Pela enésima vez, urge que se diga:
Chega de impostos! Essa estratégia inócua de aumentar impostos, principalmente
com a volta da CPMF, é tão transparente quanto um truque de um mágico ruim.
Tomo meu café, pego o Jornal Correio
para ler e, estupefato mais uma vez, leio que a queda de 1,9% do PIB no
trimestre, o País entra de vez em grave recessão. Consequências: indústrias
paralisadas, desemprego, inflação crescente, juros na estratosfera e
desconfiança generalizadas dos agentes econômicos. Financial Times evoca
“doente terminal” em editorial sobre o Brasil.
Tá ruço, não tá? O governo Dilma
parece cada vez mais uma biruta de aeroporto. Ela perdeu o bom-senso
administrativo, desmilinguiu-se. A ressurreição da CPMF é o novo produto dessa
fábrica de trapalhadas. Ao propor tal imposto, o governo voltou a irritar a
classe média e, ao mesmo tempo, afugentou empresários que se aventuravam a
defender a presidente.
Mas cá entre nós, o nosso povo não
merece mais essa “embromación”. O governo parece não ter percebido que a
sociedade, bem como os parlamentares que ajudaram a eleger, não pretende
aceitar majoração da carga tributária (roçando os 36% do PIB) sem a devida
contrapartida em cortes na máquina pública.
É necessário tentar pôr alguma ordem
nesse “curto-circuito” econômico. É indubitável de que o governo precisa
reduzir despesas, tanto discricionárias como obrigatórias, para alcançar o
equilíbrio das contas públicas. Aumentar imposto não é a forma mais adequada de
se implementar o ajuste fiscal.
Vamos acabar o faz-de-conta. Deixar
de dizer coisa com coisa. Estamos até o pescoço nessa sede de desprezo, de
insensibilidade. O tamanho do rombo na economia é proporcional ao desgoverno em
ação. Com rara originalidade e exemplar mediocridade, o primeiro governo da
presidente Dilma fez um estrago considerável nas contas públicas. Agora, está
pagando o preço da gestão equivocada.
Se a recriação da CPMF tem a
vantagem de ser fácil de arrecadar, ela pesa demais na estrutura tributária por
se tratar de mero pedágio acionado a cada transferência de dinheiro, à revelia
do poder aquisitivo do contribuinte.
Simplesmente aumentar impostos, pode
ser “uma alegria fugaz”, como avisara Chico Buarque.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre em Administração
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