Presenciei
muitas crises no decorrer da vida. A pandemia de Coronavírus, sem dúvida, foi a
mais complicada e grave. Misto terrível de crise da saúde pública e crise
econômica causada por um vírus invisível. Mas, com certeza, esta crise não
difere das outras: vai ter início, meio e fim.
No cenário ainda desta pandemia, a
inadimplência da taxa condominial virou uma paisagem inconsequente,
irrelevante. Como diria o vice-presidente Mourão, atravessou a linha da bola.
Como é sabido, inadimplente é aquele
que falta ao cumprimento de suas obrigações jurídicas no prazo estipulado e,
contumaz, é aquele que insiste em não pagar, transformando num costumeiro
hábito. Característica comum do condômino que decide em não honrar a sua
obrigação da taxa de condomínio, apostando na morosidade do Judiciário, na
compreensão de seus pares e na desviada percepção de que suas dificuldades são
maiores do que as dos outros. Argumento dissimulado é o que não falta. Tem que
evitar que essa gente tosca domine a cena.
O pertinente tema é tratado por este
articulista, através da publicação do seu livro “Boas Práticas de Cobrança”,
lançado em 2016, onde aborda técnicas de cobrança contra o inadimplente
contumaz, que escolhe não pagar o condomínio, mas que não abre mão do
conforto/regalias.
É o tipo de devedor que vive de
aparência, que não tem a humildade e a consciência para morar em comunidade; traz
consigo o mal que assola quase todos os condôminos, gerando revolta e indignação
nos demais proprietários. Digo mais: o inadimplente contumaz costuma ser
figurinha carimbada, conhecido pelo seu egoísmo e cara de pau.
A verdade é que os síndicos, nos
quais eu me incluo, têm levado pito de alguns condôminos, dificultando assim o
cumprimento das obrigações orçamentárias.
Deixar de pagar o boleto todo mês é um verdadeiro desrespeito com o
próximo, já que mais de 95% da verba arrecadada vai para pagar despesas
básicas, tais como salário dos empregados, contas de consumo, manutenção das áreas
comuns.
Ressaltando que o síndico tem que
ser aquele administrador que, ao sabor das intempéries, sabe exercer seu múnus
com parcimônia, não se colocando na posição de refém, mas sim na de líder.
Infelizmente, enquanto esse senso de
responsabilidade (obrigação de pagar) não acontece, a roda segue a girar e os
problemas seguem intensificando-se.
LINCOLN CARTAXO DE LIRA
Advogado, Administrador e Escritor
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