A
primeira vez que passei o Natal fora do seio da minha família, foi esse agora.
E de uma forma bem diferente, no apartamento de um hospital, a espera de um
procedimento cirúrgico que minha consorte Socorro ensejava com tanta
inquietude.
Isolado do atual momento festivo e
religioso, enquanto ela dormia, me sentei numa poltrona do referido recinto,
sob a luz suave, própria do entardecer do dia, e comecei a repensar em tudo.
Nas coisas que perdi, nas coisas que deveria ter feito, nos amigos que se foram...
Confesso que não foi só uma questão
de lamento, mas, também, de certos acontecimentos terem me podado de vários
sonhos, caminhos e, principalmente, lições.
Agora, mais maduro, começo a
entender o motivo dos recuos que temos nos sujeitar. Descobri que para ser
feliz é necessário ser um pouco bobo. E gente que reclama o dia inteiro,
definitivamente, não sabe curtir a vida, o sol, as pessoas, uma música ou
qualquer coisa que só depende dela para acontecer.
Esquece a razão mais importante da
vida: aproveitar o momento. E deixar rolar. O resto, a vida cuida.
E, se você já fez uma “cagada”
(desculpe-me a expressão), assuma e sorria; eu também já fiz e vou continuar
fazendo até descobrir onde errei.
Nós temos que botar em nossa cachola
que só depende de nós para sermos felizes.
Não vamos nos sacrificar em achar
resposta para tudo nessa vida, despertando assim uma paranoia desnecessária.
Reconheço que quando colecionamos
desgastes, adquirimos também certos aprendizados, alguns bons, mas outros,
destrutivos.
Neste mundo contraditório, buscamos,
volta e meia, fugir de alguma blitz, mas reclamamos da falta de policial nas
ruas.
Ademais, as pessoas querem alimentar
suas carências e acabam se esquecendo do mundo, dos alicerces passados, das
pessoas envolvidas – às vezes – por culpa da imaturidade.
Como diz o meu velho a migo e boêmio
Cordeiros, o difícil na vida não é ter virtudes, mas sim saber articular as
virtudes que se tem.
Talvez eu seja retrógrado, mas na
jurisdição da minha consciência, a vida é assim: errar e acertar,
interpretações equivocadas e certeiras, dias ruins e bons.
Acredito fielmente que a gente
cresce e muda de opinião, de companheiros, de vivências, porém não podemos
mudar de essência.
Longe de mim querer lançar aqui um
estilo padrão, só estou dizendo que, no fundo, são essas coisas que realmente
importam.
Nesse pot-pourri de reflexões,
conclui-se então que esse é charme da vida.
Se isso não vale de nada, não sei
mais o que pode valer.
Feliz Ano Novo!!!
LINCOLN CARTAXO DE
LIRA
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