É
um problema e tanto o que está ocorrendo na Favela da Rocinha. Uma comunidade
de 70 mil moradores sob fogo cruzado, quase 3 mil crianças sem aula. Um
verdadeiro bangue-bangue na cidade do Rio de Janeiro a ficar de joelhos para o
crime organizado.
Todos que ali residem estão com
medo, assombrados, agachados nas trincheiras que construídas para se isolarem,
entregues aos mais variados escapes: de drogas e de bandidagens. O intenso tiroteio
entre policiais e criminosos provocou tumulto, pânico e alterou a rotina de
cariocas.
É bom lembrar que a guerra na maior
favela do País só tomou essas dimensões por causa da falência do Estado, da
omissão das autoridades e do fracasso das UPPs, que foram vendidas como solução
para conter a violência.
Ficará mais difícil, para não dizer
impossível, fugir dessa realidade. Um bom programa de primeira infância
consegueria ajudar a família inteira da favela, fazendo chegar até ela
informações, boas práticas e valores essenciais, como a importância do estudo
para a superação da pobreza.
O colapso da segurança é evidente. A
promessa de “pacificar” as favelas, através das UPPs, sucumbiu à corrupção e à
falta de planejamento. Com a escala da violência, os moradores perderam a
liberdade de ir e vir. Acreditem: às vezes, os bandidos ditam o toque de
recolher – todo mundo corre para casa, sem dar um pio.
Os cariocas estão pagando caro por
terem confiados nos seus representantes desonestos e incompetentes que não
enxergam longe e não querem o bem dos seus conterrâneos, apenas vêem
oportunidades para tirar vantagem própria.
O debate de ideias e de causas sobre
a violência do Rio de Janeiro é mais relevante que as pirotecnias expostas
pelas nossas Forças Armadas, uma vez que não têm vocação para manter a ordem
pública.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre
em Administração
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