Semanas atrás, nesta coluna, fiz
referência ao êxodo de brasileiros para outros países em busca de oportunidades
profissionais e qualidade de vida.
Converso com muita gente aqui e ali,
e as razões para essa saída são diversas: falta de perspectiva econômica,
desânimo com a situação política, corrupção, violência, desconfiança do futuro.
Só um viés esquerdista que vê essa realidade de forma invertida.
Pois eu digo e repito: o alicerce do
país é a economia. O governo se fechou, se enclausurou. A ilusão vendida pela
presidente Dilma para se eleger custou um preço elevadíssimo à nação. “Bota uma
coisa na sua cabeça, vem mais choro por aí”, diz meu amigo Cordeiro, em tom de
gozação.
Ora, nenhum país pode se dar o luxo
de desperdiçar seus talentos. O Brasil tem se caracterizado como um povo
acolhedor e de receber imigrantes sempre de braços abertos, mas na década de
1980 e 1990 viveu uma fuga decorrente a grave deterioração econômica e pela
hiperinflação.
Confesso certa angústia quando vejo
os nossos filhos longe de nossa terra por falta de um ambiente atraente para
que possa utilizar o seu potencial profissional. Esse processo atinge todos os
níveis de trabalhadores, mas principalmente os mais qualificados. Caso a crise
venha persistir, as consequências serão gravíssimas com a fuga de cérebros
brasileiros com qualificação e competência.
Tem que ter uma paciência de Jó, sem
perder a perseverança de nossos ideais. Mas tá difícil. O ministro Levy está
parecendo agente funerário. Quando ele aparece, a gente sabe que vem notícia
ruim.
Além dessas adversidades, ainda tem
que enfrentar aquilo que Tom Jobim tão bem expôs: “No Brasil, o sucesso é um
insulto pessoal”. Fica a impressão de que alguma maldição divina condena aquele
que alcança o sucesso profissional.
Mau eu havia acabado de escrever o
presente texto, li numa matéria que, nos últimos anos, o Brasil tem obtido
grandes resultados nas Olimpíadas Internacionais de Física (IPhO, na sigla
inglesa). Porém, os jovens talentos científicos estão indo embora porque as
nossas instituições ainda não têm mecanismos para absorver e nutrir esses
alunos.
Apesar de tudo, estou confiante. O
País é maior do que esse imbróglio que tem estimulado brasileiro o desejo de
desistir e de deixar a sua pátria.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e
mestre em Administração
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