGE, pesquisa de 2022,
mostra que há pessoa que gostaria de trabalhar, mas desistiu de procurar
emprego por acreditar que não conseguiria. Em todo o Brasil, existe 5,97
milhões de desalentados. Céticos com o futuro, 76% dos jovens dizem querer
deixar o Brasil, indica Datafolha.</span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="background: white; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tal índice traduz o sentimento de descrença com o nosso
futuro. Recordando que a condição de desemprego retroalimenta o sentimento de
fracasso, agravando ainda mais a percepção negativa do indivíduo sobre sua
própria realidade.</span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="background: white; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O cenário é de embasbacar. Nunca, na história
republicana, o país demorou tanto a retomar o crescimento econômico. Os números
de desemprego, do salário médio real e o desperdício de mão de obra recém
qualificada que não encontra ocupação compatível com sua formação escancaram o
desperdício de capital humano e provoca a ausência de estímulo.</span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="background: white; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Dados do Banco Central sobre a balança comercial mostram
que a participação de bens industriais nas exportações brasileiras diminui
desde 1994, enquanto as vendas ao exterior de bens primários crescem sem parar.
Com isso, perdemos competitividade exatamente no setor com as cadeias
produtivas mais longas, gerador de maior valor agregado, mais capaz de criar
empregos qualificados e indutor de inovações e produtividade em toda a
estrutura econômica.</span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="background: white; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por sorte, moldei a minha mente e meu coração para
encarar essa triste realidade.</span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="background: white; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><b>LINCOLN
CARTAXO DE LIRA</b></span><b><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="background: white; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="background: white; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-color-alt: windowtext;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-91818873204124513512024-02-24T04:32:00.000-08:002024-02-24T04:32:11.566-08:00 O genial Fernando Botero<p> </p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"> A
arte está de luto. O pintor e escultor colombiano Fernando Botero, conhecido
internacionalmente por suas figuras rechonchudas que desafiaram os padrões de
beleza, morreu aos 91 anos, na sexta-feira do dia 15 de setembro do corrente
ano. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em viagem de férias à Medellin
(Colômbia), em 2016, pude constatar a beleza de suas obras (esculturas)
instalada numa praça no centro da referida cidade. Confesso: fiquei endiabrado,
sabe-se lá o quê, com o que vi, uma suprema arte do belo. Foi muito
emocionante. Muito.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como diz um articulista, Botero e
Gabriel Garcia Márquez são símbolos de uma época de ouro da cultura colombiana.
Suas esculturas decoraram a Champs-Élysées, em Paris, a Park Avenue, em Nova
York e o Paseo de Recoletos, em Madri, entre outras ruas renomadas de capitais
do mundo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O cara era apaixonado pelo
Renascimento italiano, ele se proclamou acima de tudo um “defensor do volume”
na arte moderna e desenhou figuras rechonchudas, uma estética que ficou
conhecida como “boterismo”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É verdade. Suas telas e esculturas
têm sempre apelo sensual, voluptuoso, e clima de fantasia, mas o artista também
abordou temas sombrios, em trabalhos relacionados com a violência gerada pelas
drogas na Colômbia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Reparem, quando Botero tinha 15
anos, treinava para ser toureiro e lhe ocorreu vender desenhos numa praça em
Bogotá. Ele era fascinado pelo cartazista mexicano Carlos Ruano Llopis, que
pintava touradas, e começou a imitá-lo. Depois de vender uma dessas obras por
um valor irrisório, começou a pensar em abandonar as touradas e se tornar
artista. E que deu certo. Como deu!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Meu genro, Andrés López, colombiano,
tem um orgulho danado desse seu famoso conterrâneo. Destacando-se que é o
artista latino-americano mais vendido durante sua vida, pois Botero quebrou o
próprio recorde no ano passado, quando sua escultura “Homem a Cavalo” alcançou
US$ 4,3 milhões, ou cerca de R$ 20 milhões, num leilão da Christie’s.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Foi um importante patrono, com
doações estimadas em mais de US$ 200 milhões, ou R$ 973 milhões. O artista doou
muitas de suas obras aos museus de Medellín e Bogotá, que em 2012 foram
declarados bens de interesse cultural pelo governo colombiano.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Seu legado, que inclui mais de 3.000
pinturas e 300 esculturas, foi pautado por sua insaciável sede de criação. Nos
últimos anos, Botero trabalhou dez horas por dia, febrilmente. Sua filha Lina
Botero disse que o pai não pintava mais a óleo, porque dava muito trabalho
ficar em pé, mas com aquarela. A mera ideia de desistir dos pinceis, afinal, o
aterrorizava mais do que a morte, afirmou sou filha.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O presidente da Colômbia Gustavo
Petro, assim se manifestou: “Morreu Fernando Botero, o pintor das nossas
tradições e imperfeições, o pintor das nossas virtudes. O pintor da nossa
violência e da paz”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sim. O mundo da arte está de luto. E
o resto é silêncio, como disse Hamlet (de Shakespeare).<b><o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span>LINCOLN CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-64422773873816700092023-09-10T11:56:00.002-07:002023-09-10T11:56:11.724-07:00 O desfile de 7 de setembro<p> </p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Outro dia eu vi uma postagem sobre o
desfile de “7 de Setembro”, uma data cívica e comemorativa que relembra a
declaração de independência do Brasil, realizada neste mesmo dia em 1822.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Na minha época de colegial, não só
em Cajazeiras como aqui (em João Pessoa), dificilmente o estudante escapava de
participar dos desfiles de “7 de Setembro”, era uma imposição, sim.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Eu me recordo de ter sido obrigado a
sair do desfile, simplesmente porque as minhas meias (de cor preta) por estarem
um pouco desbotadas. Isso por ordem do senhor Padre Vicente (conhecido assim,
sem sobrenome), então diretor geral do Colégio Monsenhor Constantino de Vieira,
no final da década de 1960, lá na minha terra natal, Cajazeiras.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O citado reverendo fazia tremer
todos à sua volta. Era sisudo, totalmente careca, abria a boca sem mostrar os
dentes. Com sua batina preta surrada, quase arrastando pelo chão. Era
absolutamente brabo e intransigente no quesito de disciplina. Ora, longe de mim
querer lhe desobedecer. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ainda tenho fresco na memória que
ele levava muito a sério o tal desfile, como se fosse um desfile militar:
cabelos cortados e penteados, farda sempre bem lavada e engomada, sapatos
reluzentes e por aí vai.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De fato, já não se vê o desfile de
“7 de Setembro” como antigamente. Na minha época de estudante, a gente sentia
orgulho de participar desse desfile. As crianças, de um modo geral, saíam às
ruas com pequenas bandeiras brasileiras de papel para assistir ao nosso
desfile, como também dos militares, saldados marchando como se estivessem indo
para uma guerra.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O coração ainda era pequeno para
compreender tudo aquilo, mas que, no nosso inconsciente, nos preenchia de
orgulho por existir e morar no Brasil. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Atualmente, não há mais neste país
esse cenário que parece estar definitivamente apagado. Porém ainda vive na
memória de muitos, a exemplo daqueles que participaram de minha geração.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sem meias palavras, o que se
presencia nos dias de hoje é um desfile de ódios, de pronunciamentos
inconsequentes, de disputas e de um cinismo que cobre tudo. Sempre com descaso
e deboche. Sempre com discursos irresponsáveis e ameaçadores. Um acinte, um
tapa na cara da sociedade. Mais do que se indignar, é preciso mudar conceitos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Perdoe-me, gente. No presente, a
coisa anda esculhambada e esdrúxula, parece mais um desfile de Escola de Samba.
O que é pior: de mau gosto!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><b>LINCOLN
CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-62445638508171844022023-09-10T11:54:00.004-07:002023-09-10T11:54:28.906-07:00 Homenagem ao Patrono do Brega<p> </p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 20.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Recentemente,
Recife ganhou uma estátua em homenagem a Reginaldo Rossi, cantor e compositor
que morreu aos 69 anos, vítima de um câncer de pulmão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A citada obra está localizada no
Pátio de Santa Cruz, no bairro de Boa Vista da capital pernambucana.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A escultura mostra o Rei do Brega
sentado numa mesa de bar, à espera de quem chegar. Sobre a mesa, há o
microfone, uma rosa, a bandeja com copos, a cerveja e um pedaço de papel, como
se ele estivesse escrevendo a letra da música “Garçom”. Pela qual o imortalizou!
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De fato, achei o maior barato a
ideia, pois tem tudo a ver com esse grande artista que representou tanto para o
mundo da música, com a sua alegria, sagacidade, humor e inteligência. Tudo
vitaminado ao extremo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O cara era só sucesso. Vida
resolvida, nada a discutir. Esbanjava simpatia, conversava com todo mundo. Ele
foi um tipo extraordinário de livre-pensador.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Gostava de se exibir, era debochado,
mas sabia mostrar serviço. Gostava de debater ideias e jogar um pouco de
conversa fora, entre goles de uísque e baforadas de cigarro. Ele costumava
ainda desfiar um rosário de causos e fazia a plateia gargalhar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como revelou o fã: “Ele é um rei
para mim, e agora poderei matar a saudade dele aqui, numa mesa de bar” –
referindo-se à estátua.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Com olhar penetrante e sorridente,
Rossi contou uma história engraçada (mais ou menos transcrita e romantizada aqui
por este modesto cronista), vivenciada ao longo de seus 50 anos de carreira
musical. Certa feita, segundo este artista, estava fazendo um show num comício
de Jaboatão de Guararapes (PE) para mais de 40 mil pessoas, e quando terminou o
referido show, ele pegou uma Kombi para ir embora, só que os fãs o seguiram
correndo, sem se deterem, no movimento total de delírio. Foi aquele frenesi! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E não somente eu, mas você que está
me lendo agora, tem ideia o vexame que deve ter ocorrido.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Envaidecido e orgulhoso, Rossi pediu ao
motorista que fosse mais devagar para ter oportunidade de cumprimentar a sua
legião de fãs bregueiros que ora o perseguia, freneticamente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quando a Kombi percorreu uma certa
distância do local, o carro já estava com uma velocidade em torno de 20 km por
hora. Aí, Rossi, notou um sujeito correndo em sua direção, esbaforido feito um
louco, cabelos desgrenhados e o suor escorrendo no rosto, querendo lhe falar
alguma coisa - pelo jeito era o que demonstrava.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Então, ato contínuo, sensibilizado,
determinou que o motorista parasse o carro para atender ao apelo desse fã,
merecedor sim pelo seu esforço descomunal. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Rossi baixou o vidro do carro, e o
fã já cansado, porém feliz da vida com aquela oportunidade de falar com o seu
ídolo, assim se manifestou: “Rossi, eu também sou veado!”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ele, com a sua risadagem e gozação
de sempre, arrematou: “Isso faz parte do show!”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span>LINCOLN CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-43795575376801171652023-09-10T11:53:00.004-07:002023-09-10T11:53:35.009-07:00 A nova realidade do aposentado<p> </p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Quando eu era criança lá em Cajazeiras,
considerava-se velho um homem de 60 anos. Velho só, não. Velhíssimo. Hoje,
surgiu uma geração de “novos velhos”. Não estou falando da baboseira de “melhor
idade” e do lixo ideológico do politicamente correto, que tenta maquiar a
realidade com palavras delicadas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tenho 68 anos. Ainda não sinto o
peso do envelhecimento, pode ser que mais para a frente aconteça. Acho que gozo
de uma inteligência mediana, dói não entender porque ainda existe preconceito
com os aposentados aptos a continuar trabalhando. E que se encontram
incomodados com essa triste situação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como costumo dizer, se eles forem
longevos, que sejam positivos, que nos tragam benefícios. Simples assim.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Para muitos, a aposentaria ainda é
sinônimo de um momento idílico em que idosos invariavelmente ficam boa parte de
seus dias sem trabalhar. No entanto, estudos demográficos comprovam que as
pessoas que nasceram na década de 1960 estão ganhando pelo menos mais vinte
anos de expectativa de vida. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Além disso, as pessoas que têm 40 ou 50
anos hoje em dia estão longe de estar no caminho para se tornar os “vovôs” e
“vovós” de antigamente. Diante desses fatos, a visão que temos da terceira
idade e da aposentaria precisa mudar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Antigamente, a maior parte da humanidade
se estuporava fisicamente no trabalho pesado nas fazendas, fábricas e minas.
Agora a maior parte do trabalho pesado vai sendo executado por máquinas, com
maior produtividade e sacrifício físico infinitamente menor para os seres
humanos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Observe que não são apenas celebridades e
estrelas que se afastaram do estereótipo do envelhecimento. Toda uma geração
que hoje tem entre 60 e 80 anos está escolhendo e construindo uma outra
perspectiva de estilo de vida. É fato louvável, a ser celebrado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">O importante nesse segundo tempo da vida,
que as pessoas estão descobrindo que pode ser o tempo depois dos 60, é procurar
se dedicar mais àquilo que dá efetivamente prazer, conciliar isso com
oportunidade de ter uma renda extra, de continuar tendo convívio social com
colegas que também estão na ativa e de continuar atualizado como ser humano
contemporâneo de um tempo em que as mudanças e as inovações são a regra.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Claro, óbvio ululante, que no futuro o
trabalho físico será reduzido ao mínimo e que o mais importante será ter
experiência, criatividade, ousadia e capacidade de reinventar a si mesmo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Essa é a sacada, é você (acima de 60 anos)
com você mesmo, a autossuperação e entusiasmo.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span>LINCOLN CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></b></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-54659789322744413822023-09-10T11:52:00.004-07:002023-09-10T11:52:36.897-07:00 O salto do sapato<p> </p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 20.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Vai
longe o tempo em que dançar com rosto colado é coisa que os jovens de hoje não
conhecem como preliminares de um ato de sedução. Nesses bailes ou boates de
antigamente, os jovens rastreavam o salão em busca da garota para dançar e quiçá
iniciar um namoro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É verdade. As danças se prolongariam
e, na hora exata, os rostos se colavam e a sedução começava com uma conversa de
ouvido. Transformando-se numa idêntica enciclopédia romântica que valia até
mentiras ingênuas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Outro dia, eu circulava pela praia
do Poço (Cabedelo), quando dei por mim, lembrei da inauguração da boate Cadeia,
na década de 1970, que funcionava bem próximo do famoso restaurante Badionaldo.
Um diário do passado foi invadindo a minha cabeça.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Bons tempos aqueles onde se estudava
e trabalhava muito para no fim de semana curtirmos as festas com os amigos e,
evidentemente, com as garotinhas. Época que o mundo não estava perdido, estava
achado. Você era o cara, o melhor papo da praça.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A inauguração da citada boate foi
muito badalada. Fiz questão de participar com roupa e sapatos novos. O detalhe
aqui está nos sapatos, mais na frente deste texto direi por quê.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Festa rolando... o galanteador aqui na
espreita, na expectativa que “pintasse um clima”. Ou melhor: de chamar alguma
garota para dançar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Depois do convite formalizado de
“vamos dançar” e aceito com o “sim”, começamos a entrar no ritmo musical, já
arrasando, pois os nossos olhos já tinham se cruzado antes disso. Sinal de
empatia para dançar, no mínimo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É. Logo vi que alguma coisa me
puxava em uma de minhas pernas, e com isso perdi o compasso da dança. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Eu olhei para os lados para ver o
que estava acontecendo, e murmurei:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>- Nossa, alguma coisa está errada?
Dei mais uma olhada em volta, e nada.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>- Será que eu estou bêbado ou
desaprendi a dançar? Céus. Que coisa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sem perder a pose, continuei ali dançando,
mesmo desequilibrado. Porém, fora de ritmo. Vexame total.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Que cena ridícula. Para meu espanto,
ainda percebi um segurança cutucando o outro com o cotovelo, apontando na minha
direção. Com aquele sorriso de bundão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quando de repente, não mais que de
repente, dei conta que o salto de um dos meus sapatos tinha caído e
desaparecido. Até pensei que estava desamarrado. No duro. Que sufoco!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sim, cai na real: perdi o salto!
Como? Não sei!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O desespero tomou conta. Haja eu
olhar a procura do danado do salto. E nada!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A garota já incomodada, me olhando
meio de soslaio, indagou:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>- Hum, tem alguma coisa errada? Você
está sentindo alguma coisa?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O incidente fez com que, ali mesmo,
terminasse a dança e o papo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nessa noite não dormi. De manhã,
ainda na cama, fui me certificar. Poderia ter sido um sonho. Nada. Era vero.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Até hoje, não sei onde o infeliz
salto do tal sapato se escondeu, escafedeu-se.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>LINCOLN
CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></b></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-14663607596926504342023-09-10T11:51:00.004-07:002023-09-10T11:51:29.477-07:00Canal 100 <p> </p><p class="MsoNoSpacing" style="background: white;"><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: black; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; font-size: 20.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Eu era garoto, não tinha entrado na
adolescência, mesmo assim, jamais consegui me libertar das imagens de
então, associadas ao velho Cine Éden, cinema localizado na minha cidade
natal (Cajazeiras). Com fachada meio sombria de um azul anil desbotado, para um
moleque, a verdadeira caverna de sonhos, com todos os tesouros de magia,
fascinação... <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span> É,
ressalte-se, um tempo em que o estudo era grande, o tempo era largo e o
dinheiro curto, que só dava mesmo para pagar a meia entrada. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"> De
repente uma cortina bordô pesada se abria para a sala de projeção, onde saia o
feixe de luz levando o espectador a rir, chorar e se emocionar, e antes de
desligar todas as luzes, o operador deixava uma iluminação mais fraca durante a
apresentação do Canal 100, no qual fazia ver o lado lírico, dramático,
delirante do futebol brasileiro, sob a direção fantástica de Carlos
Niemeyer. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Faz
sentido, era como um ritual, entrar em algumas das salas de cinema no Brasil
entre o fim dos anos 1950 e meados dos 1980 significava ter de passar por um
cinejornal antes de chegar ao programa principal, o filme em cartaz. Um deles,
o Canal 100, cobria todos os tipos de assunto, de política a cultura, de
medicina a economia – e esporte, com evidente preferência pelo futebol.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ah, não
posso esquecer: introdução pelos acordes iniciais de “Na Cadência do Samba” -
pã, pã, pã, pã, pã, pã -, canção composta por Luís Bandeira e imortalizada na
versão instrumental de Waldir Calmon, as cenas de bola nos pés, bola nas redes
encantavam corações e mentes. Ficando a sua locução a cargo do vozeirão
inconfundível de Cid Moreira.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Para
alegria de todos, mormente para a memória dos cinéfilos, o acervo do Canal 100,
que nos últimos anos correu risco de desparecer por inépcia e descaso, voltará
a ser examinado, recuperado e classificado – esse tesouro inestimável.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
projeto faz parte do movimento Viva Cinemateca, lançado recentemente. Contempla
a retomada de um trabalho interrompido em 2013, quando uma crise institucional
se instalou no maior arquivo audiovisual da América Latina.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sim, é
trabalho minucioso, de ourives, que inclui rever os filmes, identificar o
conteúdo, eliminar partes estragadas, fazer emendas e encaminhar para
duplicação em suporte digital.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O zelo
com o Canal 100 é compreensível e louvável. Mudou a maneira de ver o futebol –
e influenciou as coberturas esportivas em todo o mundo. Dirigidos por Niemeyer,
cinegrafistas como Francisco Torturra e João Rocha, entre outros, criaram um
olhar mais aproximado das partidas, usando recursos novidadeiros de seu tempo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por isso
engrosso o coro: recuperar a memória do cinema é um verdadeiro gol de placa.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="background: white;"><b><span style="color: black; font-size: 10.0pt;"> LINCOLN
CARTAXO DE LIRA</span></b><span style="color: black; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-18424892918977766282023-09-10T11:50:00.002-07:002023-09-10T11:50:12.567-07:00O encanto de Machu Picchu<p> </p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Recentemente, assisti o documentário sobre
Machu Picchu (Peru), produzido pela TV Record, retratando a história cultural e
a beleza deste fascinante lugar. Remetendo-me a um turbilhão de emoções quando
eu lá estive em 2015. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">É preciso viajar um bocado pelo mundo para se dar
conta de que Aristóteles estava certo ao citar a fraseologia: “É natural no ser
humano o desejo de conhecer”. Melhor ainda repetir, de vez enquanto, a prece de
Maomé: “Senhor, mostra-me as coisas como são”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Pois bem. O povo inca não era uma
raça, mas uma casta de gente inteligente. Essa foi a definição mais perfeita que
extraí do nosso guia turístico, Ronaldo, na viagem que fiz à encantadora cidade
de Machu Picchu, em 2015.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Isso mesmo! O Império Inca era
formado por pessoas com alto conhecimento na astronomia, na engenharia, na
física, na arquitetura, na agricultura, na arte, na organização política e por
aí vai.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Antes de conhecer a cidade mágica de
Machu Picchu - encontrada pelo professor e antropólogo norte-americano Hiran
Bingham, em 1911 - fiz parada noutra cidade, também sedutora, chamada Cusco, a
capital histórica do Peru ou mais conhecida como a capital do Império Inca. De
acordo com alguns arqueólogos, ela começou a ser povoada a partir de 3.000 a.C.
Lá está reunido o que tem de melhor da civilização inca: museus, igrejas,
praças e a impressionante construção do Vale Sagrado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Depois viajei de trem para Águas
Calientes. No dia seguinte, parti para Machu Picchu, objetivo maior do meu
roteiro. O dia estava esplêndido, o céu azul e o sol brilhante, o termômetro
marcava 31º. A ansiedade era tamanha que o coração pulava dentro do peito. A
cada patamar uma visão maravilhosa deste local incrível.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mesmo me agachando e amarrando os
cadarços dos meus tênis, eu não tirava os olhos dessa beleza arquitetônica.
Desencadeou em mim àquele sentimento de missão cumprida. Um sonho alcançado,
após ter planejado várias vezes, mas sempre adiado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Observando calmo e longamente aquele
cenário de tirar o fôlego, literalmente o pensamento voava, enquanto eu
imaginava o que deveria ter sido tudo aquilo. Quem planejou? Quantos homens
foram necessários para construir? Como eram as pessoas que ali viveram? Seus
hábitos e costumes?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Com seus olhos brilhando e sua
fisionomia compenetrada, o nosso guia falava que essa cidade mística teria sido
um local para recolhimento do Inca (o soberano), dos seus conselheiros, dos sábios
e dos sacerdotes, para discutirem os destinos do Império. Detalhe: eles tinham
adoração consagrada ao sol, à água e à mãe terra.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Aí está, resumindo muito, a história
dessa lendária cidade que, em 2007, foi eleita com uma das “Sete Novas
Maravilhas do Mundo” e é considerada “Patrimônio Mundial da Unesco”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>LINCOLN CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></span></b></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-13859070638029345712023-09-10T11:48:00.004-07:002023-09-10T11:48:34.275-07:00Abandono social<p> </p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Faz sentido, sem
dúvida, dizer que as ruas do Brasil estão doentes. Não adianta improvisar,
adotar medidas paliativas, abarrotadas de incongruência. O avesso do que se dá
por certo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Refiro-me à exposição de moradores
sem teto, de pessoas que consomem drogas abertamente, a qualquer hora do dia e
em qualquer lugar, de vulneráveis subjugados pelo crime organizado, de crianças
exploradas por adultos, familiares ou não, usando-as como reféns para inspirar
algum tipo de misericórdia que resultem em dinheiro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Descordo frontalmente do consenso
errático de que as pessoas estão nas ruas unicamente por serem pobres. Há nas
ruas um efetivo incontável de usuários de drogas e indivíduos com transtornos
mentais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O Brasil está de joelhos diante
dessa mazela. Basta sair às ruas para confirmar essa realidade vergonhosa. Tá
lá: símbolo máximo do descaso. E a cidade de João Pessoa não foge à regra,
infelizmente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Fico triste ao constatar tudo isso.
Um ambiente inóspito aos olhos. Uma cegueira da razão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como diria pausadamente o ator Jack
Palance nos anos 80, com seriedade e suspense (sim, isso é possível):
“Acredite... se quiser”. Bom. Recentemente, quando me dirigia à Caixa Econômica
Federal (agência Tambaú – Ruy Carneiro), como faço quinzenalmente, constatei
essa triste realidade (dos sem teto), na marquise desta instituição financeira.
Para documentá-la tirei a presente foto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Podes crer, fiquei surpreso com a
reação de um deles (completamente drogado):<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">-
Você... você mesmo. Porque está tirando foto? Não pode, não!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E foi muito rápido. Muito. Aquilo
soou como uma ameaça.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">-
Calma aí, amigão. Estou fazendo isso para ajudá-los.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tal exposição vexatória e degradante
já faz parte de nosso cotidiano. Questão é que os nossos governantes e a
sociedade não oferecem soluções. Mais do que se indignar, é preciso mudar
conceitos. Fugir desse altruísmo patológico – quando a ajuda se torna inútil,
improdutivo e até mesmo destrutivo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Entenda-se: a somatória de erros
associada à ausência de atendimento psiquiátrico adequado e de oferta de
tratamento para que a pessoa deixe de consumir drogas resulta em uma tempestade
perfeita.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não é possível termos cidades saudáveis
com essas pessoas largadas à desordem social da lógica da rua. Ou seja: temos
que criar o conceito de ruas e cidades saudáveis para oferecer soluções.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Uma política de Estado se faz
urgente. Esse pessoal precisa de urgente acompanhamento psiquiátrico. Não tem
como alguém ter a mínima chance de reconstruir a vida a partir da rua.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ainda há tempo para mudar, e querem
saber até pedir desculpas por essa tragédia urbana.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span>LINCOLN CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-11865467321008497362023-09-10T11:47:00.001-07:002023-09-10T11:47:20.488-07:00A revolta dos cubanos<p> </p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 20.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-size: 20.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">É
verdade. Cuba ainda resiste ao capitalismo, mesmo que essa resistência seja às
custas dos coitados dos cubanos que vivem à beira da miséria ideologicamente
justificada para riquinhos entediados com o mundo do capital. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Seus cidadãos relatam perda do poder
de consumo e buscam oportunidade econômica e liberdade de expressão. Ninguém
sai ileso dessa bagunça.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O acesso à internet na ilha, ainda
que tardio, acelerou o desejo de mudança das pessoas. Mas o que era uma vontade
tem se transformado na última saída para fugir da crise. A mentalidade que os
cubanos tinham antes não é a mesma agora.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Li que os cubanos foram a segunda
principal nacionalidade a solicitar refúgio para o Brasil, atrás apenas dos
venezuelanos. Primeiro por ser um destino mais barato que os EUA, onde
restrição na fronteira dificultam o ingresso. Segundo porque é comum que cubanos
tenham familiares ou amigos que ficaram no Brasil após desertarem do Programa
Mais Médicos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sem tirar nem pôr, tá ruça a
situação em Cuba, onde o carregador de malas ganha mais que um médico. Como diz
uma cubana, graduada em economia, professora universitária: “É uma situação que
te asfixia. O governo implementou medidas que colocam o povo na miséria”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quem sabe, né? Isso só é possível em
um governo com alto nível de insanidade, burrice e incompetência. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Pelo visto, nada mudou de quando eu
lá estiva em 2015, visitando a cidade de Havana. Aliás, a situação piorou!
Muita gente está pirando.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Na prática e no grosso, o maior
problema de Cuba é ainda a falta da oferta de empregos. “Que adianta um alto
grau de instrução e não termos uma remuneração decorrente desse conhecimento”,
assim me foi relatado por um contabilista cubano.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Um absurdo sem tamanho. Uma pobreza generalizada. Avanço
na saúde é uma lenda. Embora exista uma rede básica de saúde adequada, herança
soviética. No mais, tudo sucateado, aparelhos velhos amarrados com arame.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tudo lá funciona na base do
improviso – a famosa gambiarra. No ranking de Liberdade Econômica, de 178
países, Cuba está em 176, à frente apenas da Coreia do Norte e Venezuela.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Não
é só constrangedor, é vergonhoso e humilhante. Após anos de silêncio, os
cubanos saíram às ruas para protestar contra o regime comunista. Poucas vezes
ocorreram reações desse porte desde que a ditadura foi implantada, em 1959.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Há, sem dúvidas, boas razões para
tal. Não fosse o tirânico punho de aço da ditadura cubana, praticamente toda a
população daquela degradação já teria fugido para algum país onde pudesse ser
livre.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como se sabe, não há democracia em
Cuba. Quem conhece o país sabe e vê o empobrecimento e a insatisfação da
população, que sofre com o autoritarismo governamental. Sou testemunha ocular
dessa triste realidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como diz lá na minha terra natal,
Cajazeiras, esse regime não vale nem meio pequi roído. Alguém precisa sacudir o
cinismo desse regime. As ditaduras acham possível calar as pessoas
desligando-as do mundo – mas não, as coisas mudaram.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Escarafunchando os registros de
minha viagem a Cuba, apurei que o seu Partido Comunista tem 700 mil filiados,
numa população de 11 milhões. Os “revolucionários” não são atraídos por
elevados ideais socialistas, mas por benesses materiais que se estendem de
empregos no setor público à garantia de vagas nas universidades.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sublinhando tudo, não há futuro para
um regime que caducou e vai cair podre.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O povo de Cuba clama a Deus.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span>LINCOLN CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p> </o:p></span></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-66213460807822312042023-07-20T02:11:00.001-07:002023-07-20T02:11:09.583-07:00Mudança de hábitos<p> </p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"> Ultimamente,
tenho lutado contra a balança para me manter na melhor forma possível. Para
isso, já como sexagenário, precisei dar um passo à frente e dizer: epa, pera
lá, chega!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não pretendo, com certeza, me
escravizar a uma rotina diária, a uma atividade física exaustiva, mas adotando
uma dieta controlada e qualificada. Simples assim.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Bom. Até agora, o resultado tem sido
promissor. Além de perder peso, tenho controlado a minha pressão cardíaca.
Caramba, estou suspirando de alegria.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Isso se faz necessário para me
manter saudável, a fim de alcançar meus objetivos, com fé, esperança, coragem,
força, resiliência e trabalho.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não é demais lembrar que para alguns
chegarem lá, há um Everest a ser escalado. Mas isso não é um problemão. Com o
avanço da idade, aprendi que a vida só é dura para quem é mole. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A frase não é minha, mas traduz o
que penso: transforme em hábitos que o cérebro faz o resto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A capacidade de mudar velhos hábitos
e atitudes reflete o nosso grau de flexibilidade que indica o nosso nível de
saúde mental. Quanto mais inflexível, maior será o tempo de reação a situações
novas, criando profundos transtornos para nós.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nessa linha, a disciplina é
fundamental da aquisição de novos hábitos e do abandono de antigos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É aquela coisa: se não se cuidar, o
cara vai ser atropelado pela jamanta da realidade. E ainda ficará zonzo para
ver o número da placa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ora, ora, emagrecer, começar a
malhar, juntar dinheiro e acordar cedo são promessas que muita gente não vai cumprir.
Porém, é possível introduzir novos hábitos em nossa rotina. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A questão é que precisamos mantê-los
por tempo suficiente para que eles se tornem automáticos. A partir daí, o nosso
cérebro vai querer repetir os hábitos novos assim como repetia os antigos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tal estratégia está no best-seller
“O Poder do Hábito: Por que Fazemos o que Fazemos na Vida e nos Negócios” (Editora
Objetiva), em que o jornalista americano Charles Duhigg conta as últimas
descobertas sobre o tema. Uma delas é que rotina é algo muito mais arraigado do
que se imagina. Comparecer na academia não é só uma questão, mas de programação
cerebral.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nossos costumes estão literalmente gravados
em nossos neurônios – e continuarão voltando, mesmo reprimidos, até que você
grave comportamentos novos por cima.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Essa é a boa notícia: se você
insistir o suficiente, pode transformar qualquer coisa em um hábito. Ao trocar
um doce por uma fruta, a televisão pela leitura de um livro, a madrugada pela
manhã ou a cama pela academia, por exemplo, chegará uma hora em que a opção
antiga nem será considerada.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Portanto, disciplina. Não basta
apenas mudar seus hábitos – é preciso manter a mudança até seus neurônios se
acostumarem com essa nova realidade.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><b>LINCOLN
CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8093402255204596437.post-72839644321610522232023-07-20T02:05:00.001-07:002023-07-20T02:05:07.339-07:00O encanto de Machu Picchu<p> </p><p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"> Recentemente,
assisti o documentário sobre Machu Picchu (Peru), produzido pela TV Record,
retratando a história cultural e a beleza deste fascinante lugar. Remetendo-me
a um turbilhão de emoções quando eu lá estive em 2015. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">É preciso viajar um bocado pelo mundo para se dar
conta de que Aristóteles estava certo ao citar a fraseologia: “É natural no ser
humano o desejo de conhecer”. Melhor ainda repetir, de vez enquanto, a prece de
Maomé: “Senhor, mostra-me as coisas como são”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Pois bem. O povo inca não era uma
raça, mas uma casta de gente inteligente. Essa foi a definição mais perfeita que
extraí do nosso guia turístico, Ronaldo, na viagem que fiz à encantadora cidade
de Machu Picchu, em 2015.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Isso mesmo! O Império Inca era
formado por pessoas com alto conhecimento na astronomia, na engenharia, na
física, na arquitetura, na agricultura, na arte, na organização política e por
aí vai.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Antes de conhecer a cidade mágica de
Machu Picchu - encontrada pelo professor e antropólogo norte-americano Hiran
Bingham, em 1911 - fiz parada noutra cidade, também sedutora, chamada Cusco, a
capital histórica do Peru ou mais conhecida como a capital do Império Inca. De
acordo com alguns arqueólogos, ela começou a ser povoada a partir de 3.000 a.C.
Lá está reunido o que tem de melhor da civilização inca: museus, igrejas,
praças e a impressionante construção do Vale Sagrado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Depois viajei de trem para Águas
Calientes. No dia seguinte, parti para Machu Picchu, objetivo maior do meu
roteiro. O dia estava esplêndido, o céu azul e o sol brilhante, o termômetro
marcava 31º. A ansiedade era tamanha que o coração pulava dentro do peito. A
cada patamar uma visão maravilhosa deste local incrível.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mesmo me agachando e amarrando os
cadarços dos meus tênis, eu não tirava os olhos dessa beleza arquitetônica.
Desencadeou em mim àquele sentimento de missão cumprida. Um sonho alcançado,
após ter planejado várias vezes, mas sempre adiado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Observando calmo e longamente aquele
cenário de tirar o fôlego, literalmente o pensamento voava, enquanto eu
imaginava o que deveria ter sido tudo aquilo. Quem planejou? Quantos homens
foram necessários para construir? Como eram as pessoas que ali viveram? Seus
hábitos e costumes?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Com seus olhos brilhando e sua
fisionomia compenetrada, o nosso guia falava que essa cidade mística teria sido
um local para recolhimento do Inca (o soberano), dos seus conselheiros, dos sábios
e dos sacerdotes, para discutirem os destinos do Império. Detalhe: eles tinham
adoração consagrada ao sol, à água e à mãe terra.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Aí está, resumindo muito, a história
dessa lendária cidade que, em 2007, foi eleita com uma das “Sete Novas
Maravilhas do Mundo” e é considerada “Patrimônio Mundial da Unesco”.</span></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>LINCOLN CARTAXO DE LIRA<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span></span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 9.0pt;"><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNoSpacing"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></b></p>Lincoln Cartaxo de Lirahttp://www.blogger.com/profile/04020982999769617054noreply@blogger.com0