Dias atrás, acordei sobressaltado de
madrugada, com o sentimento (transe) de estar passando um vídeo para a
televisão sobre o “Brasil que eu quero”. Olha, foi um verdadeiro frenesi, uma
excitação em querer dizer tanto coisa ao mesmo tempo sobre os nossos anseios
nacionais, atualmente tão moribundos.
Depois caí na real e pus fim ao embaraço. Mesmo
alheio à minha vontade, devido ao avançado da hora, comecei então a refletir
sobre o “Brasil que queremos para o futuro”. Ora, não é preciso reinventar a
roda, queremos apenas uma sociedade justa e igualitária, onde todos tenham
direito à saúde, à educação, à alimentação e à segurança.
Queremos ainda um País onde os nossos
mares e rios não sejam poluídos, onde os políticos cumpram com suas promessas. Um
País livre da violência. Uma economia estabilizada de pleno emprego. Um País
preocupado com o meio-ambiente. Todos juntos lutando pela paz, uma paz que não
restringe à classe, à cor, ou à cultura.
No
Google ou qualquer livro minimamente razo vai ver quanto descaso, quanta
indiferença, quanto desrespeito ao nosso Brasil tão mal-amado. A cada dia
assistimos ao suicídio de um imenso país, de forma aviltante, covarde e
canalha. Levando-o ao colapso econômico e moral. Panorama sóbrio que fez com
que quase 65 mil empresas fechassem as portas, só em 2016, segundo o IBGE. Cujo
desemprego chegou à marca de quase 14 milhões. Ocorre que a indignação pode ter
lá seu efeito anestésico, mas a anestesia uma hora passa.
É importante ressaltar que, não por acaso,
a saúde foi uma das maiores preocupações dos mais de 50 mil cidadãos que
mandaram vídeos dizendo que Brasil eles querem para o futuro (fonte: Jornal
Nacional). Não é para menos. Basta ver as filas nos hospitais ocasionadas pela
má gestão de leitos do SUS. Somando os gastos públicos obrigatórios com saúde,
o Brasil gasta menos de 4% do PIB. Muito menos do que Reino Unido, Canadá e
França, que também têm sistemas universais de saúde e uma população muito menor
do que a brasileira.
Aqui, mesmo sem bola de cristal, eu
arriscaria afirmar que o tempo da demagogia se esgotou. E que o Brasil que
queremos, só vai depender de nós, eleitor brasileiro.
LINCOLN CARTAXO DE
LIRA
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