Na semana passada tive que me
deslocar até a prefeitura de Santa Rita, a fim de regularizar uma pendência
tributária. Em razão do avanço da hora, acabei almoçando por lá mesmo, num
modesto restaurante (self service) localizado em frente à Praça Getúlio Vargas.
Sobre esse lugar, as lembranças
foram mais que inevitáveis. No início da década de 70, de vez enquando fugia,
juntamente com um grupo de amigos, para os bailes promovidos pelo famoso Tenis
Clube (o mais chique e elegante da cidade). Era uma espécie de extensão festiva
ou noitada da nossa morada em João Pessoa.
A animação ficava por conta do
conjunto musical local chamado “Os Brincalhões”. Composto por jovens talentosos
que se esmeravam tocando ainda os grandes sucessos da Jovem Guarda. O nosso
figurino era praticamente um uniforme para os jovens de então: calça Jeans Lee,
camisa Hering e sapatos Top.
Antes de entrar na “la balada”,
tínhamos que dar o esquento, ou seja, molhar as palavras pelos bares da cidade.
Pontuados por música e longos bate papos. Havia sempre comida e bebida, apesar
da escassez financeira.
O certo é que não faltava conversa
fiada, festa e Rum Montilla (dosado com coca-cola e gelo) preferidíssimo daquela
geração, que se tornou um clássico atemporal. Mais do que prazerosa, tal bebida
era um catalisador de euforia, um importante componente (de coragem) para
dançar com as meninas que já nos aguardavam com notável euforia. Detalhe: todas
elas bem arrumadas, ao gosto da época.
A segurança era um quesito que não
nos preocupava. Podíamos ficar perambulando pela cidade sem nenhum temor. Todos
esbanjando um clima de harmonia, de felicidade e de muita boemia. Os
santarritenses passavam um sentimento puro, suave, delicioso de convivência.
Foi uma época que, para quem viveu,
deixou muita saudade.
LINCOLN
CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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