quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

E a caravana passa

 

            Não é nenhum exagero dizer que o PT é um dos partidos que saem derrotados dessas eleições. Pela primeira vez em 35 anos, não comandará nenhuma capital do país.

            Não estou desdenhando, vou explicar. Conforme levantamento feito junto ao TSE, o PT viu o total de prefeituras conquistadas reduzir-se de 254 em 2016 para 183 agora, com o incômodo detalhe de que as eleições municipais anteriores já haviam sido catastróficas para a legenda, que despencara de seu recorde de 630 prefeituras em 2012.

            Tem mais: tanto em quantidade de municípios quanto em população governada, o PT ocupa agora o vexatório 11º lugar no ranking nacional. A referida sigla admite, coisa rara, que sofreu um dos maiores reveses da sua história. Como também, já se questiona a força do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

            É como diria o grande filósofo Ibrahin Sued: “Os cães ladram e a caravana passa”. Ou seja: enquanto alguns esquerdopatas teimosos do PT continuam com a retórica rasteira e de coach pé de chinelo, a caravana das forças de novas agremiações de esquerda vai surgindo, a exemplo de nomes como Guilherme Boulos (Psol) e de Manuela D’Ávila (PCdoB).

            O PT precisa interpretar corretamente os recados dos eleitores. Tem que apresentar lideranças renovadas. Não dá para o partido continuar sendo o salvamento sistemático da biografia de Lula e a defesa de regimes como o venezuelano e o cubano.

            Santa idiotice foi colocar o nome de Lula como opção para atrair votos nessas eleições. Como se viu, o resultado foi um fiasco para o PT. O garoto propaganda não era dos melhores. O povo cansou dos desgovernos e preferiu qualquer outro.

 Ao seu líder resta o ostracismo. Digo isso com uma grande tristeza da alma, mas ele está colhendo o que plantou. Entre tantos percalços, Lula acabou de perder o título de doutor honoris causa da Universidade Estadual de Alagoas. Conforme o Juiz responsável pela sentença, a honraria não cabe a alguém condenado pela Justiça. Óbvio, perfeita obviedade.

Com todo respeito devido aos seus fieis militantes, o Brasil não precisa mais de Lula. Se cair fora da vida política, não fará falta nenhuma. Ele não inventou a corrupção, mas aperfeiçoou a níveis inimagináveis, fazendo com que não tivesse adversário à altura em praticamente todas as áreas de poder do País.

Parece insano – e é. Persistir com a tese de que Lula ainda é a solução para enfrentar os graves problemas do Brasil.

 

                              LINCOLN CARTAXO DE LIRA

                                      Advogado, Administrador e Escritor

 

           

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