quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Aprovação dos cassinos

 

       Volto ao referido tema, uma vez que já o tratei no meu artigo “A volta dos cassinos”, publicado em 16/12/2019, no nostálgico Jornal Correio da Paraíba, onde me posicionei a favor dessa atividade, rebatendo àqueles que têm como argumento de que a jogatina leva ao vício, e o vício destrói família, que leva a criminalidade.

            Por mais meritório que se mostre, é desarrazoada a crítica. Cheio de verborragia e de falácia lógica. Tem que se discutir esse tema de forma desapaixonada: sem a retórica desconexa e o raciocínio enviesado.

            Novamente, acho que vale um mergulhinho no assunto. Segundo o senador Irajá Abreu (PSD-TO), dono de um dos projetos que tramitam no Senado: “A expectativa é arrecadar 18 bilhões de reais em novos impostos, que seriam divididos entre estados e municípios, em recursos livres para investimentos”. E acrescenta: “Fora isso, temos a expectativa de arrecadação de 5 bilhões de reais com as concessões, que seriam investidos em habitação popular”.

                Felizmente, a proposta é endossada também pelo ministro da economia, Paulo Guedes, pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, o que a torna uma das favoritas a entrar em votação até o fim do ano.

Como todos sabem (ou deveriam saber): dos 193 países-membros da ONU, a grande maioria (146 nações) tem bingos e cassinos legalizados, enquanto o Brasil integra a lista dos países em que há a proibição, sendo 75% deles países islâmicos, prejudicando a tributação e a geração de emprego e renda.

            Esses empreendimentos, como cassinos, não funcionam como atrativo apenas as mesas, baralhos e roletas, mas todo um complexo de entretenimento, como salões de bailes e shows de artistas internacionais, peças teatrais e restaurantes de alta gastronomia. Isso nos remete aos tradicionais e antigos hotéis do Brasil que exploravam os jogos como o Grande Hotel Lambari (MG), o Quitandinha em Petrópolis (RJ), o Ahú, em Curitiba (PR), entre outros.

            De acordo com Gilson Machado, presidente da Embratur, “com os cassinos, vamos triplicar o número de turistas estrangeiros”. Grupos americanos já disseram que, se o Brasil liberar os cassinos, terão mais de US$ 15 bilhões (R$ 63 bilhões) para investir aqui.

            Já o Ministério do Turismo defende a ocupação de cassinos (como âncora econômica) em cerca de 5% dos espaços desses complexos hoteleiros e de lazer. O restante (95%) para as atividades nos resorts, a exemplo do que acontece em outros países.

            Saindo de fininho, digo: vamos acabar com esse marketing calculado e ridículo achar que será o “fim do mundo” caso haja a volta dos cassinos.

 

                                           LINCOLN CARTAXO DE LIRA

                                             Advogado, Administrador e Escritor

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