Concluído
o processo eleitoral, chegou a hora dos prefeitos cumprirem as suas
propostas/promessas de governo com vista à boa gestão das cidades.
É momento de banir e esquecer os
maus gestores públicos. Não adianta o contorcionismo retórico para fazer uma
coisa parecer outra. Acho que esses gestores têm que sair daquele “gerúndio”:
estamos melhorando, chegando...
Sou adepto da frase do escritor e
pensador Eduardo Galeano: ”Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o
que fazemos para mudar o que somos”. Por isso, acredito que podemos ter
político (prefeito) com tal espírito de mudança, que seja sério, bem
intencionado, que pode fazer uma gestão profícua, voltada para o povo e pelo
povo.
Mando um “recadito” para o prefeito,
ora eleito, ter sucesso na sua gestão, é preciso sair da zona de conforto,
desenvolver-se, adotar mudanças profundas na cultura do serviço público. Veja
algumas delas:
a) O que se viu na campanha
eleitoral foram propostas inovadoras que chamaram a atenção dos eleitores. Na
hora de governar, o mais eficiente não é inovar, e sim copiar. Inovar em
qualquer atividade é um processo de tentativa e erro, com mais erros que
sucessos. Em quatro anos de mandato, um prefeito pode perder muito tempo à procura
de uma inovação. Copie e adapte às condições do seu município. Política pública
não tem direito de patente.
b) A função essencial de uma
prefeitura é gerá ambiente urbano saudável e eficiente: calçadas sem buracos,
prevenção a enchentes, iluminação pública, coleta e destinação do lixo,
professores ensinando e alunos aprendendo em escolas limpas e organizadas,
postos de saúde abertos e com profissionais e materiais disponíveis, transportes
coletivos pontuais e com rotas racionais. Serviços básicos de qualidade
aumentam a igualdade de oportunidades, evitam tragédias e atraem empresas e
empregos.
c) Cabe aos municípios registrar
as famílias no Cadastro Único de políticas sociais, que é a base para o
pagamento do Bolsa Família e de um dezena de outros programas sociais.
d) Nas últimas décadas, prefeituras
têm tentado atrair empresas e empregos por meio de benefícios tributários e
subsídios, muitas vezes ilegais. Isso afeta segurança jurídica, cria distorções
econômicas e desigualdade.
e) Para não se afogar em
burocracia, digitalize e integre as informações de arrecadação, orçamento,
gastos e controle. Quem tem os números nas mãos administra melhor e evita
punições.
f) Municípios são provedores de
serviços intensivos em mão de obra. Previdência municipal desequilibrada draga
recursos das políticas e precisa ser reformada.
g) Município quebrado no Brasil é
resultado de má gestão, e não de falta de recursos. Gaste mais tempo
trabalhando na sua cidade e menos tempo reclamando em Brasília.
Aos prefeitos, lembrem-se, como
fala o meu amigo Cordeiro, sempre com sua cultura filosófica exemplar: “Já
conhecemos a problemática. Estamos atrás da ‘solucionática’”.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado, Administrador e Escritor.
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