Fiquei, literalmente, no mato sem
cachorro, sem saber pra onde ir ou a quem recorrer, quando fui vítima em um
assalto a mão armada no último sábado (17/10), por uma dupla de motoqueiro, em
plena luz do dia, às 6 hs da manhã, e sob olhar incrédulo de várias pessoas.
Que horror! Que vexame! Que medo! Que constrangimento!
Como disse o meu amigo Cordeiro:
“Que equivaleria, nos velhos filmes de faroeste, ao clássico ‘mãos ao alto’”.
Tal fato ocorreu na Av.Ruy Carneiro, em frente ao Mercado de Tambaú, onde para
lá me dirigia a fim de realizar algumas compras, frutas e verduras, como
costumeiramente faço. Ainda bem que os bandidos levaram apenas um cordão de
ouro e não a minha vida. Detalhe: antes de debandarem, eles tiveram o cinismo,
a desfaçatez e a ousadia para checar se o cordão era realmente algo de valor.
Não é por acaso que a cidade de João
Pessoa, entre as capitais brasileiras, está em 5º. lugar em violência, segundo
a 9ª. edição de 2014 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Como se vê, temos
um “status quo” inoperante. Por mais que os ufanistas de plantão se esgoelem
para tentar manter uma imagem que tudo vai indo maravilhosamente bem.
A mim, me ofende como cidadão e me
envergonha como brasileiro e paraibano. Parece um espelho retrovisor de nossa
história comum: desrespeito à vida. Dos problemas do nosso Estado, este deve
estar certamente no final da fila.
A verdade é esta: o governo precisa
urgentemente fazer investimentos no combate ao crime: na inteligência, no
aumento do efetivo e na valorização do policial. Basta isso! E não contrapor
com argumento estúpido e vazio, repetidos à exaustão. E, parafraseando Chico
Buarque, o que não tem explicação nem nunca terá.
O mais triste dessa situação é que
os jovens estão abandonando o País e se mudando para o Exterior, acuados pela
violência e pela recessão econômica. Não só os jovens, mais casais e famílias
estão deixando sua terra natal em busca de um cenário mais promissor. Não é à
toa que meu casal de filhos se encontra no Exterior fazendo o que mais gostaria
de fazer: estudar e trabalhar e, acima de tudo, com extrema segurança.
É deprimente e revoltante constatar
que a questão da nossa “segurança” o debate paira numa espécie de limbo
retórico, desubstancializado e ultrapassado. Cascalho bruto do linguajar
cotidiano. Comportamento reprovável que macula e desgasta o nosso espírito de
cidadania.
Até outra história de assalto, que,
com certeza, ocorrerá. Infelizmente!
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado e mestre
em Administração
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