Volto ao referido tema, uma vez que já o tratei no meu artigo “A volta dos cassinos”, publicado em 16/12/2019, no nostálgico Jornal Correio da Paraíba, onde me posicionei a favor dessa atividade, rebatendo àqueles que têm como argumento de que a jogatina leva ao vício, e o vício destrói família, que leva a criminalidade.
Por mais meritório que se mostre, é
desarrazoada a crítica. Cheio de verborragia e de falácia lógica. Tem que se
discutir esse tema de forma desapaixonada: sem a retórica desconexa e o
raciocínio enviesado.
Novamente, acho que vale um
mergulhinho no assunto. Segundo o senador Irajá Abreu (PSD-TO), dono de um dos
projetos que tramitam no Senado: “A expectativa é arrecadar 18 bilhões de reais
em novos impostos, que seriam divididos entre estados e municípios, em recursos
livres para investimentos”. E acrescenta: “Fora isso, temos a expectativa de
arrecadação de 5 bilhões de reais com as concessões, que seriam investidos em
habitação popular”.
Felizmente, a
proposta é endossada também pelo ministro da economia, Paulo Guedes, pelo ministro
do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e pelo presidente do Senado, Davi
Alcolumbre, o que a torna uma das favoritas a entrar em votação até o fim do
ano.
Como todos sabem (ou deveriam saber): dos 193
países-membros da ONU, a grande maioria (146 nações) tem bingos e cassinos
legalizados, enquanto o Brasil integra a lista dos países em que há a
proibição, sendo 75% deles países islâmicos, prejudicando a tributação e a
geração de emprego e renda.
Esses
empreendimentos, como cassinos, não funcionam como atrativo apenas as mesas,
baralhos e roletas, mas todo um complexo de entretenimento, como salões de
bailes e shows de artistas internacionais, peças teatrais e restaurantes de
alta gastronomia. Isso nos remete aos tradicionais e antigos hotéis do Brasil
que exploravam os jogos como o Grande Hotel Lambari (MG), o Quitandinha em
Petrópolis (RJ), o Ahú, em Curitiba (PR), entre outros.
De
acordo com Gilson Machado, presidente da Embratur, “com os cassinos, vamos
triplicar o número de turistas estrangeiros”. Grupos americanos já disseram
que, se o Brasil liberar os cassinos, terão mais de US$ 15 bilhões (R$ 63
bilhões) para investir aqui.
Já o Ministério do
Turismo defende a ocupação de cassinos (como âncora econômica) em cerca de 5%
dos espaços desses complexos hoteleiros e de lazer. O restante (95%) para as
atividades nos resorts, a exemplo do que acontece em outros países.
Saindo de fininho,
digo: vamos acabar com esse marketing
calculado e ridículo achar que será o “fim do mundo” caso haja a volta dos
cassinos.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado, Administrador
e Escritor
Nenhum comentário:
Postar um comentário