terça-feira, 7 de novembro de 2017

O livro impresso segue firme

            Que alento abrir as páginas do jornal e ter o deleite de verificar que, de 2014 a 2016, as vendas de e-books caíram mais de 30% nos Estados Unidos, recuando de 1,6 para 1,1 bilhão de dólares – ou menos de 20% do faturamento total. No Brasil, a participação das edições digitais é ainda menor: fica em torno de 1% total.
            Alguns desavisados comentam, voluntária ou involuntariamente, um erro crasso quando asseveram que o livro impresso vai acabar. Suas vendas acumulam quatro anos seguidos de alta no mercado americano. O desinteresse pelos digitais é visto como uma resposta do público a um excesso de aparelhos eletrônicos em sua vida, que já está gerando malefícios para a saúde, como o aumento de casos de miopia.
            Reafirmo que já disse aqui neste espaço. Não levo jeito pra ler um livro disponibilizado pela internet – computador. Por uma razão simples: eu preciso pegar para gostar. Tocar. Rabiscar. Sentir o cheiro. Sejam os livros reflexivos, livros leves, livros de bolso, uns apenas decorativos, outros essenciais. Dizem, não à toa, que a leitura pelo computador é como sexo sem amor. Acessou, leu, gozou e desligou.
            A essa altura do campeonato, com os citados números, ninguém pode discorda da robustez do livro impresso. Há livros demais. Pense em dois bilhões de títulos. O mundo produz um novo livro a cada 15 segundos – milhares de cópias de papel. Com tiragem média de 2.000 exemplares, quatro bilhões de volumes saem do forno anualmente.
 A verdade é que o digital estabilizou-se como mais um canal de leitura, estando longe de ser o principal. Não decolou, para usar a linguagem do mercado. O mais importante de tudo isso é incentivar o hábito pela leitura, uma vez que, no Brasil, as escolas trabalham pouco a leitura literária.
            Uma coisa é certa: mas nenhum tão vivo como o velho livro de papel, uma invenção perfeita com mais de 5.000 anos de história.


                                           LIN COLN CARTAXO DE LIRA
                                                 lincoln.consultoria@hotma
                                             Advogado e mestre em Administração


            

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