domingo, 8 de novembro de 2015

Êxodo de brasileiros

            Semanas atrás, nesta coluna, fiz referência ao êxodo de brasileiros para outros países em busca de oportunidades profissionais e qualidade de vida.
            Converso com muita gente aqui e ali, e as razões para essa saída são diversas: falta de perspectiva econômica, desânimo com a situação política, corrupção, violência, desconfiança do futuro. Só um viés esquerdista que vê essa realidade de forma invertida.
            Pois eu digo e repito: o alicerce do país é a economia. O governo se fechou, se enclausurou. A ilusão vendida pela presidente Dilma para se eleger custou um preço elevadíssimo à nação. “Bota uma coisa na sua cabeça, vem mais choro por aí”, diz meu amigo Cordeiro, em tom de gozação.
            Ora, nenhum país pode se dar o luxo de desperdiçar seus talentos. O Brasil tem se caracterizado como um povo acolhedor e de receber imigrantes sempre de braços abertos, mas na década de 1980 e 1990 viveu uma fuga decorrente a grave deterioração econômica e pela hiperinflação.
            Confesso certa angústia quando vejo os nossos filhos longe de nossa terra por falta de um ambiente atraente para que possa utilizar o seu potencial profissional. Esse processo atinge todos os níveis de trabalhadores, mas principalmente os mais qualificados. Caso a crise venha persistir, as consequências serão gravíssimas com a fuga de cérebros brasileiros com qualificação e competência.
            Tem que ter uma paciência de Jó, sem perder a perseverança de nossos ideais. Mas tá difícil. O ministro Levy está parecendo agente funerário. Quando ele aparece, a gente sabe que vem notícia ruim.
            Além dessas adversidades, ainda tem que enfrentar aquilo que Tom Jobim tão bem expôs: “No Brasil, o sucesso é um insulto pessoal”. Fica a impressão de que alguma maldição divina condena aquele que alcança o sucesso profissional.
            Mau eu havia acabado de escrever o presente texto, li numa matéria que, nos últimos anos, o Brasil tem obtido grandes resultados nas Olimpíadas Internacionais de Física (IPhO, na sigla inglesa). Porém, os jovens talentos científicos estão indo embora porque as nossas instituições ainda não têm mecanismos para absorver e nutrir esses alunos.
            Apesar de tudo, estou confiante. O País é maior do que esse imbróglio que tem estimulado brasileiro o desejo de desistir e de deixar a sua pátria.


                                                          LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                             Advogado e mestre em Administração
           


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