sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A importância do microcrédito

Pensando bem, parece que o nosso País está vivendo uma espécie de “síndrome do Titanic”. Só lembrando: enquanto o navio Titanic afundava, cavalheiros jantavam ao som de violinos e conversavam sobre temas triviais, como corrida de cavalos e jogo de bridge.
            Mas aí está: em vez do governo e os nossos Congressistas estarem tratando da real situação econômica que travessa a nossa nação, estão, simplesmente, focados no impeachment da presidente. É, ou não é, uma espécie da crônica do naufrágio do Titanic?
            A prova dessa similitude é o descaso com a massa de desempregado que já atinge a 3,5 milhões de trabalhadores brasileiros. Cuja solução seria fomentar o microcrédito – uma linha de financiamento para atender desempregados e pessoas com emprego incerto; estimulando, com isso, criar o seu próprio negócio.
            Lamentavelmente, segundo o Banco Central, entre junho de 2014 e junho 2015, a expansão anual do estoque de crédito para o segmento de pequenos negócios, nos bancos estatais, passou de 13,4% para o insignificante 0,03%. Vergonhoso, não?
            O atual quadro de turbulência nacional fortalece ainda mais a importância do microcrédito. Basta dizer que na maioria dos países europeus a pequena empresa é responsável por mais da metade do PIB - ultrapassando os 60% na Alemanha e na Itália - já no Brasil elas ainda não respondem nem por 28% do PIB, apesar de as pequenas e microempresas, em número, sejam 99% do total de empresas existentes.
            É bom que se diga em bom português: a experiência exitosa do microcrédito é uma realidade mundial. Infelizmente, o Brasil está tão atrasado nesse aspecto que os bancos por aqui ainda não oferecem microcrédito para quem se candidata a ser empreendedor. É pena que essa linha de crédito continue sendo um produto no qual o nosso setor financeiro busca ter um grande retorno, mas não é assim nem em outros países latino-americanos.
            Pertinho da gente, na Colômbia e na Bolívia, o microcrédito é visto como um meio que permite ao desempregado fazer um investimento que possa ser pago em mais de dez anos e, muitas vezes, sem juros. Ao contrário o que ocorre no Brasil, com os seus juros por demais abusivos. Um verdadeiro escárnio ao bom senso. Beira a ironia.
            Com o País à beira do abismo, é hora de recorrer ao microcrédito para enfrentar a onda do desemprego.

                                                                      LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                                      lincoln.consultoria@hotmail.com

                                                                         Advogado e mestre em Administração

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