Que
alento abrir as páginas do jornal e ter o deleite de verificar que, de 2014 a
2016, as vendas de e-books caíram mais de 30% nos Estados Unidos, recuando de
1,6 para 1,1 bilhão de dólares – ou menos de 20% do faturamento total. No
Brasil, a participação das edições digitais é ainda menor: fica em torno de 1%
total.
Alguns desavisados comentam,
voluntária ou involuntariamente, um erro crasso quando asseveram que o livro
impresso vai acabar. Suas vendas acumulam quatro anos seguidos de alta no
mercado americano. O desinteresse pelos digitais é visto como uma resposta do
público a um excesso de aparelhos eletrônicos em sua vida, que já está gerando
malefícios para a saúde, como o aumento de casos de miopia.
Reafirmo que já disse aqui neste
espaço. Não levo jeito pra ler um livro disponibilizado pela internet –
computador. Por uma razão simples: eu preciso pegar para gostar. Tocar.
Rabiscar. Sentir o cheiro. Sejam os livros reflexivos, livros leves, livros de
bolso, uns apenas decorativos, outros essenciais. Dizem, não à toa, que a
leitura pelo computador é como sexo sem amor. Acessou, leu, gozou e desligou.
A essa altura do campeonato, com os
citados números, ninguém pode discorda da robustez do livro impresso. Há livros
demais. Pense em dois bilhões de títulos. O mundo produz um novo livro a cada
15 segundos – milhares de cópias de papel. Com tiragem média de 2.000 exemplares,
quatro bilhões de volumes saem do forno anualmente.
A
verdade é que o digital estabilizou-se como mais um canal de leitura, estando
longe de ser o principal. Não decolou, para usar a linguagem do mercado. O mais
importante de tudo isso é incentivar o hábito pela leitura, uma vez que, no
Brasil, as escolas trabalham pouco a leitura literária.
Uma coisa é certa: mas nenhum tão
vivo como o velho livro de papel, uma invenção perfeita com mais de 5.000 anos
de história.
LIN
COLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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