segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Mais uma vítima da violência

            Fiquei, literalmente, no mato sem cachorro, sem saber pra onde ir ou a quem recorrer, quando fui vítima em um assalto a mão armada no último sábado (17/10), por uma dupla de motoqueiro, em plena luz do dia, às 6 hs da manhã, e sob olhar incrédulo de várias pessoas. Que horror! Que vexame! Que medo! Que constrangimento!
            Como disse o meu amigo Cordeiro: “Que equivaleria, nos velhos filmes de faroeste, ao clássico ‘mãos ao alto’”. Tal fato ocorreu na Av.Ruy Carneiro, em frente ao Mercado de Tambaú, onde para lá me dirigia a fim de realizar algumas compras, frutas e verduras, como costumeiramente faço. Ainda bem que os bandidos levaram apenas um cordão de ouro e não a minha vida. Detalhe: antes de debandarem, eles tiveram o cinismo, a desfaçatez e a ousadia para checar se o cordão era realmente algo de valor.
            Não é por acaso que a cidade de João Pessoa, entre as capitais brasileiras, está em 5º. lugar em violência, segundo a 9ª. edição de 2014 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Como se vê, temos um “status quo” inoperante. Por mais que os ufanistas de plantão se esgoelem para tentar manter uma imagem que tudo vai indo maravilhosamente bem.
            A mim, me ofende como cidadão e me envergonha como brasileiro e paraibano. Parece um espelho retrovisor de nossa história comum: desrespeito à vida. Dos problemas do nosso Estado, este deve estar certamente no final da fila.
            A verdade é esta: o governo precisa urgentemente fazer investimentos no combate ao crime: na inteligência, no aumento do efetivo e na valorização do policial. Basta isso! E não contrapor com argumento estúpido e vazio, repetidos à exaustão. E, parafraseando Chico Buarque, o que não tem explicação nem nunca terá.
            O mais triste dessa situação é que os jovens estão abandonando o País e se mudando para o Exterior, acuados pela violência e pela recessão econômica. Não só os jovens, mais casais e famílias estão deixando sua terra natal em busca de um cenário mais promissor. Não é à toa que meu casal de filhos se encontra no Exterior fazendo o que mais gostaria de fazer: estudar e trabalhar e, acima de tudo, com extrema segurança.
            É deprimente e revoltante constatar que a questão da nossa “segurança” o debate paira numa espécie de limbo retórico, desubstancializado e ultrapassado. Cascalho bruto do linguajar cotidiano. Comportamento reprovável que macula e desgasta o nosso espírito de cidadania.
            Até outra história de assalto, que, com certeza, ocorrerá. Infelizmente!
             

                                                           LINCOLN CARTAXO DE LIRA
                                                           lincoln.consultoria@hotmail.com
                                                              Advogado e mestre em Administração


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